Por que a Igreja cobra espórtulas e taxas?

Por que a Igreja cobra espórtulas e taxas?


A prática das espórtulas é inspirada no Novo Testamento

Espórtulas são os valores cobrados pela Igreja quando esta ministra alguns Sacramentos (Batismo, Crisma e Matrimônio), especialmente a Santa Missa por alguma intenção especial.



Em primeiro lugar é preciso deixar bem claro que esta medida longe está de querer cobrar pelo sacramento ministrado. Cada um deles é impagável porque custou o preço do Sangue precioso de Jesus para a nossa salvação. Os sete sacramentos brotaram do Coração de Jesus transpassado pela lança na Cruz. É através deles que as graças da salvação, conquistadas a nós por Cristo, chegam a nós, e isso é impagável.



Então, por que a Igreja cobra uma taxa para celebrar alguns deles?



A prática das espórtulas é inspirada no Novo Testamento e existe durante quase dois mil anos. Essa prática tem duplo sentido:



1) para quem oferece sua dádiva é uma forma de participar, de maneira mais íntima, da oblação Eucarística e dos frutos desta; é expressão da fé e do amor com que tem acesso ao Pai por Cristo no Espírito Santo. Assim as espórtulas se justificam como a expressão da fé e do amor dos fiéis que desejam participar mais intimamente dos frutos da Santa Missa.



2) para a Igreja é um meio de sustentação legítimo, baseado na tradição bíblica e que não se trata de simonia, isto é, de comércio com as coisas sagradas. Após o Concílio do Vaticano II (1962-1965), que fez um balanço da vida eclesial, considerando as suas necessidades, o Papa Paulo VI regulamentou as espórtulas da Missa, em 13/06/1974, quando publicou o Motu próprio “Firma in Traditione”, em que dizia:



“É tradição firmemente estabelecida na Igreja que os fiéis, movidos por seu espírito religioso e seu senso eclesial, acrescentem ao sacrifício eucarístico um certo sacrifício pessoal, a fim de participar mais estritamente daquele. Atendem assim às necessidades da Igreja e, mais particularmente, à subsistência dos seus sacerdotes. Isto está de acordo com o espírito das palavras do Senhor: ‘o trabalhador merece o seu salário’ (Lc 10,7), palavras que São Paulo lembra em sua primeira carta a Timóteo (5,18) e na primeira aos Coríntios (9,7-14)”.


“O clero que, por seu trabalho, merece receber o necessário para se sustentar, deveria ter sua subsistência garantida por um sistema de financiamento independente de ofertas feitas por particulares ou pelos fieis que peçam serviços religiosos”.



Depois disso, o assunto foi regulamentado também pelo Papa João Paulo II em 22 de janeiro de 1991, no Decreto SOBRE AS ESPÓRTULAS, preparado pela Sagrada Congregação para o Clero. O Código de Direito Canônico, promulgado em 25/11/83, quando fala das espórtulas, diz, entre outras coisas:



Cânon 945 – § 1. “Segundo o costume aprovado pela Igreja, a qualquer sacerdote que celebra ou concelebra a Missa, é permitido receber a espórtula oferecida para que ele aplique a Missa segundo determinada intenção”.


§ 2. Recomenda-se vivamente aos sacerdotes que, mesmo sem receber nenhuma espórtula, celebrem a Missa segundo a intenção dos fiéis, especialmente dos pobres.



Cânon 946 – “Os fiéis que oferecem espórtula para que a Missa seja aplicada segundo suas intenções concorrem, com essa oferta, para o bem da Igreja e participam de seu empenho no sustento de seus ministros e obras”.



Cânon 947 – “Deve-se afastar completamente das espórtulas de Missas até mesmo qualquer aparência de negócio ou comércio.”



No início da Igreja, os cristãos, ao participarem da Santa Missa, levavam consigo dons naturais (pão, vinho, leite, frutas, mel…). Depois passou a se fazer doações também em dinheiro por ser mais prático. A Igreja, como uma sociedade também humana e inserida neste mundo, precisa de dinheiro para exercer a missão de pregar o Evangelho, confiada a ela pelo próprio Cristo, desde os tempos d’Ele. Os doze Apóstolos tinham uma caixa comum (cf. Jo 12,6). Jesus aceitava que algumas mulheres os ajudassem com seus bens, entre elas, Maria Madalena, Joana, mulher de Cuza, Susana e várias outras (cf. Lc 8,1-3).



A primeira comunidade cristã em Jerusalém praticava a voluntária partilha de bens (cf. At 2,44; 5,1-6). Jesus elogiou a oblação da viúva no Tesouro do Templo: “Em verdade eu vos digo que esta viúva, que é pobre, lançou mais do que todos os que ofereceram moedas ao Tesouro. Pois todos os outros deram do que lhes sobrava; ela, porém, na sua penúria ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver” (Mc 12,42-44).



E aqueles que não têm dinheiro para mandar celebrar a Santa Missa?



A Igreja reza diariamente por todas as grandes intenções e necessidades da humanidade (os doentes, os moribundos, os encarcerados, os falecidos…), também pelas almas do Purgatório, em todas as Celebrações Eucarísticas. Assim, não há almas abandonadas no Purgatório por falta de dinheiro da parte dos familiares.


Quando todos os católicos pagarem o dízimo – que a Igreja não obriga que seja 10% do que a pessoa ganha, embora isso seja bom –, então, certamente não será mais preciso cobrar taxas para a celebração dos sacramentos, como o Batismo, Crisma e Matrimônio. Mas isso ainda não é comum; por isso a Igreja precisa das taxas para suas necessidades materiais.



O Código de Direito Canônico afirma:



Cânon 222 § 1. “Os fiéis têm obrigação de socorrer às necessidades da Igreja, a fim de que ela possa dispor do que é necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade e para o honesto sustento dos ministros.”



O que o Catecismo da Igreja Católica diz no §2043: ” Os fiéis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, às necessidades materiais da Igreja”.



 

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Por que rezar?

Por que rezar?


Quando não falamos com alguém, perdemos a intimidade


Muitos podem se perguntar por que devem rezar. Eu sempre digo: a oração não muda nada em Deus. Ele é Imenso, Todo-Poderoso, Todo-Misericordioso, continua sempre o mesmo. Mas nós, à medida que rezamos, sentimos tudo se transformar em nossa vida. Desde o mais íntimo do coração, a mudança se faz. Uma pessoa que ora, transforma a si, aos outros e o ambiente onde está cumprindo sua missão. Mas a vida de oração não é nada fácil. Estão aí os grandes mestres de todos os tempos em nossa Igreja para nos ajudar.



Muitas vezes, as “noites escuras” de São João da Cruz se fazem presentes. Quem é que nunca passou por um deserto espiritual? Quem é que nunca se sentiu árido na vida de oração? Tudo isso faz parte da caminhada. O importante é perseverar e saber esperar. Santo Ignácio de Loyola fala de tempos de desolação. Mas temos também os tempos de consolação, afirma o mesmo santo [Ignácio]. Estes nos servem como reservatórios de céu… São aqueles momentos marcantes, nos quais a presença de Deus foi “sensível”, foi irrefutável… Esses momentos ficam na memória do coração e nos reabastece por uma vida! Com Deus, devemos conversar como com um amigo! Aliás, para mantermos uma amizade, o diálogo contínuo se faz necessário.



Quando deixamos de falar com alguém, deixamos o espaço de tempo sem encontro ser muito grande, perdemos a intimidade, perdemos o brilho da amizade. Da mesma forma, com o Senhor, temos que renovar nossa amizade e o carinho por Ele e pelos que são d’Ele todos os dias. O encontro diário deve ser agradável. Devemos “marcar encontros” efetivos e afetivos com Nosso Senhor e Amigo. Efetivos no sentido de cumprirmos verdadeiramente o horário e o lugar e, de preferência, sempre os mesmos.



Crie o seu tempo e espaço de oração. E afetivos, porque devem ser marcados pelo amor, acima de tudo, encontros de louvor e ação de graças. Essa experiência nos faz experimentar o céu, e mesmo quando as nuvens parecerem encobrir o brilho do Sol, no coração uma certeza permanecerá: o Sol sempre estará lá, com seu intenso brilho! A vida de oração nos faz perceber que onde parece não haver caminho para nós, Deus faz um. Quantos são os testemunhos neste sentido? “Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo” (1Ts 5,17-18).



Que Maria, Mulher do silêncio e Mestra de nossa vida espiritual, seja nossa companheira e guia!




Pe. Rinaldo Roberto de Rezende

Bento XVI expressa solidariedade e pede orações pelos haitianos

Bento XVI expressa solidariedade e pede orações pelos haitianos



Da Redação, com Rádio Vaticano




 

Construções destruídas no Haiti devido ao terremoto de magnitude 7,0 e, abaixo, pessoas transportam feridos

Antes da Catequese desta quarta-feira, 13, no Vaticano, o Papa Bento XVI lembrou a situação dramática no Haiti, devido ao forte terremoto que atingiu o país na noite de ontem. O Santo Padre ressaltou as graves perdas humanas, o grande número de pessoas desalojadas e desaparecidos e os incalculáveis danos materiais.

Neste sentido, Bento XVI convidou todos os presentes e ouvintes a unirem-se a ele na oração pelas vítimas da catástrofe e por aqueles que choram seus mortos. Oferecendo a sua solidariedade espiritual aos que perderam suas casas e a todos os que passam privações por esta calamidade, o Papa implorou a Deus para que console e alivie o sofrimento dos haitianos.

“A generosidade de todos é importante a fim de que, neste momento de necessidades e de dor, não lhes falte a nossa concreta solidariedade e a operosa ajuda da comunidade internacional. A Igreja Católica foi imediatamente acionada, através de suas instituições de caridade, indo ao encontro das carências mais prioritárias da população”, garantiu o Santo Padre.

Força Aérea envia oito aviões com ajuda a vítimas no Haiti

Força Aérea envia oito aviões com ajuda a vítimas no Haiti



Agência Brasil



A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou hoje, 13, oito aviões com o objetivo de ajudar as vítimas do terremoto de 7 graus na escala Richter, que atingiu o sul da capital do Haiti, Porto Príncipe, na tarde de ontem, 12. Segundo nota divulgada pela FAB, a prioridade será o transporte de água e de alimentos para as vítimas.

Três C-130 Hércules e um Boeing 707, já estão de prontidão no Rio de Janeiro, bem como quatro C-105 Amazonas, em Manaus. A nota informa, ainda, que ontem uma avião da FAB que transportava militares para o Haiti não conseguiu pousar em Porto Príncipe, e seguiu para São Domingos, na República Dominicana, e voltou em seguida para Boa Vista, em Roraima.

Na noite de ontem, o aeroporto da capital permaneceu fechado e, segundo a FAB, isso se deve ao fato de a reabertura depender do resultado de uma vistoria a ser realizada hoje, para verificar a integridade da pista.

Até agora foram confirmadas a morte de cinco brasileiros – a coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann e quatro militares da Força de Paz: o primeiro-tenente Bruno Ribeiro Mário, o segundo-sargento Davi Ramos de Lima, o soldado Antônio José Anacleto e o soldado Tiago Anaya Detimermani, do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado ma cidade paulista de Lorena.

Luto pela morte de Zilda Arns


Governador do Paraná decreta luto pela morte de Zilda Arns



O governador do Paraná, Roberto Requião, que está em Brasília, decretou luto oficial de três dias no estado pela morte de médica e sanitarista Zilda Arns. No twitter, Requião afirma que perdeu uma grande amiga, e sua morte representa grande perda para o Brasil e dor para os amigos.



Zilda Arns Neumann, 75 anos, médica pediatra e sanitarista, foi fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


Era representante titular da CNBB, do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Nascida em Forquilhinha (SC), residia em Curitiba (PR), tinha cinco filhos e dez netos. Ela escolheu a medicina como missão e dedicou-se à saúde pública.


Em 1980 foi convidada para coordenar a campanha de vacinação Sabin, de combate à primeira epidemia de poliomielite, que começou em União da Vitória (PR), e criou um método próprio, depois adotado pelo Ministério da Saúde.


Em 1983, a pedido da CNBB ela cria a Pastoral da Criança junto com Dom Geraldo Majela Agnello, Cardeal Arcebispo Primaz de São Salvador da Bahia, que na época era Arcebispo de Londrina. Foi então que desenvolveu a metodologia comunitária de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres.


Ela dizia que a educação das mães por líderes comunitários capacitados era a melhor forma de combater a maior parte das doenças que pode ser facilmente prevenidas e a marginalidade das crianças.


A Pastoral acompanha mais de 1,9 milhões de gestantes e crianças menores seis anos e 1,4 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios brasileiros. São mais de 260 mil voluntários.


Por seu trabalho na área social, Zilda Arns recebeu diversas condecorações. Em 2006 foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz junto com mulheres de todo o mundo selecionadas pelo Projeto 1000 Mulheres, de uma associação suíça.

Saiba mais sobre Zilda Arns e seu trabalho
.: Pastoral da Criança recebe prêmio do Unicef
.: Zilda Arns é nova honorária da Academia Nacional de Medicina