Restaurar o relacionamento com Deus


Restaurar o relacionamento com Deus

Sem a experiência de Deus, nenhuma pessoa conseguirá amar verdadeiramente


A absoluta necessidade da restauração da família exige a restauração do relacionamento com Deus. Deus ficou fora da vida da maioria de nossas famílias. O problema maior é que sem Deus, em pouco tempo, o amor deixa de ser amor. Sem Deus o que se pensava ser amor transforma-se em fonte de sofrimento, solidão e morte. O amor é impossível sem Deus. No máximo se consegue manter uma paixão, mal resolvida, fraca e instável.



Sem a experiência de Deus, nenhuma pessoa neste planeta conseguirá amar verdadeiramente. O amor real é muito diferente do imaginário, sempre poético e cheio de emoções positivas e bonitas. O amor real é feito também de emoções negativas, de coisas feias, de incertezas, medos e desafios. O amor real muitas vezes passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e isso sem Deus, é impossível superar.



Por isso, é fundamental descobrirmos um caminho para Deus. Aliás, penso que aqui se encontra também a grande possibilidade da restauração de nossas famílias. Somente a partir de uma experiência de Deus, é possível falar em experiência de amor. O mundo moderno carece de um modelo de matrimônio e de família. Infelizmente, muitos olham para o matrimônio cristão como um conjunto de renúncias, sacrifícios, obrigações, deveres e pecados.



O fato de ser o matrimônio cristão sacramento dá uma dinâmica que o distingue de todas as outras formas de relacionamento humano, até mesmo no campo religioso. Sendo sacramento, o matrimônio cristão é dinâmico e vivo. Essa vivacidade é o grande caminho para que o mundo encontre o sentido primeiro do amor. Quanto mais próxima de Deus melhor a família saberá ser um caminho original rumo ao sentido do sagrado, perdido pela sociedade moderna. O mundo perdeu o senso do sagrado, o caminho da transcendência, mas, consciente ou inconscientemente, esta buscando essa transcendência.



Deus recorre, muitas vezes, às imagens matrimoniais e familiares para falar de seu amor pela humanidade. Se Deus recorre à imagem do amor humano para se manifestar, é mais do que correto fazermos o mesmo. Olhando para o amor humano, santo e sarado, chegaremos a perceber o amor divino.


Para que isso aconteça, é preciso perceber como é a presença de Deus na vida de cada pessoa da família. Deus não pode ser um estepe em minha vida. Precisamos ter um relacionamento pessoal com Ele, e não somente uma oração desesperada ou mágica, nas horas de crise e dificuldade.


Deus precisa ser Aquele que dá orientação e sentido à minha vida.


.: Trecho do livro: Famílias restauradas



Padre Léo – SCJ



 

Nossos filhos estão criando asas



Nossos filhos estão criando asas

Nossas crianças assumiram novos posicionamentos de opiniões e desejos


Remontando a nossa história, quando crianças, lembramos das muitas vezes em que tivemos nossa mãe presente, para nos ajudar a resolver os pequenos impasses do nosso cotidiano. Era comum recorrer à sua ajuda em todos os nossos desafios.



Nos dias atuais, essa característica já não é tão forte para a nova geração. Sabemos que o novo ritmo imposto pelo mundo tem ditado, também, um novo comportamento familiar. Muitas famílias contam com a provisão não somente do marido, mas também com a da contribuição feminina. Não temos dúvidas da versatilidade das mulheres para manter a casa e ainda ocupar seu lugar no mercado de trabalho.



Para toda ação há uma reação. De todos os benefícios obtidos para o lar, com a participação das mães de família no mercado de trabalho, houve também uma reação no comportamento dos filhos que começaram a ter as creches como extensão de suas casas. Atualmente essas se caracterizam pela especialização no melhor atendimento para uma clientela que, mesmo sem saber falar ou reclamar seus direitos, tem os critérios dos pais na exigência dos serviços prestados para ela.



Se compararmos o nosso comportamento de infância com o das crianças do século XXI, perceberemos uma grande desenvoltura destas, talvez, por iniciarem em tenra idade o exercício da convivência social. Com o passar do tempo, nossas crianças cresceram e assumiram novos posicionamentos de opiniões e desejos. O senso de decisão e a perspicácia para o novo são notórios e, muitas vezes, o senso de independência também aparece mais cedo para esta nova geração.



As crianças e adolescentes do século XXI já não são tão dependentes para escolher uma roupa ou para decidir o que comer. O que antes era resolvido pelos pais, agora, pouco a pouco, tem se manifestado como sinal de maturidade, ainda que sejam pequenos.



Talvez, por terem enfrentado muito cedo situações que facilmente os pais resolveriam por eles, esses filhos, hoje, já vivem certa “independência”. Tornaram-se adolescentes “resolvidos” e suas opiniões poderão ser facilmente confundidas pelos pais como “desobediência”. Entretanto, no exercício dessa liberdade, certas escolhas ou procedimentos deles [filhos] podem conflitar com os princípios defendidos pela família.



Digerir uma situação que os filhos insistem em vivê-la, mesmo contraria à vontade de seus pais, é uma tarefa difícil para os genitores, talvez, mais difícil que sustentar a própria casa. Para nós, pais, creio eu, respeitar as opções deles não significa estar de acordo ou aprová-las. Os filhos precisam conhecer as razões que levaram os pais a se manifestarem desfavoravelmente ao que tinham optado por viver ou experimentar.



Ainda que nossos filhos possam estar criando asas, é sempre bom recordá-los de que o vínculo e a tranqüilidade familiar sempre serão o “porto seguro” onde poderão restabelecer suas forças, e o “laboratório” onde aprenderão a conquistar o amadurecimento pessoal. Por mais resolvidos que possam se achar, ainda não conseguem vislumbrar o que foi encarado pelos mais velhos.



Que Deus nos ajude a viver esse ministério. Abraços.



José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.



 

Pais, um espelho para os filhos



Pais, um espelho para os filhos

Uma nova geração começa em cada família


Ao observarmos as brincadeiras de nossos filhos, muitas vezes, vamos nos surpreender com a fiel representação daquilo que, sem perceber, costumamos fazer. Por via de regra, nas suas conversas e brincadeiras de “casinha”, estavam representando, no seu mundo de fantasia, nossos modos de pais. Sem muito esforço, perceberemos que até a nossa maneira de falar, gesticular ou de nos comportar à mesa são fielmente reproduzidos pelas nossas crianças como se estivéssemos vendo a nossa versão em miniatura.



As brincadeiras dos meninos, freqüentemente, estão representando as responsabilidades dos pais, através de um personagem que sai para trabalhar de carro, de ônibus ou a pé. As meninas são normalmente as mães que se dedicam a manter a casa arrumada, a preparar a comida, a cuidar do bebê… Em outros casos, certamente, esses personagens podem ganhar um outro “script” como uma mulher empresária, uma professora, médica, entre outros. Tudo dependendo da realidade da família da qual as crianças fazem parte e de sua fértil imaginação. Em algumas circunstâncias, os pais poderão ouvi-las repreendendo suas “filhinhas” com as mesmas palavras que comumente elas são, também, repreendidas. Que nenhum pai tenha o desprazer de assistir suas crianças esbofeteando suas bonecas!



Se analisarmos um pouco, facilmente perceberemos que muitos dos nossos valores foram adquiridos por meio do testemunho de nossos pais. Ainda que não tivéssemos contemplado somente os bons exemplos, na nossa decisão infanto-juvenil, “intencionávamos” ser diferentes com nossos próprios filhos. Mais que um canal da provisão em casa, nossos pais estavam refletindo um modelo de comportamento.



Hoje, temos a graça de “consertar” em nós algumas coisas que vivemos e experimentamos como filhos, para que mais uma geração não venha a sofrer as mesmas dores. Sem dúvida, mais que super-heróis, os pais são, para os filhos, os modelos mais próximos que lhes transmitirão o senso de responsabilidade, respeito, idoneidade, espiritualidade, entre outros. Acredito ser muito difícil a cobrança de um determinado comportamento, quando os pais não foram os canais para alguns desses valores.



Assim como lembramos os gestos de nossos pais, lembramo-nos também dos momentos em que não seguimos, tão retamente, o que nos foi ensinado. “Os acidentes de percurso”, dificuldades e algumas crises na educação de nossos filhos, nós também vamos enfrentar.


A certeza que podemos acalentar é que os valores fecundados na essência de nossas crianças são irrevogáveis e, certamente, serão transmitidos para outras gerações, que seguramente, não chegaremos a contemplar.



A nossa pequena família é um espelho de formação para outras e poderá ser a graça estendida até a nossa milésima geração.



Deus abençoe a semente de uma nova geração que começa em cada família.



José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.



 

A verdadeira felicidade


Muitos descrevem só encontrar a felicidade por meio de bens materiais


Como você definiria felicidade? Algumas pessoas dizem ser o prolongamento do prazer ou um estado constante, quase permanente, de alegria, euforia, contentamento. Porém o que pode parecer objeto de felicidade para alguns não o é em absoluto para outros.



O certo é que a maioria das pessoas busca estar o máximo de tempo possível neste estado de felicidade. Muitos descrevem só encontrar a felicidade por meio da aquisição de bens materiais, isto é, ganhar muito dinheiro e poder realizar seus “sonhos de consumo”.



Afinal, ter dinheiro pode tornar uma pessoa feliz? De fato, estudos comprovam que o dinheiro pode contribuir para a melhoria dos níveis de satisfação, mas só por algum tempo. A euforia dos que ganham grandes boladas, subitamente, geralmente não dura mais que dois anos. E aqueles que já nasceram em “berço de ouro” já não dão tanta importância assim a isso.



Pesquisas também revelam que a felicidade tem pouco a ver com a riqueza ou com outros fatores externos. Elas revelam até mesmo o contrário: pessoas felizes demonstram menos dependência de bens materiais ou de circunstâncias externas. O segredo dessas pessoas é não se apoiar na busca ininterrupta de prazer ou mesmo na felicidade instalada no futuro ou no passado, mas na vivência do presente, e como dizia Comte-Sponville: “A sabedoria é viver de verdade, em vez de esperar viver”.



Elizabeth Lukas* diz que não é preciso experimentos onerosos para entender que uma pessoa só consegue ser feliz com a ajuda de outras pessoas. Estatísticas revelam que o bem-estar geral das pessoas que vivem em par ou em família é muito maior. Nem o trabalho, nem a profissão, tampouco as metas individuais, nem mesmo as amizades e os conhecimentos compensam o que a união familiar e a religião oferecem ao ser humano.



E abrindo-se ao relacionamento, isto é, não temendo se doar é que a felicidade acontece. É próprio da natureza humana precisar do outro para ser feliz, pois a “felicidade é uma porta que se abre para fora, quanto mais se tenta puxar para si, mais fechada ficará.”



Psicóloga CRP 06-69253


Membro da Comunidade de Aliança Canção Nova.


e-mail: maracn@itelefonica.com.br


*(Elizabeth Lukas é psicóloga, e autora de vários livros, dentre os quais “La felicidad en la familia” no qual é abordado o tema tratado neste artigo).


Mara Silvia Martins Lourenço
mara_cn@yahoo.com.br



 

Quero um casamento feliz


Quero um casamento feliz

No relacionamento conjugal será necessário romper com o individualismo


É estranho perceber que muitos casais, mesmo quando já têm anos de convivência, vivem como se não houvesse um compromisso comum entre eles. Sabemos que deixamos marcas sensíveis daquilo que somos e, em muitos outros casos, absorvemos os modos daquele com quem convivemos. A partir dessas experiências, ficamos mais comprometidos com aqueles que estão ao nosso lado, por meio da cumplicidade comum que rege nossos relacionamentos.



Para os recém-casados, temos a impressão que todo o tempo do mundo seria pouco para viverem a realização dos projetos idealizados a dois. Com o passar do tempo, alguns casais deixam de lado o zelo, o cuidado pelo outro, e o projeto de “viver felizes para sempre” parece ser ofuscado em função das dificuldades pertinentes ao convívio ou talvez pela grande importância dada a fatores de menor relevância.



Se para se estabelecer fortes laços de amizades precisamos “quebrar o gelo”, da mesma forma, dentro de um relacionamento conjugal será necessário rasgar a película do individualismo, dos melindres e rancores, entre outros problemas que poderão surgir com as tribulações no comum do dia-a-dia. Com isso, nos deixamos ser influenciados pelas experiências, conceitos, entendimentos e razões do outro. Muito mais que apenas dividir as obrigações e responsabilidades comuns da vida conjugal, deve se estar o desejo de compor uma nova história de vida com a participação especial daquele(a) a quem amamos.



Observando os casais transeuntes em ambientes públicos, facilmente diferenciaremos os namorados dos casais que já vivem, há algum tempo, o matrimônio. Até podemos ficar escandalizados com os namorados mais apaixonados, que trocam carícias de maneira desenfreada, esquecendo-se de que estão em ambiente público. Em outras ocasiões, poderemos ser surpreendidos com gestos de carinho de outros casais que aparentam ter anos de convivência. Com poucos cabelos e esbranquiçados pelo tempo, ainda cultivam a alegria de propiciar ao outro o hálito do amor partilhado na simplicidade de um beijo.



Alguns casais ainda sabem proporcionar um ao outro a segurança por meio das mãos entrelaçadas, mesmo que já não detenham a mesma vitalidade das forças de antes. Para eles, se fossem interpelados com a sentença do cônjuge: “O que sou para você?” Certamente a resposta seria alguma coisa parecida com “Você é o melhor pedaço de mim!”



Talvez alguns casais não tenham uma resposta para a simples pergunta do cônjuge: “O que sou para você?” Mesmo que quem esteja lhe perguntando isso não seja um estranho, mas alguém a quem se conhece muito bem, e está ao seu lado por muito tempo. Pois, mesmo convivendo sob o mesmo teto, dividindo a mesma cama, muitos não participam da vida um do outro como se fossem um.



Talvez, os bilhetinhos apaixonados em um pedaço de guardanapo, ou o beijo de “bom dia” somado com o desejo de se comprometer com o cônjuge naquilo que contribui para a sua felicidade, possa ser o começo para fazer com que o outro se apaixone novamente. A cada manhã será necessário reviver as atitudes que, um dia, conquistaram a atenção e o amor do outro. Dificuldades todos os demais casais também viveram e souberam superar quando, somado aos seus esforços, depositaram a confiança n’Aquele que os uniu.



Um abraço, Deus nos abençoe com o romantismo renovado.



José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.