Quando os homens rezam


Quando os homens rezam

Infelizmente, muitos deixaram de rezar afirmando que oração era coisa de mulher


Quando os homens se manifestam, a graça acontece e Deus age. Nós homens somos convidados a ser intercessores: guerreiros que combatem na oração. Para isso, precisamos ser cheios do Espírito Santo, para assumir a missão que o Senhor nos confia.



O mundo está perecendo por falta de homens que rezam e assumam o ministério da intercessão, clamando pela misericórdia do Senhor. Deus quer resgatar no coração deles o gosto pela oração e pelo louvor.



Nós homens precisamos ser adoradores em espírito e em verdade, e assumir uma postura de guerreiros diante das forças do mal. A Igreja necessita de homens que ofereçam sacrifícios pela conversão dos pecadores e pela salvação das almas. Isso só será possível se nós homens deixarmos a nossa má vontade, o nosso comodismo e formos dóceis à vontade do Senhor.



Infelizmente, muitos deixaram de rezar, afirmando que oração é coisa de mulher e de criança. Mas é o próprio Espírito Santo quem convoca a nós homens. É a Palavra de Deus que testemunha isso:



“Antes de tudo, eu recomendo que se façam pedidos, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens. Quero, portanto, que os homens orem em toda parte, erguendo para o céu mãos santas, sem ira nem discussão” (I Tm 2, 1.8).



Muitas famílias estão se desestruturando porque o homem não assume a Igreja doméstica que é o seu lar. Por isso vemos o caos em que se transformaram as nossas famílias, porque os homens não se decidiram por Deus.



Quando o homem não assume o senhorio de Jesus em sua família, a conseqüência é a destruição do próprio lar. Digo a todos os homens: é tempo de retomada. Comecemos a rezar! Não se sinta envergonhado! Se você não sabe rezar, procure ajuda. É assim que se começa. Comece a falar com Deus, a desabafar com Ele do jeito que você souber. Não existem fórmulas ou maneiras estabelecidas para isso. Com o Senhor, você pode ser espontâneo.



O homem é a “cabeça” da família. Ele é o primeiro que precisa tomar posse do plano de salvação, a qual Deus lhe confiou para a edificação do seu Reino. Os homens são escolhidos pelo Senhor para serem os dirigentes, os governantes, os administradores, aqueles que têm nas mãos as decisões, aqueles que fazem chegar a transformação na política, na administração, na economia, na saúde…



O Senhor está convocando os homens para serem homens de Deus, homens de oração, para que as decisões d’Ele se realizem aqui na terra.



O nosso chamado é para sermos homens de oração, que se deixam conduzir pelo Espírito Santo, tornando-nos uma brasa viva do amor de Deus. Faça da sua vida uma oração e a cada dia você poderá testemunhar as maravilhas que o Senhor tem operado em sua vida.


 


Extraído do livro: “Isto é obra do Senhor: um milagre aos nossos olhos!”


Padre Jonas Abib
pejonas@cancaonova.com


 

Um compromisso para toda a vida



Um compromisso para toda a vida

A idéia do compromisso eterno pode nos provocar calafrios


A idéia do compromisso eterno pode nos provocar calafrios. Como poderíamos medir o infindável se nossa percepção de tempo está compreendida dentro de um calendário, montado e definido por homens, com 365 dias e formatados em 24 horas?



Ficamos surpresos em conhecer casais que, numa idade em que a vitalidade de suas vidas esteja apoiada por muletas, ainda celebram suas bodas. Acreditar que nossos relacionamentos durarão por toda uma vida pode até nos trazer um sentimento de impossibilidade ao seu cumprimento, quando deparamos com a vulnerabilidade de nossa natureza humana. Conscientes de nossa fragilidade, entendemos que jamais poderíamos por nós mesmos atingir este objetivo, ainda que fosse por um período pré-determinado por homens e regido por um contrato.



Muitas pessoas se casam na expectativa de nunca viverem crises conjugais ou acreditam que jamais terão problemas com filhos ou amigos. Atritos, e nem sempre leves, acontecerão na vida em família e em todas as outras esferas de nossos relacionamentos. E o desejo de “rescindir” o compromisso assumido não passará longe de nossas considerações quando emergirem as tensas dificuldades.



Defrontamos com algumas situações de convivência que exigem de nós empenho e coragem para continuarmos a viver o propósito assumido, especialmente quando parecem estar sem sabor ou impossíveis de serem sustentadas. Nessas ocasiões, poderíamos apenas tolerar o outro para manter uma aparência favorável, mas estaríamos longe de um vínculo verdadeiro, digno daqueles que realmente se esforçam para ser melhores.



Uma cozinheira, como se não estivesse contente com aquilo que comumente faz, não hesita em acrescentar um condimento especial, seguindo sua intuição em querer fazer melhor uma determinada receita. Em nossas vidas, de maneira semelhante, devemos estar sempre prontos a realizar algo diferente do que a maioria normalmente tenderia a fazer. Acreditar que poderá surgir um novo “sabor” na relação vivida, mesmo depois de atritos, seria o “condimento” especial – da eterna reconciliação – o qual deveríamos acrescentar na “receita” da boa convivência.



Alguns poetas, lançando mão da liberdade da escrita e na tentativa de escapar do compromisso exigido por um relacionamento dinâmico e vivo, enquadram o sentido do eterno à fragilidade dos sentimentos fugazes, como justificaria Vinicius de Moraes: “Que seja eterno enquanto dure…”



Entretanto, diante da convidativa proposta de nossa fragilidade, precisamos lembrar que somente poderia nos propor a condição de um compromisso eterno Aquele que por natureza o é; e que tem o domínio de todas as coisas, inclusive de nossa limitada e débil natureza. Portanto, conseguiremos levar a cabo a fidelidade de um compromisso por toda nossa vida, quando nos empenharmos em querer ser melhores e depositarmos a confiança em Deus que nos capacitará para assimilarmos e ultrapassarmos os golpes contrários que surgirão com relação a esse propósito.


 


Deus abençoe,



José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.



 

Restaurar o relacionamento com Deus


Restaurar o relacionamento com Deus

Sem a experiência de Deus, nenhuma pessoa conseguirá amar verdadeiramente


A absoluta necessidade da restauração da família exige a restauração do relacionamento com Deus. Deus ficou fora da vida da maioria de nossas famílias. O problema maior é que sem Deus, em pouco tempo, o amor deixa de ser amor. Sem Deus o que se pensava ser amor transforma-se em fonte de sofrimento, solidão e morte. O amor é impossível sem Deus. No máximo se consegue manter uma paixão, mal resolvida, fraca e instável.



Sem a experiência de Deus, nenhuma pessoa neste planeta conseguirá amar verdadeiramente. O amor real é muito diferente do imaginário, sempre poético e cheio de emoções positivas e bonitas. O amor real é feito também de emoções negativas, de coisas feias, de incertezas, medos e desafios. O amor real muitas vezes passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e isso sem Deus, é impossível superar.



Por isso, é fundamental descobrirmos um caminho para Deus. Aliás, penso que aqui se encontra também a grande possibilidade da restauração de nossas famílias. Somente a partir de uma experiência de Deus, é possível falar em experiência de amor. O mundo moderno carece de um modelo de matrimônio e de família. Infelizmente, muitos olham para o matrimônio cristão como um conjunto de renúncias, sacrifícios, obrigações, deveres e pecados.



O fato de ser o matrimônio cristão sacramento dá uma dinâmica que o distingue de todas as outras formas de relacionamento humano, até mesmo no campo religioso. Sendo sacramento, o matrimônio cristão é dinâmico e vivo. Essa vivacidade é o grande caminho para que o mundo encontre o sentido primeiro do amor. Quanto mais próxima de Deus melhor a família saberá ser um caminho original rumo ao sentido do sagrado, perdido pela sociedade moderna. O mundo perdeu o senso do sagrado, o caminho da transcendência, mas, consciente ou inconscientemente, esta buscando essa transcendência.



Deus recorre, muitas vezes, às imagens matrimoniais e familiares para falar de seu amor pela humanidade. Se Deus recorre à imagem do amor humano para se manifestar, é mais do que correto fazermos o mesmo. Olhando para o amor humano, santo e sarado, chegaremos a perceber o amor divino.


Para que isso aconteça, é preciso perceber como é a presença de Deus na vida de cada pessoa da família. Deus não pode ser um estepe em minha vida. Precisamos ter um relacionamento pessoal com Ele, e não somente uma oração desesperada ou mágica, nas horas de crise e dificuldade.


Deus precisa ser Aquele que dá orientação e sentido à minha vida.


.: Trecho do livro: Famílias restauradas



Padre Léo – SCJ



 

Nossos filhos estão criando asas



Nossos filhos estão criando asas

Nossas crianças assumiram novos posicionamentos de opiniões e desejos


Remontando a nossa história, quando crianças, lembramos das muitas vezes em que tivemos nossa mãe presente, para nos ajudar a resolver os pequenos impasses do nosso cotidiano. Era comum recorrer à sua ajuda em todos os nossos desafios.



Nos dias atuais, essa característica já não é tão forte para a nova geração. Sabemos que o novo ritmo imposto pelo mundo tem ditado, também, um novo comportamento familiar. Muitas famílias contam com a provisão não somente do marido, mas também com a da contribuição feminina. Não temos dúvidas da versatilidade das mulheres para manter a casa e ainda ocupar seu lugar no mercado de trabalho.



Para toda ação há uma reação. De todos os benefícios obtidos para o lar, com a participação das mães de família no mercado de trabalho, houve também uma reação no comportamento dos filhos que começaram a ter as creches como extensão de suas casas. Atualmente essas se caracterizam pela especialização no melhor atendimento para uma clientela que, mesmo sem saber falar ou reclamar seus direitos, tem os critérios dos pais na exigência dos serviços prestados para ela.



Se compararmos o nosso comportamento de infância com o das crianças do século XXI, perceberemos uma grande desenvoltura destas, talvez, por iniciarem em tenra idade o exercício da convivência social. Com o passar do tempo, nossas crianças cresceram e assumiram novos posicionamentos de opiniões e desejos. O senso de decisão e a perspicácia para o novo são notórios e, muitas vezes, o senso de independência também aparece mais cedo para esta nova geração.



As crianças e adolescentes do século XXI já não são tão dependentes para escolher uma roupa ou para decidir o que comer. O que antes era resolvido pelos pais, agora, pouco a pouco, tem se manifestado como sinal de maturidade, ainda que sejam pequenos.



Talvez, por terem enfrentado muito cedo situações que facilmente os pais resolveriam por eles, esses filhos, hoje, já vivem certa “independência”. Tornaram-se adolescentes “resolvidos” e suas opiniões poderão ser facilmente confundidas pelos pais como “desobediência”. Entretanto, no exercício dessa liberdade, certas escolhas ou procedimentos deles [filhos] podem conflitar com os princípios defendidos pela família.



Digerir uma situação que os filhos insistem em vivê-la, mesmo contraria à vontade de seus pais, é uma tarefa difícil para os genitores, talvez, mais difícil que sustentar a própria casa. Para nós, pais, creio eu, respeitar as opções deles não significa estar de acordo ou aprová-las. Os filhos precisam conhecer as razões que levaram os pais a se manifestarem desfavoravelmente ao que tinham optado por viver ou experimentar.



Ainda que nossos filhos possam estar criando asas, é sempre bom recordá-los de que o vínculo e a tranqüilidade familiar sempre serão o “porto seguro” onde poderão restabelecer suas forças, e o “laboratório” onde aprenderão a conquistar o amadurecimento pessoal. Por mais resolvidos que possam se achar, ainda não conseguem vislumbrar o que foi encarado pelos mais velhos.



Que Deus nos ajude a viver esse ministério. Abraços.



José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.



 

Pais, um espelho para os filhos



Pais, um espelho para os filhos

Uma nova geração começa em cada família


Ao observarmos as brincadeiras de nossos filhos, muitas vezes, vamos nos surpreender com a fiel representação daquilo que, sem perceber, costumamos fazer. Por via de regra, nas suas conversas e brincadeiras de “casinha”, estavam representando, no seu mundo de fantasia, nossos modos de pais. Sem muito esforço, perceberemos que até a nossa maneira de falar, gesticular ou de nos comportar à mesa são fielmente reproduzidos pelas nossas crianças como se estivéssemos vendo a nossa versão em miniatura.



As brincadeiras dos meninos, freqüentemente, estão representando as responsabilidades dos pais, através de um personagem que sai para trabalhar de carro, de ônibus ou a pé. As meninas são normalmente as mães que se dedicam a manter a casa arrumada, a preparar a comida, a cuidar do bebê… Em outros casos, certamente, esses personagens podem ganhar um outro “script” como uma mulher empresária, uma professora, médica, entre outros. Tudo dependendo da realidade da família da qual as crianças fazem parte e de sua fértil imaginação. Em algumas circunstâncias, os pais poderão ouvi-las repreendendo suas “filhinhas” com as mesmas palavras que comumente elas são, também, repreendidas. Que nenhum pai tenha o desprazer de assistir suas crianças esbofeteando suas bonecas!



Se analisarmos um pouco, facilmente perceberemos que muitos dos nossos valores foram adquiridos por meio do testemunho de nossos pais. Ainda que não tivéssemos contemplado somente os bons exemplos, na nossa decisão infanto-juvenil, “intencionávamos” ser diferentes com nossos próprios filhos. Mais que um canal da provisão em casa, nossos pais estavam refletindo um modelo de comportamento.



Hoje, temos a graça de “consertar” em nós algumas coisas que vivemos e experimentamos como filhos, para que mais uma geração não venha a sofrer as mesmas dores. Sem dúvida, mais que super-heróis, os pais são, para os filhos, os modelos mais próximos que lhes transmitirão o senso de responsabilidade, respeito, idoneidade, espiritualidade, entre outros. Acredito ser muito difícil a cobrança de um determinado comportamento, quando os pais não foram os canais para alguns desses valores.



Assim como lembramos os gestos de nossos pais, lembramo-nos também dos momentos em que não seguimos, tão retamente, o que nos foi ensinado. “Os acidentes de percurso”, dificuldades e algumas crises na educação de nossos filhos, nós também vamos enfrentar.


A certeza que podemos acalentar é que os valores fecundados na essência de nossas crianças são irrevogáveis e, certamente, serão transmitidos para outras gerações, que seguramente, não chegaremos a contemplar.



A nossa pequena família é um espelho de formação para outras e poderá ser a graça estendida até a nossa milésima geração.



Deus abençoe a semente de uma nova geração que começa em cada família.



José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.