Passagem certa



“Passagem certa


 


“Eu sei que o meu Redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne verei a Deus (Jô 19, 25-26)”.


 


“Eu sou a Ressurreição, Eu sou a Vida, diz Jesus. Quem crê em Mim, mesmo depois de ter morrido, viverá; e quem vive e crê em Mim, não morrerá eternamente”.


 


Agradeço a tantos amigos e irmãos em Cristo que rezarem para o descanso eterno da alma de meu pai Celso Gomes da Silva de 74 em Goiânia, onde me encontro nestes dias.


 


Caríssimos leitores a gente nem sabe o que dizer. A mim que sempre cultivei um pensamento positivo quanto à morte de quem viveu bem, às vezes me sinto como uma folha ao vento.  E as verdades da fé realmente são umas forças e se torna o vento que impulsiona a folha de minha vida.


 


Como deve ser triste e terrível o não ter fé!


 


“Se Jesus morreu e Ressuscitou – e esta é a nossa fé – de modo semelhante Deus trará de volta, com Cristo, os que através dele entraram no sono da morte (1Ts 4,14)”.


 


Reforço nestes dias e retomo minhas antigas reflexões sobre a morte e o que faria se soubesse que logo partiria desta vida.  Sempre nos meus primeiros anos de vida religiosa gostava de meditar muito nos últimos acontecimentos de nossa vida. Relaxei um pouco confesso. Mas percebo que é muito importante estas reflexões e as atitudes depois delas.


 


NO FIM DE MINHA VIDA COMO GOSTARIA DE TER VIVIDO?


COMO GOSTARIA DE TER TRATADO O MEU PRÓXIMO?


 


Cada um colherá o que tiver plantado…


Grupo Santa Clara de Assis


                              freiricardo@hotmail.com


 


 

Família, muito mais que um conjunto de pessoas



O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela.



A família é muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer jeito, e vivendo juntas na mesma casa. É muito mais do que isso, ela é a “célula mãe” da humanidade. Quando Deus quis que a humanidade existisse, a projetou baseada na família; por isso ela é sagrada. Não foi um Papa, um Bispo ou um Cardeal que a instituiu, mas o próprio Deus, para que ela fosse o berço e o escudo de proteção da vida humana na terra.



Marcada pelo sinete divino, a família, em todos os povos, atravessou os tempos e chegou até nós no século XXI. Só uma instituição de Deus tem esta força. Ninguém jamais destruirá a força da família por ser ela uma instituição divina. Para vislumbrar bem a sua importância basta lembrar que o Filho de Deus, quando desceu do céu para salvar o homem, ao assumir a natureza humana, quis nascer numa família.



O Papa João Paulo II, na “Carta às Famílias”, chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como de uma nascente sagrada e é cultivada e formada. É missão sagrada da família guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.



Na visão bíblica, homem e mulher são chamados a – juntos – continuar a ação criadora de Deus e a construção mútua de ambos, gerando os seus filhos amados.



Este é o desígnio de Deus para o homem e para a mulher: juntos, em família: “crescer”, “multiplicar”, “encher a terra”, “submetê-la”. Vemos aí também a dignidade, baseada no amor mútuo, a qual leva o homem e a mulher a deixar a própria casa paterna, para se dedicarem um ao outro totalmente. Este amor é tão profundo, que dos dois faz um só, “uma só carne”, para que possam juntos realizar um grande projeto comum: a família.



Daí podemos ver que sem o matrimônio forte e santo, não é possível termos uma família forte, segundo o desejo do coração de Deus. Isso nos faz entender também que a celebração do sacramento do matrimônio é a garantia da presença de Jesus na família que ali começa, como nas Bodas de Caná.



Como é doloroso perceber hoje que muitos jovens, nascidos em famílias católicas, já não valorizam mais esse sacramento e acham, por ignorância religiosa, que já não é importante subir ao altar para começar uma família!



Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC §2205).


Essas palavras indicam que a família é, na terra, a marca (“vestígio e imagem”) do próprio Deus, que, através dela continua a sua obra criadora. É muito mais que um mero grupo de pessoas.



O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela. É ali que os filhos e os pais devem ser felizes. Quem não experimentou o amor no seio do lar, terá dificuldade para conhecê-lo fora dele. Os psicólogos mostram quantos problemas surgem com as pessoas que não experimentaram o amor do pai, da mãe e dos irmãos.



“A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC §2207). Ela é a “íntima comunidade de vida e de amor” (GS, 48).



Toda essa reflexão nos leva a concluir que cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unir em matrimônio e constituir uma nova família, não podem fazer isso levianamente, mas devem fazê-lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total, fiel, madura, responsável, até a morte… Se destruirmos a família, destruiremos a sociedade. Por isso, é fácil perceber, cada vez mais claramente, que os sofrimentos das crianças, dos jovens, dos adultos e dos velhos, têm a sua razão na destruição dos lares.



Cabe aqui uma pergunta: Como será possível, num contexto de grande imoralidade de hoje, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada, e uma vida digna, com esperança?



Fruto da permissividade moral e do relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a porcentagem de famílias destruídas e de pseudofamílias, gerando toda sorte de sofrimentos para os filhos. Muitos crescem sem o calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo essa carência afetiva que se desdobra em tantos problemas e frustrações.



Podemos resumir toda a grandeza, importância e beleza da família, nas palavras do saudoso Papa João Paulo II, na Encíclica Evangelium Vitae: “No seio do ‘povo da vida e pela vida’, resulta decisiva a responsabilidade da família: é uma responsabilidade que brota da própria natureza dela – uma comunidade de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio – e da sua missão que é ‘guardar, revelar e comunicar o amor’” ( FC,17).



Muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer forma e vivendo juntas, a família, o berço da humanidade segundo o desejo de Deus; é o fruto da união de um homem e de uma mulher, unidos pelo matrimônio e pelo amor para sempre, vivendo a fidelidade, indissolubilidade e gerando os filhos de Deus.



Felipe Aquino


 

Juntar vidas é juntar limitações



  Não existe relacionamento maduro sem renúncia



Quando nos aproximamos de alguém e iniciamos qualquer tipo de relacionamento (amizade, coleguismo, namoro, matrimônio, ideais religiosos, etc…), nos aproximamos também de suas fraquezas e frustrações. Quanto mais próxima for nossa convivência, maior será essa constatação, pois teremos um contato muito maior com as limitações da pessoa. Somente pela experiência do amor verdadeiramente autêntico é possível ao ser humano começar a curar suas enfermidades e construir uma história de vida equilibrada. Só o amor verdadeiro pode curar as feridas que trazemos embutidas em nossa vida.



Ao unir duas pessoas, em qualquer relacionamento, o amor une também seus sofrimentos. Juntar vida é juntar limitações. O sofrimento e o amor são as experiências mais íntimas e pessoais que existem. Se o amor revela o lado bonito da vida, o sofrimento está sempre presente para lembrar um lado menos bonito, mais sério e triste. E aqui não se trata de fazermos uma escolha entre amor e sofrimento. Na verdade, essas duas realidades são a manifestação de uma única existência.



Excluir o amor ou o sofrimento da vida é aniquilar-se. Somos modelados pelo amor e pelo sofrimento. Infelizmente, como estamos vivendo num mundo cada vez mais superficial, em que as pessoas buscam as coisas fáceis, instantâneas e descartáveis, queremos fugir de relacionamentos que exigem sacrifícios, renúncia, garra, perdão, recomeço…


Buscamos coisas mágicas. Queremos emoções momentâneas, súbitas, fugazes. Só é bom aquilo que é imediato e não exige esforços. Acontece que tudo que tem essas características são realidades que se dissolvem rapidamente. Do mesmo jeito que chegam, partem. Temos medo daquilo que exige intensificação de forças físicas, intelectuais ou morais para a sua realização. Fugimos daquilo que exige dificuldade e empenho, trabalho e empreendimento. Falta-nos coragem, destemor e valentia. Com isso, quando deparamos com os sofrimentos que existem no amor, queremos idealizar um amor sem sofrimento, uma vida inconseqüente.



Numa vida superficial, na qual falta coragem para lutar, a pessoa perde a garra para levar adiante os relacionamentos que exigem sacrifício. Por isso, muitos se conformam e acabam por abandonar o barco. Uma coisa é certa: sem esforço, garra e renúncia não existe cura para o ressentimento; do mesmo jeito que sem perdão não existe a possibilidade de amar. Não existe relacionamento maduro e equilibrado sem renúncia, perdão e sacrifício.



Relacionamento é algo que não acontece de uma hora para outra. O verdadeiro relacionamento deve ser cultivado todos os dias e a cada dia. Sem esse cultivo, o menor sentimento negativo vira ressentimento e mata o amor.


 


Artigo extraído do livro “A cura dos ressentimentos”

Pe. Léo

Vencendo o luto, superando as perdas.



Vencendo o luto, superando as perdas


A nossa vida é cheia de perdas e lutos, de altos e baixos. A maior dor, porém é a perda de alguém muito querido, como pai, mãe, esposo ou esposa, alguém com um laço afetivo muito forte. Geralmente associamos perda ao luto, mas existem situações em nossa caminhada que são tão intensos que vivemos uma perda como um luto. Por exemplo, as separações, as mudanças de cidade ou trabalho, o termino de um namoro, a mudança de escola, decepções, traições e etc. É uma dor que precisa ser enfrentada com realismo e muita ajuda pessoal, espiritual e muitas vezes acompanhada por algum profissional, ou alguém que tenha condições de vencer comigo estes momentos difíceis. Quanto mais próxima à pessoa ou a situação que se perde mais difícil e delicado o processo de recuperação, mas é possível viver bem e superar esses momentos de perdas e lutos.
      Há dois meses e meio eu passei por uma grande perda, o falecimento de minha mãe. Fui para São Paulo duas semanas atrás no retiro dos sacerdotes da minha comunidade, seria um encontro de silêncio e muita reflexão, iríamos trabalhar a nossa historia de vida, na verdade era um retiro de cura interior, graças a Deus. Como eu estava precisando fazer silêncio para digerir tudo que tinha vivido nos últimos meses, só que eu não conseguia entrar na dinâmica do retiro, estava muito agitado e com muitas dores de estômago e de cabeça. Já eram sintomas de uma perda mal vivida, eram sintomas patológicos de algo que estava se passando em minha alma, em meu coração, a dor da perda, da ruptura, não tinha ainda vivido de verdade o luto de minha mãe. Isso tudo eu descobrir no primeiro atendimento onde minha acompanhadora enviou-me para que a Reinalda Reis conversasse e orasse por mim. Foi um atendimento libertador, tanto a nível espiritual como psicológico, pois estava com duas situações, mas ela detectou que eu ainda não tinha vivido o luto, a ruptura, eu ainda estava e tinha o direito de estar de luto pela perda de minha mãe.
      Espiritualmente eu me preparei, entendi e vivi a esperança da ressurreição, mas o meu psicológico e emocional e também o físico estavam reclamando. Ela me dizia: _ “O senhor esta de luto, tem o direito de chorar, de querer ficar só, de querer o silêncio, é normal. Precisa aceitar que teve uma grande perda, um vínculo afetivo fortíssimo que é a mãe. A psicologia diz que é necessário dois ou três anos para você se recuperar totalmente da perda, da ruptura de alguém tão próximo como pai, mãe, irmão, esposo (a). E quando o vínculo afetivo é intenso e verdadeiro o processo é longo, precisa-se de assumir e respeitar com muita paciência”. O meu corpo não estava preparado, muitas vezes fazemos essa separação e nos esquecemos que a nossa pessoa é um todo. Daí podem ocorrer algumas enfermidades patológicas por somatização, pois não me permitir sofrer, chorar e sentir psicologicamente a dor da ruptura, da perda.
      Corre-se um grande risco de negar os sentimentos de decepção, de raiva, de não aceitação da morte, daí gera dentro da pessoa um processo de revolta consigo e com Deus e de falta de perdão, que o nosso corpo será o ultimo a pedir socorro, a sofrer e manifestar em pequenas e grandes enfermidades era o que eu estava sentindo no estômago e na cabeça. Se você perdeu alguém, ou teve uma grande ruptura na sua vida é preciso realizar um processo de aceitação e relacionar-se com essa perda, com a dor da morte. Alguns passos para retomar o processo para viver bem as perdas e o luto:
1º- Assumir que você tem direito de estar de luto, de chorar, de querer se recolher, de sentir a dor da ruptura, não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos. Isso é natural, querer fugir disso é problema na certa;


2º- Dar nomes aos seus sentimentos: dor, saudade, decepção, revolta, pois você esperava outra coisa e até um milagre, a recuperação, a reconciliação;


3º- Perdoar e reconciliar-se com todas as situações que envolveram essa perda: perdoar a pessoa que faleceu, por ela ter ido desta forma tão cedo, por ter se separado de você, por não ter se despedido e etc. Perdoar a Deus por ter permitido essa morte ou essa perda, por não ter realizado o que você tanto pediu. Perdoar as pessoas que estavam vivendo com você este momento, médicos, parentes, instituições. Perdoar a si mesmo por ter se exposto, por não aceitar o processo natural e não se permitir sofrer.


4º- Tomar consciência que Deus está no controle de todas as coisas: o desejo de Deus não é a morte, nem o sofrimento humano, mas acontece no “tempo de Deus”, pois Ele sabe o que é melhor para nós. A providência é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas, a visão dEle não é limitada como a nossa. Deus não erra e sempre nos vê com amor!


5º- Guardar uma verdadeira imagem da pessoa que se perdeu: Quando se perde alguém é costume até pela consciência preservar a imagem da pessoa, algumas vezes o exagero da memória de quem morreu ou foi embora não nos ajuda a recuperar o luto, a perda. Por isso, é essencial guardar a verdade das pessoas, qualidades e defeitos. Não é só porque morreu que se tornou santo: “Ah fulano era tão santinho, só tinha alguns defeitinhos de nada!”.


“Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido
em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção, perguntou: Onde o pusestes? Responderam-lhe: Senhor vinde ver. Jesus pôs-se a chorar. Observaram por isso os judeus: Vede como ele o amava!” (Cf. Jô 11,1-45).


          Neste episódio da morte do amigo Lázaro Jesus manifesta seus sentimentos por ele e por suas irmãs Marta e Maria. Viver bem e sem mascarar nenhum sentimento ou momento que possamos estar vivendo, se enxergar como parte de um todo e não como o centro de tudo. Reconciliar consigo e com toda a sua historia como uma grande historia da iniciativa amorosa de Deus. Harmonizar corpo, alma, psiquismo e espírito, isto é viver com sabedoria. 


Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. (Jô 11,25).


Oração: Senhor Jesus, também sofrestes perdas e luto. Ajuda-me com o Teu Santo Espírito a viver bem e com equilíbrio todas as etapas de minha vida, os lutos e as perdas que tenho tido na minha caminhada, ensina-me a perdoar e a pedir perdão. A ser desapegado das coisas e das pessoas, que eu viva intensamente o amor nos meus relacionamentos e que eu não deixe para trás nada sem resolver. Nossa Senhora do Equilíbrio, caminhai comigo e rogai por nós.


Minha benção fraterna.


Padre Luizinho,

Células-tronco: Entre a Ilusão e a Realidade


Células-tronco: Entre a Ilusão e a Realidade

Dr. Frei Antônio Moser
Assessor da CNBB para assuntos de bioética

AssessoriaDr. Frei Antônio MoserAo longo da história, em todas as civilizações, sempre houve algum tipo de santuário, onde as pessoas buscavam a cura de seus males. Como também, em todos os tempos a maior parte das pessoas sempre acreditou num Ser transcendente que as ajuda a encontrar um sentido para suas vidas e até para seus sofrimentos.


Hoje vivemos um certo paradoxo. Por um lado cresce o número dos descrentes, e por outro cresce o número dos que crêem. Só que enquanto uns crêem em Deus, outros, lançam sua confiança inteiramente no que denominam de ciência.


Graças a Deus as várias ciências estão progredindo e muito rapidamente. Graças a Deus sobretudo o campo da medicina tem conhecido grandes avanços nestes últimos tempos, oferecendo melhores condições básicas de vida e eventualmente condições para a cura de certos males, ou ao menos algum alívio.


Infelizmente, certos grupos que se auto denominam de cientistas, e isto de maneira exclusiva (só nós é que sabemos e podemos), mais parecem regredir a tempos imemoriais do que acompanhar a marcha das verdadeiras ciências. Mais claramente: ao mesmo tempo que negam Deus e milagres, criam ilusões de forças estranhas e milagrosas, capazes de debelar todos os males.


Nem é preciso dizer que se trata das células tronco. Maravilhosas sim, apenas que é preciso saber que elas fazem parte de uma verdadeira rede de mecanismos que agem sempre de maneira conjugada e remetem sempre para muitos fatores ao mesmo tempo. Ademais é preciso conhecer e respeitar suas propriedades.


Claro que todos queremos e devemos fazer o possível para ajudar os portadores dos mais diversos tipos de deficiências, provenientes das mais diversas causas. O que não podemos fazer é criar nestas pessoas a ilusão de curas mágicas. Criar ilusões não é socorrer os que sofrem: é plantar neles as sementes da desilusão. Ilusão não se confunde com esperança: a primeira, depois de algum tempo, leva ao desespero; a segunda, fundamentada numa concepção realista da vida, jamais decepciona: ela dá forças para enfrentar as contradições que todos, de uma maneira ou de outra, mais cedo ou mais tarde, terão que enfrentar.