Os filhos estão com excesso ou falta de amor?

Quando o assunto é educação, surgem as dúvidas: estamos permeando os filhos pela falta ou pelo excesso de amor?


Diante de um mundo na qual predomina o desequilíbrio econômico, onde alguns países possuem excesso de riqueza e outros a escassez de recursos, as pessoas acabam se acostumando a conviver com essas diferenças e, muitas vezes, deixam de perceber as consequências.


Os filhos estão com excesso ou da Falta de Amor
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com


Na formação dos filhos também podemos ver excessos ou escassez nos relacionamentos. Por isso, precisamos nos perguntar como anda o equilíbrio da afetividade nas famílias, sejam elas carentes ou não, e quais consequências tem sido colhidas na vida adulta.


É claro que, como mantenedores das necessidades emocionais e físicas dos filhos, as ações dos pais impactam fortemente na constituição da psique dos filhos. Mas a falta de tempo e o excesso de culpa têm permeado muitas relações e trazido muitos sofrimentos. Por isso, é momento de estar mais presente e não assumir a responsabilidade das decisões que são tomadas pelos filhos, e que não pertencem aos pais.


As mães, no papel maternal, geralmente propiciam vínculos afetivos e amor incondicional a seus filhos, e mesmo não concordando com atitudes deles, não os abandona nem se rendem ao impossível. Entretanto, a escassez de tempo, a necessidade de vencer no mundo profissional e a opção de deixar outra pessoa em seu lugar pode levá-las a um vazio. Ao contrário, uma mãe que não trabalha, não têm projetos, pode passar um tempo em excesso com as crianças, levando-as [as mães] a considerar a maternidade um peso. Depois, por serem responsáveis pela felicidade da mãe, muitos filhos adultos apresentam uma conta afetiva alta, que os impede de seguir a vida. O equilíbrio na dose de afeto maternal vai definir quem os filhos serão emocionalmente.


Outro ponto importante é o relacionamento do casal, pois é a mãe quem abre espaço para a relação entre pai e filho (a); muitas vezes, as esposas competem pelo amor do filho, atrapalhando a criação de vínculos que vão organizar a afetividade dos filhos com os pais. É importante que o casal invista na vida a dois e também no convívio com os filhos, são amores diferentes que, bem equilibrados, se completam. Filhos são importantes, mas não são a única prioridade do casal.


Os pais, no papel masculino, contribuem com o cumprimento da lei, fazem o corte entre mãe e filho, permitindo que este se enxergue como indivíduo. Quando chega o tempo do filho buscar novos horizontes, faz o convite para sair do ninho em busca da liberdade, a qual traz responsabilidades e direitos. Escolhas fazem parte do processo de amadurecimento. Alguns pais excedem nas leis e gastam pouco tempo na convivência que ajudaria nesse aprendizado, ou, por insegurança, dificultam a saída de casa, criando filhos dependentes e frágeis.


É logico que as crianças não restringem suas relações apenas aos pais. À medida que crescem, expandem o convício social, mas, na primeira infância, as referências que marcam a existência das pessoas provêm do ambiente familiar.


A demonstração de afeto varia de pessoa para pessoa, sendo pais ou filhos. Alguns capricham no carinho, outros investem na educação ou têm um senso prático de solucionar problemas, não importa a forma, mas a criança precisa se sentir amada e valorizada para poder amar e valorizar o outro.


O texto nos leva a uma reflexão: o relacionamento com os filhos tem sido permeado pela escassez ou abundância? Ou, então, encontrou o equilíbrio que, possivelmente, formará adultos mais saudáveis e comprometidos com o equilíbrio do mundo.




Ângela Abdo


CASAMENTO E COMPROMISSO: A DIFERENÇA QUE UMA ALIANÇA FAZ‏

CASAMENTO E COMPROMISSO: A DIFERENÇA QUE UMA ALIANÇA FAZ‏

Estudos confirmam que a coabitação não é proveitosa para a sociedade
Por John Flynn, LC

ROMA, 17 de Julho de 2013 – O aumento do número de casais coabitando nos últimos anos pode levar à conclusão de que casar não faz diferença: esta suposição, porém, não é corroborada por alguns estudos recentes sobre casais.

No mês passado, a Rand Corporation lançou um estudo intitulado “Intensidade da Coabitação e do Casamento: Consolidação, Intimidade e Compromisso”, de Michael Pollard e Kathleen M. Harris.

Os dois pesquisadores estudaram várias fontes de dados sobre os casais unidos em matrimônio e aqueles que coabitam sem estar casados.

No tocante à consolidação, o estudo revela que apenas 16,1% das mulheres que coabitam afirmam ter contas bancárias conjuntas com o parceiro, em contraste com 68,5% das mulheres que coabitaram antes de se casar e com 72,1% das mulheres casadas que não coabitaram antes do casamento.

Apenas 40,1% das mulheres que coabitam afirmam ter adquirido em conjunto com o parceiro bens ou serviços superiores a 500 dólares, contra mais de 80% das mulheres casadas (com ou sem coabitação precedente).

No âmbito da intimidade, o relatório encontra resultados semelhantes: os parceiros que coabitam relatam níveis significativamente mais baixos de intimidade em comparação com os casais unidos em matrimônio.

No tocante ao compromisso, os parceiros que coabitam também atingem níveis mais baixos que os casados. Nas uniões livres, há muito menos certeza sobre a duração do relacionamento e, portanto, o nível de compromisso é menor, em particular por parte dos homens.

“Vistos em conjunto, os resultados indicam uma nítida diferença de intensidade da relação entre a coabitação e o casamento”, conclui o estudo.

A Fundação Inglesa do Casamento (England’s Marriage Foundation) também observa uma diferença substancial entre os parceiros casados e os que apenas coabitam.

Em “O Mito das Relações Estáveis de Longo Prazo Fora do Casamento”, estudo de Harry Benson publicado em 22 de maio, a fundação britânica demonstra que os parceiros não casados raramente conseguem garantir um lar sólido e estável para os filhos.

O relatório afirma que 45% dos adolescentes entre 13 e 15 anos não vivem com ambos os pais. Dos adolescentes que ainda vivem numa família unida, 93% têm os pais casados.

“De acordo com o que é mostrado pelo relatório, o governo tem ignorado a forte correlação entre o estado marital e a ruptura familiar. O governo prioriza as ‘relações estáveis e duradouras’ ao desenvolver documentos de política familiar”, declara a fundação, em comunicado de imprensa.

“A desagregação da família custa mais que o orçamento de Defesa inteiro, além de causar um dano social imensurável. Deveria ser claramente do interesse do governo e de quem paga impostos fazer um esforço para reduzir esta tendência devastadora”, ressalta o autor do estudo, Harry Benson.

A remoção do casamento dos documentos do programa de governo é incompatível com as evidências, diz o relatório. “Um grande número de fatores mostra que os pais casados tendem a ser mais estáveis que os pais solteiros”, prossegue o estudo.

Um relatório posterior, divulgado em 24 de junho pela mesma fundação, aponta que os índices de divórcio não são condicionados pela situação econômica.

Alguns analistas argumentam que há mais rupturas matrimoniais durante as crises econômicas, devido às pressões financeiras. Outros, observa o relatório, afirmam que a crise econômica provoca menos divórcios, porque os casais evitam os custos de separar-se e ter que comprar uma segunda casa.

De acordo com a pesquisa “Não É Questão de Economia: Outro Mito sobre o Divórcio Cai por Terra”, nenhuma das duas posições é confirmada pelos acontecimentos dos últimos anos.

Desde os anos 1970, os índices de divórcio sempre giraram em torno de 10% do padrão dos anos anteriores. Em três períodos de crise econômica, desde 1979, os números do divórcio aumentaram em dois casos e diminuíram no outro, diz o estudo, permitindo crer que o casamento é mais forte que o dinheiro.

“O primeiro ambiente em que a fé ilumina a cidade humana é a família”, sublinha o papa Francisco em sua primeira encíclica, a Lumen Fidei (52).

“Penso, em primeiro lugar, na união estável entre homem e mulher no casamento. Ela nasce do amor, sinal e presença do amor de Deus, do reconhecimento e da aceitação da bondade da diferença sexual, por meio da qual os cônjuges podem se unir em uma só carne (cf. Gn 2, 24) e gerar uma nova vida, manifestação da bondade do Criador, da sua sabedoria e do seu desígnio de amor”, diz a encíclica.

A credibilidade deste sábio e amoroso plano está se tornando cada vez mais evidente, à medida que são documentas as consequências do enfraquecimento do matrimônio.

“Prometer um amor que dure para sempre só é possível quando se descobre um desígnio maior dos próprios projetos, que nos sustenta e nos permite doar todo o futuro à pessoa amada”, diz ainda a encíclica, ressaltando claramente que o compromisso do casamento faz mesmo diferença.

Relatório Rand:

http://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/working_papers/WR1000/WR1001/RAND_WR1001.pdf

Marriage Foundation: http://www.marriagefoundation.org.uk/Web/

Fonte:http://www.zenit.org/pt/articles/casamento-e-compromisso-a-diferenca-que-uma-alianca-faz

Educar os filhos

A EDUCAÇÃO DOS FILHOS


“Corrige teu filho enquanto há esperança, mas não te enfureças até fazê-lo perecer.” Provérbios 19,18

“Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar.” Provérbios 22,6

1º) Amor e fidelidade dos pais – Quando os pais se amam, dão o primeiro passo – mas não o único – para educarem bem seus filhos. A educação pressupõe amor. O amor de quem gerou com a missão de educar. Os filhos têm percepção sobre isto, ou seja, eles percebem quando não há união dos pais, e isto repercute muito na comunicação entre pais e filhos. De onde vêm a segurança dos filhos? Do saber-se acolhido, amparado por pais seguros. A segurança vem do amor, não da estabilidade financeira. Há casais que são estáveis financeiramente, mas instáveis no amor. Ser instável no amor é ser fiel ou infiel, conforme a circunstância. O verdadeiro amor é sempre fiel: saudáveis ou doentes, ricos ou pobres, na paz ou na turbulência, diante das qualidades e defeitos dos seus é sempre fiel.
Não me refiro somente à fidelidade de quem não cai no adultério, vou mais além: quem deixa de manifestar seu amor com atitudes, por causa das dificuldades, já está sendo infiel. Nossa família precisa aprender a viver o amor incondicional. O amor é provado nas dificuldades, e é fortalecido ao passar por elas. O seu amor passou por estas provas? Ou desistiu de amar por muito pouco?

Exemplos: Ter o mesmo carinho e cuidado com o esposo mesmo quando está desempregado, ter o mesmo carinho e cuidado com a esposa quando ela está doente, quando a relação sexual não pode acontecer, continuar amando quando o filho apresenta uma doença ou deficiência grave, quando é preciso acolher a sogra em casa por alguns meses… Manter o amor vivo nestes casos, é ter o terreno preparado para bem educar os filhos.

O filho inseguro em relação ao amor entre os pais, é inseguro em relação ao amor dos pais por ele.

2º) Fidelidade a Deus – Em quem os pais buscam força e confiança? Esta força é vulnerável, balança ao sabor das ondas? Se formos fiéis a Deus, seremos fiéis à nossa família, pois é isso que Deus nos ensina. A paternidade humana deve ter coerência e concordância com a paternidade de Deus, tão bem compreendida por São José. A maternidade humana deve inspirar-se na maternidade de Maria Santíssima. De onde vêm o nosso aprendizado sobre o ser pai e mãe? Naquilo que vivemos com nossos próprios pais, devemos selecionar o que é bom ou ruim, e aproveitar o que é bom. Não tiraremos exemplos bons de novelas, tenhamos cuidado onde nos influenciamos em nosso comportamento como pais e sejamos fiéis a Deus para sermos salvos, e para que toda a nossa família seja salva. “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família”. (Atos 16,31)

Exemplos: Uma mãe que gostaria muito de ficar mais tempo em casa com os filhos, a renda financeira permite isto, mas o casal opta pela mãe se ausentar do lar durante 14 horas seguidas, por influência da mídia, dos pais… Está buscando referência onde? Um casal que rezava junto antes da chegada dos filhos, mas agora que tem dois filhos, já não vai mais à missa porque os filhos fazem bagunça, estão cansados… Está sendo fiel a quem? Como os filhos aprenderão a importância da fidelidade a Deus? No colo dos pais.

Para os casais que querem educar os filhos de maneira cristã, devem buscar em Cristo todo o alicerce, amar seu cônjuge e seus filhos “como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela”.

3º) Gastar tempo com os filhos – Se somos pais, devemos saber que o nosso coração é dividido entre Deus, cônjuge e no número de filhos. Entendamos que precisamos ter tempo para cada um deles. Os filhos farão a experiência de sentirem-se amados por nós na medida em que comemos com eles, brincamos com eles, acompanhamos e tiramos suas dúvidas na lição de casa, escutamos com interesse aquilo que aconteceu na escola… Sem deixarmos nossos gostos pessoais, sem deixarmos de dar atenção ao cônjuge, temos de viver a alegria e a realização (porque faz parte de nossa vocação) de nos entretermos com eles, de acordo com as necessidades próprias de cada idade.

Exemplos: Se um filho passa 12 horas na escola, e os pais reclamam na escola se o filho saiu da escola sem o banho tomado, sem jantar, e quando chegam em casa vão se entreter com a internet, com a televisão, será que estão tendo tempo de qualidade de convivência com seus filhos? Os filhos precisam marcar um horário para serem escutados por seus pais? Quando crescerem não dará mais tempo, nem os filhos precisarão do tempo que os pais podiam ter gastado com eles… As conseqüências já estarão se desenrolando… Boas ou não…

Não são os presentes que damos aos nossos filhos que marcarão a nossa passagem na vida deles, mas o tempo que gastamos com eles. Muitos sentiram mais a morte de suas babás do que de suas próprias mães.

4º) Conhecer os filhos. Aceitar as diferenças de cada um e incentivar seu crescimento – Cada filho é único. Único em seus gostos, em seu temperamento, na sua maturidade, em suas reações. Não podemos pensar que a maneira com que corrigimos um filho terá o mesmo efeito e reação com o outro filho… Isto é conhecer e lidar com cada um individualmente. Apesar do nosso amor por cada um deles ser o mesmo, um filho exigirá mais ou menos empenho que o outro, dependendo da idade e da fase, e não devemos ficar comparando-os a todo o momento… Não são os mesmos, nem devem ser. A família é composta pelas diferenças entre seus membros e estas diferenças formam a beleza única de cada família e seus desafios demonstram a maneira que Deus escolheu para santificar e levar à salvação cada um da família.

Exemplos: Estimular o filho mais lento, refrear o filho mais impulsivo, motivar aquele aparentemente mais apático… Não exigir do filho de 3 anos o mesmo que se exige do filho de 12… Porém, ter a mesmo carinho e disposição para empregar os esforços para que tanto um quanto o outro se comportem bem…. Dar o exemplo, e ao seu tempo, deixar que eles mesmos façam por si só suas obrigações, mesmo que imperfeitas… Cada um arrumar sua cama, ter seus pertences em ordem, colaborar nas tarefas domésticas, ajudar o irmão mais novo na lição de casa, preparar um suco para o papai que chegará cansado do trabalho…

Cada filho tem em si todo o amor particular de Deus por ele, foi criado pelo amor único de Deus, e devemos ajudá-lo a descobrir sua vocação e aptidões, para que seja feliz em sua vida sobre a terra, vivendo o sonho de Deus para ele.

5º) Amor e firmeza – Estas duas medidas devem ser iguais, pois onde tiver uma e faltar a outra, verificaremos o desequilíbrio na educação de nossos filhos. Precisamos amar e demonstrar amor, com beijos, abraços, elogios, com contato físico, atenção, contando histórias, brincando… Mas também precisamos ser firmes naquilo que é o correto. Se só demonstrarmos amor, e não formos firmes ou se só formos firmes e não demonstrarmos amor seremos como uma pessoa bem vestida para uma festa, porém, com os pés descalços, ou com sapatos suntuosos, e com farrapos sobre o corpo…

Exemplos: Beijarmos a todo o momento nosso filho, dizendo que o amamos, mas não ensiná-lo a não deixar os tênis jogados pelo meio da sala, e nós recolhermos o que devia ser recolhido por ele… Será que está certo? Exigirmos que o filho fizesse suas lições de casa, mas falarmos isso de costas, sem verificar se precisa de ajuda, ou sem dar um Bom Dia…

Tanto o carinho quanto a correção são mais dignos de crédito, quando são equilibrados, e onde não falta nenhum dos dois.

6º) Pai e mãe – unidos na autoridade – O pai e a mãe devem de comum acordo, conversar e combinar aquilo que acham importante na educação dos filhos. Em alguns pontos podem até discordar, mas esta discordância deve ser acertada antes de chegar aos filhos, cada um cedendo um pouco na sua vontade, para que falem a mesma língua. Um lar onde as direções são opostas, por parte dos pais, é desgastante, os pais falam muito e os filhos obedecem pouco, pois “escolhem” a quem devem obedecer, conforme a conveniência, além de gerar insegurança. Não podemos também tirar a autoridade do cônjuge na frente dos filhos, discordando da sua correção, e tomando partido do filho. Mesmo que não concordemos, devemos ser razoáveis e esperar o tempo oportuno e a sós com o cônjuge para explicitar isso.

Exemplos: O pai fica demasiadamente bravo e dá um castigo porque o filho derrubou catchup na camiseta da escola. A mãe rapidamente já diz: “Pare de brigar com ele!” É um incidente corriqueiro, mas não deve acontecer, deixe o pai dar a bronca, reforce, se possível, o que o pai disse, dizendo: “Você tem que tomar mais cuidado, filho!”, ao invés de tirar a autoridade do pai. Depois que o filho for para a escola, você pode conversar com seu marido: “Não acha que foi um pouco ríspido com ele?”
Se continuarem com esse comportamento (de falta de unidade) ao longo da educação do seu filho, pode se deparar com seu filho aos 18 anos saindo com más companhias, e você mãe, escondendo do pai, por medo da correção dele. È assim que podemos perder nossos filhos para o mundo!

O lar deve ser transparente, os filhos devem saber que a postura deles é una, e os pais não devem ter medo de corrigirem os filhos quando necessário. Buscarão forças em Deus, e sabem que podem contar com o apoio um do outro.

7º) Devemos amar o nosso lar, ele deve ser um lugar feliz – O nosso lar deve ser um lugar onde é gostoso estar, onde “não vemos a hora de chegar nele”. Como isto é possível?Todos, na família, devem cuidar do ambiente físico, proporcionar momentos aconchegantes, festivos, o lugar deve ser limpo, cada um deve ter o seu espaço onde possa guardar suas coisas preferidas, intercalar a rotina com momentos livres. Se a rotina for militar ou se for totalmente sem horários sempre, como podemos manter a segurança e alegria do lar?

Exemplos: Precisamos ter horários, horários para sair da cama, para almoçar, para entrar na escola, entrar no trabalho, mas precisamos ter os momentos de oração, de lazer. A disciplina de um ajuda na descontração do outro. Não podemos levar nosso filho na escola cada dia num horário, todos os dias atrasado, dormirmos às três da manhã para acordar às seis, e querer que o filho tenha rendimento na escola… Se não tivermos um pouco de disciplina e rotina, ficamos doentes, pois precisamos nos alimentar, dormir, ler, descansar, trabalhar… Se equilibrarmos a nossa rotina, e ajudar nossos filhos a fazer o mesmo, seremos mais felizes…

“Nosso lar é o lugar onde devemos nos sentir seguros, à vontade, onde somos motivados a crescer e a vencer os desafios, dentro e fora de casa. No nosso lar, Deus deve ser honrado e servido com a vida de cada um da família.”

Sandra Capobianco
Discípula Sagrada Família

O LUGAR DA MULHER

O LUGAR DA MULHER

 É de relevância e essencial o lugar da mulher na família, na
Igreja e na sociedade. Onde ela falta esses organismos vão mal. Ela tem o
condão outorgado por Deus para o ensino, a atitude e a prática da ternura e do
equilíbrio afetivo e efetivo na convivência humana.

 Deus quis depender de uma mulher para vir de forma humana
entre nós, na pessoa do Verbo Divino. Nisso ela se torna mãe de Deus, pois, o
fruto de seu ventre não é um simples homem. É um ser divino-humano. Ele o prova
por seu ser e agir, coroando-o com a ressurreição.

 Na família a mulher é promotora da vida, na relação da
afeição humana com o marido e os filhos, no amor manifestado na afetividade e
sexualidade, bem como no equilíbrio do relacionamento de complementaridade com
o par. Faz a relação com o homem produzir outras vidas, na transmissão da nova
geração. Seus predicados femininos tornam o equilíbrio mais adequado nas
relações familiares à convivência saudável com o cônjuge e os filhos. A ternura
é uma de suas virtudes essenciais. Sua fé praticada a torna forte na missão e
na superação dos limites de si e de seus familiares. A faz superar até o que
humanamente parece insuperável. O bombardeamento e a corrosão das virtudes e do
valor dela hoje trazem consequências danosas para todos, apesar das delícias
aparentes muitas vezes apresentadas como modernismo, ou seja, o não ter filhos,
não ter parceiro estável, não compromisso matrimonial durável e a superação de
casamento sem parceria da diversidade de gênero.

 Em relação à comunidade eclesial a presença feminina é
substancial e básica para a convivência com os valores cristãos. Maria é Mãe da
Igreja, pois, gerou sua Cabeça. Esta sem corpo não existe e vice-versa. Foi por
meio dela que Jesus veio. Sem a mulher não temos geração de filhos para a
Igreja, não só no sentido biológico e de números, mas na manifestação e prática
da real ternura de Deus. Ela colabora indispensavelmente com a promoção da fé e
da ação missionária na Igreja e na sociedade. Ela dá o toque psicológico da
maternidade para o estímulo de todos no seguimento de Jesus. Seu valor é
incrivelmente grande para a Igreja ser Igreja, discípula e missionária de
Cristo, para a promoção da vida em todas as dimensões. Quantas santas mulheres
existiram e existem, que mostram sua grandeza diante de Deus e dos seres
humanos!

 A mulher na sociedade faz haver vida e esperança para todos.
Sem ela nem o puro laboratório artificial de geração de vida não seria capaz de
popular a terra para dar sustentabilidade ao ser humano. Com seus pendores,
característicos de sua identidade, ela é capaz de fazer com que o ser humano
não produza só matéria, mas ternura, retidão e bondade.

 O lugar no céu da Mãe de Jesus, para onde ela foi elevada
ressuscitada, é prenúncio de que é o lugar definitivo de todas as mulheres e de
todos os homens que a seguem no caminho do Filho de Deus.

 Dom José Alberto Moura

Arcebispo de Montes Claros

 

Filhos são sempre uma bênção

Filhos são sempre uma bênção

A cada dia mais é
freqüente vermos jovens grávidas e pais muito jovens. A meu ver, isso nega a
lógica das campanhas ministeriais de prevenção da gravidez, as quais, muitas
vezes, estão a favor do sexo livre. Com isso, constatamos que o que falta não é
informação, como muitos defendem, mas maturidade psicológica dos jovens que
iniciam sua vida sexual muito precocemente, sem se dar conta das conseqüências
de seus atos. Possuem informações sim, mas não sabem aplicá-las para suas
vidas, pois com uma visão centrada neles mesmos e nos prazeres imediatistas,
acham que nada vai acontecer com eles: é a visão mágica de ser imune a toda
conseqüência negativa de seus atos.

A gravidez faz com
que a jovem e também o jovem pai façam de maneira brusca a passagem de filho/a para
pai/mãe. Muitas vezes pulando a etapa esposo/esposa. Seu mundo adolescente se
rompe e vem a obrigação de adulto. Obrigações estas, que a meu ver, não devem
ser transferidas e assumidas pelos pais deles. Os progenitores, muitas vezes,
caem no erro de ficar com pena dos filhos por estes terem de assumir
precocemente uma família, e por se sentirem culpados ou por terem vivido a
mesma situação, acabam os superprotegendo mais uma vez, não permitindo que
façam essa passagem, mesmo que de forma abrupta e precoce. Dessa forma,
eles os condenam a ser eternamente adolescentes inconseqüentes
.

Vejo que o adequado
seria tratarmos os assuntos de forma preventiva em nossas famílias e na
sociedade, formando nossos jovens para viver cada etapa de seu desenvolvimento:
a criança brinca e aprende a ser sociável; o adolescente dedica-se aos estudos
e à prática das relações sociais, preparando-se para assumir a vida a dois e a
família; e o adulto, sim, pode viver plenamente sua sexualidade de forma
responsável. Mas quando isso não acontece e a vida sexual se inicia irresponsavelmente
na adolescência, o bom seria que a gravidez indesejada fosse motivo para se
repensar no proceder de todos os envolvidos e se chegasse à conclusão de que
esta criança é a coisa mais importante no momento, pois é uma vida que está
chegando, é uma bênção e a bem-vinda. Pois um filho é sempre uma bênção, é
fonte de alegria e prazer, venha ele quando e como vier.

http://www.santuarioaparecidapr.com.br