Namoro adolescente

 
NAMORO DE ADOLESCENTES

15/12/2008 
Por Alexandre Ribeiro


 


O caso do assassinato da jovem Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, por seu ex-namorado, Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos, após tê-la mantido por cem horas em cárcere privado, em Santo André, São Paulo, chocou o Brasil há pouco tempo atrás.


 Diante dos muitos questionamentos que o episódio levantou sobre o tema do namoro envolvendo adolescentes, Zenit entrevistou uma médica e logoterapeuta para que ela desse algumas orientações sobre o assunto.


 A Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira é médica ginecologista, especialista em logoterapia, diretora do Centro Interdisciplinar de Estudos em Bioética (CIEB) do Hospital São Francisco, em Jacareí, interior de São Paulo, e membro da Comissão de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


 Namoro exige maturidade? Por quê?


 Dra. Elizabeth: No namoro, estão envolvidos sentimentos, por vezes intensos pois, freqüentemente, ele se inicia motivado por forte atração recíproca envolvendo auto-estima, ciúme, desejo de posse, conquista e sedução. É preciso lidar com estas situações e viver o namoro como uma fase de conhecimento interpessoal e descoberta de valores capazes de fundamentar uma convivência de compromisso recíproco. É preciso não girar em torno de si próprio, mas ter capacidade de olhar o outro, respeitá-lo, procurar não magoá-lo, ajudá-lo a crescer. Isso exige um crescimento por toda a vida, porém um mínimo de maturidade é exigido para iniciar um namoro.


 Um adolescente está preparado para exercer essa maturidade?


 Dra. Elizabeth: De modo geral o adolescente não está preparado para assumir o namoro como um compromisso recíproco que exige responsabilidade em relação a si mesmo e ao outro. Sobretudo com a influência da “cultura desencanada” de hoje, o namoro já supõe a livre intimidade física, certa indiferença pelo outro, uma vez que o pensamento é centrado em si e em aproveitar os momentos buscando novas experiências. Há a baixa tolerância para adiar satisfações imediatas e a decidir pelo impulso. Ele ainda não teve tempo para o autoconhecimento e terá muita dificuldade para conhecer outra pessoa diferente dele. A tendência será de se fechar num círculo de emoções intensas e frágeis onde o restante do mundo é ignorado.


 Uma das situações que evidenciam esta imaturidade, sem dúvida, é o número crescente de gestações entre os adolescentes. Pesquisas no mundo todo mostram que, para a grande maioria, não há o desconhecimento dos métodos nem a impossibilidade em obtê-los. O que existe é uma mistura do pensamento mágico de que a gravidez não vai acontecer com o próprio desejo mais ou menos inconsciente de engravidar. Ou seja, há a evidência da imaturidade junto com o ciúme, com a intolerância à negativa afetiva, como aconteceu no caso da Eloá, veiculado largamente na mídia.


 Como os pais devem proceder para orientar os filhos adolescentes no campo afetivo?


 Dra. Elizabeth: A orientação para o campo afetivo se encontra dentro do conjunto da formação pessoal. É impossível orientar apenas para o namoro sem orientar para a responsabilidade, discernimento de valores e exercício da vontade. Justamente o oposto de agir apenas pelos impulsos centrados em si mesmo. É preciso que reconheçam a existência de limites. É preciso dizer “não” quando necessário, apresentando os critérios que motivaram a negativa. É preciso confiar que eles têm o potencial para o desenvolvimento pessoal, mas que precisam de tempo, de vivência para atingir uma maturidade mínima que os conduz diante das diferentes motivações afetivas positivas e negativas. É preciso não aderir à superficialidade da afirmativa corrente: “O jovem precisa disto – apenas lhe forneça a camisinha”. Esta afirmativa desvaloriza o jovem, reduzindo-o apenas a um resultado inconsciente de impulsos que usa do outro como objeto. O jovem aspira ao grande, ao belo, ao amor, à honestidade, à sinceridade. Precisa que os pais o auxiliem a exteriorizar estas aspirações em atos pessoais.


 Que critérios os pais podem utilizar para estabelecer uma idade a partir da qual possam permitir e orientar os filhos para o namoro?


 Dra. Elizabeth: A percepção deve vir da própria vida em família e da vida diária: pela participação nas responsabilidades em casa; no esforço para superar as competições com os irmãos; na abertura para colaborar; no respeito às pessoas, sobretudo aos próprios pais; na seriedade com o estudo; na sinceridade em reconhecer os erros e em corrigi-los; na capacidade em suportar frustrações inevitáveis, consciência dos próprios atos mesmo sem a vigilância de outrem, etc.


 Também é necessário o esclarecimento através de diálogo sincero sobre o namoro, relacionamento sexual, relacionamento interpessoal, diferenças do homem e da mulher na cultura atual. Buscar apresentar valores religiosos positivamente fundamentados e não como elementos coercitivos. Não há propriamente uma idade, há sinais de um mínimo de maturidade. Entretanto, dificilmente estes sinais se manifestam antes de 14 a 15 anos. A planta necessita de tempo para sair do solo e a fruta necessita de tempo para amadurecer. Mesmo tomando todo o cuidado, sem uma postura rígida, mas com a exigência firme nascida da ternura, o resultado irá depender da liberdade de escolha do filho. Porém, os pais terão feito a sua parte.


 O que a senhora diria para os adolescentes que pensam em iniciar um namoro?


 Dra. Elizabeth: Considerando que já apresentem aquele mínimo de maturidade até para entender as colocações seguintes? Diria: nascemos do Amor que nos amou desde sempre, do centro do Amor maior de todo o universo, que é o coração de nosso Deus Uno e Trino. Vocês são convidados a entrar nesta ciranda de Amor a partir da participação com os que estão mais próximos de vocês: família e amigos. Ao iniciar um namoro, estão optando por iniciar uma vida adulta. É isto mesmo o que desejam? A decisão do namoro não é um jogo de sedução e posse, de auto-afirmação. O namoro é tempo de alegrias e tristezas, de provas e de lutas, de ajuda mútua, de conhecimento e de colocação de limites. Os sonhos e fantasias não constroem a felicidade. Antes, a felicidade é o resultado de atitudes conscientes e fortes a partir dos valores que vocês escolhem. E, sobretudo, o namoro é tempo de conhecimento recíproco e não de posse recíproca definitiva. Sobre estas bases, no Deus-Amor, vivam a alegria da ternura, do respeito um pelo outro que faz crescer para a vida!
 
  

O AMOR EFETIVO, AMOR AFETIVO, E AMOR CONJUGAL


     O AMOR EFETIVO, AMOR AFETIVO, E AMOR CONJUGAL



Quando o inconsciente de uma pessoa é abordado e ao pedir para que ela veja o momento de sua concepção, ela relata que está assistindo ao encontro sexual  dos pais, o encontro do óvulo e do espermatozóide.  Ela relata se há amor entre eles ou não. Pergunto ao seu inconsciente: de onde você assiste tudo isto? Ele responde: do alto, me vejo como uma pessoa completa, perfeita… é a dimensão humanística, ao que foi dado o nome técnico de EU PESSOAL. E sigo perguntando: De onde o seu EU PESSOAL surgiu? De uma Luz que transmite muito Amor, paz, energia… Ela se vê recebendo dessa Luz dons, qualidades particulares e um convite a existir para realizar uma missão aqui na terra. Mas o que mais toca as pessoas que passam por esta experiência é o Amor vindo dessa Luz, esse Amor é tão forte que ela vem  e aceita existir para levar, transmitir, dar, gerar esse Amor para onde quer seja a existência dela. A este amor damos o nome AMOR EFETIVO. É  o Amor que não quer somente o bem do outro mas quer O BEM PARA O OUTRO,   é um AMOR, capaz de sacrifícios pelo outro.


Então o EU PESSOAL passa a torcer pelo encontro dos pais, do óvulo e espermatozóide para que ele tenha uma “casa” para habitar  e poder realizar o que a Luz lhe confiou ou pediu. Então quando os gametas se unem, formam o físico, o esqueleto, que vai acolher o EU PESSOAL,  que é da dimensão Espiritual do ser humano diferente do seu físico. E quando esta pessoa  morre, o que pára de funcionar é o físico, porém o que está lá dentro e que gera a vida continua a existir, mas numa dimensão que nós não temos acesso, somente pela comunhão dos Santos. Essa pessoa continua sendo ela mesma.


É por causa dessa realidade existente dentro de nós que onde não há Amor,  nós sofremos. Mesmo que seja em forma de angústia, tristeza, um sofrimento silencioso.
 
Porque ansiamos por Amor?
Porque choramos por falta de Amor?


Porque viemos de um Amor Maior e queremos encontrá-lo aqui onde quer que estejamos, seja em casa, com nossos familiares, trabalho, escola…


Você sabia que a nossa realização está  em dar esse Amor e não somente em receber?
Você sabia que  aquele Amor que recebemos de uma pessoa somente nos satisfaz se houver reciprocidade da nossa parte? Caso contrário o meu Eu Pessoal me “diz” através de um sentimento de vazio, insatisfação, angústia  que eu não mereço esse Amor porque não o dei.


E por causa desse EU PESSOAL passamos a viver com uma necessidade primordial que é dar esse amor. E desde a gestação expressamos este amor.
A criança em gestação traz esse amor e faz com que as pessoas em volta dela vivam desse amor, por exemplo, quando os pais se unem por causa dela, quando um irmão faz festa pela sua existência, quando alguém se aproxima da mãe para ajudá-la por causa da gravidez, quando o pai dá um beijo na barriga da mãe, etc. Essa criança na barriga da mãe já está expressando amor, vivendo ali o sentido da sua vida, que é proporcionar o amor. Então veja que ela tem um porque e um para que estar ali. Em outro momento quero conversar com você sobre o aborto.


No nascimento esse Amor é muito forte vivido e partilhado por familiares e amigos que se unem à família para comemorar a chegada dessa nova vida. Então mais uma vez essa criança faz o Amor acontecer…


Na infância esse AMOR EFETIVO é muito presente na criança quando ela quer ajudar, ser útil, empresta um brinquedo, na enorme capacidade de perdoar e esquecer a mágoa, ou seja é próprio da criança dar alegria, dividir, compreender, deixar o outro feliz, é claro que o ambiente deve proporcionar a ela a expressão dessas capacidades. Aliás, nós aprendemos muito com as crianças. Elas são em muitos momentos nossos mestres.


Então porque vivemos uma escassez de Amor? Escassez de expressão de Amor? Escassez de delicadezas? Escassez de favores? Escassez de PERDÃO? 
O amor se expressa, sai de nós através de nossas atitudes, de nossas condutas, de nosso olhar, de nosso sorriso, para com o outro.  Ou seja: amar é: servir um copo d água, fazer um lanche, dar um abraço, dar um sorriso, emprestar algo, pensar no outro em primeiro lugar, fazer com o  outro se sinta feliz, fazer aquilo que dá alegria ao outro, fazer o que gostaria que fosse feito a você. Tratar o outro com a compaixão que você gostaria de receber.
Assim você agindo o seu amor toca no Eu Pessoal do outro e este que recebeu o amor não consegue ficar indiferente ao seu amor, ali no momento em que você o amou ele vai retribuir, ou noutro momento, ou pode que este amor que você o deu irá desperta-lo a amar a outros, e de alguma forma este amor retornará a você seja naquele instante ou noutro, não precisa voltar por quem recebeu de você, mas vem em abundância por muitas outras pessoas, e lembre que em um lugar está escrito: “Seu Pai que está no céu o recompensará com uma medida cem vezes maior.”
Você já pensou como será bom você saber que você está contribuindo para o Amor circular na sua família, no seu trabalho, na sua escola, no seu bairro, na sua cidade,…???????


Então porque falta Amor?????
Porque todos estão na espera, na expectativa de receber e não de dar. E o amor só volta se ele sair de nós.
As crianças carregam dentro de si a capacidade de Amar inata, porém precisam se sentir amadas para amar, o menino ou a menina serão um grande homem e uma grande mulher no  amor  se viverem em um ambiente de Amor, elas aprendem a expressar amor com seus pais, se os seus pais são adultos que não expressam  Amor estas também serão adultos que sofrerão pela falta de amor, porque o amor não terá retorno, ou você comece a torcer para seu filho ou filha ter a sorte de casar com alguém, ou conviver com pessoas que expressam amor.


Ou seja, temos que deixar de esperar receber para dar, temos que dar para receber.


Então convido  você a fazer esta experiência do AMOR EFETIVO, mas sem esperar nada em troca da pessoa que você expressou Amor. Você precisa ter paciência para sentir algo novo dentro de você!!! Lembre que as pessoas não estão acostumadas a receber amor e assim precisam de tempo para este sentimento sair de si. Quem não recebe, ou não recebeu não sabe dar, é você que tem que começar.


Preciso abordar dois aspectos do amor condicional e do amor incondicional. O AMOR EFETIVO é da dimensão INCONDICIONAL, que não espera nada, mas o retorno vem.  Mas este aspecto vamos ver no nosso próximo encontro quando falarei sobre o AMOR AFETIVO,aqui nesta “sala”.


 


O AMOR AFETIVO.


O Amor Afetivo é o Amor da expressão pelo afeto, pelo abraço, sorriso. Pois quando o ser humano se sente amado, recebe o Amor Efetivo, que é aquele Amor que quem o dá, transmite de uma forma que não pensa em si, pensa somente no outro, pois ele quer o bem para outro, por exemplo: deixa de dormir para estudar com o filho, para dar um remédio, para cuidar do outro, deixa de comer algo para repartir, espera, quer descansar e está pronto para ajudá-lo no que for preciso, um quer comer  chocolate e o outro quer pipoca, este  perde o seu desejo para fazer a vontade do outro, para ver o outro contente, e esta alegria é sua também. Vale lembrar que quando a pessoa Ama dessa forma o inconsciente sempre responde que a mais feliz é a que dá e não a que recebe. E assim este que expressa o AMOR EFETIVO gera no que recebe um desejo de retribuir e este em primeiro lugar vai responder com o Amor Afetivo, ele vai expressar pelo afeto, pelo abraço, sorriso, beijo o contentamento que sentiu ao SER AMADO PELO OUTRO.
Então se você quer sentir-se amado DÊ AMOR, para RECEBER AMOR.
O  EU PESSOAL que é aquela dimensão que existe no momento da concepção, contém em si todas as capacidades para Amar, para doar-se, é PRÓPRIO dele querer amar, querer fazer o outro feliz, mesmo que lhe custe algo.
Quando uma pessoa aborda o seu inconsciente e pede-se a ela que veja o contexto da sua concepção, ela se vê recebendo qualidades, potencialidades de uma LUZ que transmite muita paz, e um grande amor. Após o encontro dos gametas, o EP entra no zigoto, que é o resultado do encontro do óvulo com o espermatozóide, com o desejo único de AMAR.
Este EP está dentro de mim e de você, por isto podemos amar, por isto somos capazes de Amar.
Amar é o sentido primeiro da nossa existência e não existimos para receber Amor, também, mas o receber é conseqüência da nossa atitude de Amar.
Portanto, a afetividade é a expressão do amor Efetivo, através do afeto, que são nossos gestos de amor, carinho, ajuda, acolhida, perdão, gratidão, bondade, generosidade, compreensão, são estas e outras as várias formas desse amor sair de nós.
Se queremos nos sentir amados devemos amar por primeiro, para despertar o amor no outro. Esta é a nossa maior e primeira capacidade que carregamos dentro de nós.
É a capacidade de Amar que nos capacita a sermos grandes pessoas noutros aspectos de nossa existência. A grandeza, a profundidade de uma pessoa se mede e se dá  pelo quanto ela ama. Se ela não ama, o seu inconsciente  bloqueia a sua inteligência, a sua liberdade, a sua expressão, o raciocínio e como conseqüência esta pessoa não vai para frente. Ela se amarra.
A nossa saúde física, emocional e espiritual depende do nosso amor,  do amor que damos não do que, recebemos, claro, que receber é importante e nos faz bem, mas o faz se nos sentimos merecedores de recebê-lo por havermos dado .
Em resumo o Amor efetivo é o amor em potencial que carregamos, como a semente que carrega a árvore e os frutos dentro dela, assim nós carregamos o AMOR.
E O AMOR Afetivo é a expressão do Amor efetivo, através dos nossos gestos.


AMOR CONJUGAL


Nos relacionamentos entre homem e mulher com compromisso a nível de casamento o próximo nível do amor é do AMOR CONJUGAL, que é a expressão do amor na área sexual, ou a expressão através da genitalidade. Ou seja o Amor conjugal é o transbordamento do Amor no físico, daquele  Amor que nasceu no Efetivo, que é o Amor que tem como fonte a dimensão humanística ou espiritual do ser humano, passa pelo AFETO  e derrama no físico. Portanto quando esse encontro é de expressão de Amor gera no outro o desejo Amor Efetivo, Afetivo de volta o conjugal, como uma engrenagem.


Apartir dessa minha exposição, uma vez por semana, quero  refletir com vocês vários aspectos tais como:


Porque falta amor entre as pessoas?
Porque cada vez corremos mais atrás do Amor e aprece que quanto mais o buscamos mas ele escapa de nós?
O ficar e suas consequências.
Porque o namoro é importante.
Exposição  das crianças no mundo da sexualidade.
O sexo sem compromisso.
O que é o sexo para Deus.
A importância do Amor Efetivo, afetivo e conjugal entre os pais para  o desenvolvimento equilibrado da criança, bem como as conseqüências na vida dela sem a expressão do amor nestas três áreas.
A ausência dessas expressões e a dificuldade de relacionar-se com Deus, e a expressão e o encontro com Deus.
Como alcançar o equilíbrio emocional.
Como fazer seu casamento dar certo.
Como ter filhos sadios fisicamente  e equilibrados emocionalmente.
Enfim, e sobre aquilo que você  quizer saber e eu puder te ajudar
Porque a religião é importante para o equilíbrio emocional?


O Amor  Efetivo é muito natural, a vida toda, é o sentido da nossa existência, existimos por causa dele e para que ele saia de nós.


Porém a partir dos 11 ou 12 anos passamos por uma transformação no nosso físico. Com a entrada na adolescência nosso corpo muda e com ele nosso emocional também. Estas mudanças são muito significativas pois demarcam a diferença no expressar do amor, onde nos vemos como HOMEM E MULHER, e com essas mudanças aparecem o desejo de expressar o amor.


Aí demarca o início da adolescência onde nosso organismo passa por transformações, físicas e psicológicas. Os hormônios se desenvolvem e com eles aparece uma necessidade de expressão de Amor diferente. Ao que chamamos de AMOR AFETIVO.

Dra. Liseane C. Almada SelletiDra. Liseane C. Almada Selleti

Namoro. Sexo ou convivência?


Namoro. Sexo ou convivência?

 

 

O sexo é uma das formas de expressão do amor. É um encontro entre duas pessoas que se amam, e que tendo compromisso uma com a outra, conseguem viver o amor efetivo, afetivo e sexual na sua dimensão mais profunda atingindo a plenitude para a qual Deus os fez. 

 

O sexo somente é resposta de amor quando o casal convive e nesta convivência expressam o amor em atitudes concretas, onde um pensa no outro, um quer o bem para o outro, um se preocupa com o outro e a conseqüência deste pensar e deste agir é o desejo do afeto, o desejo do toque, do abraço, do beijo e por fim o desejo de um encontro mais íntimo que é a doação física de um para com o outro.

 

Esta dimensão na mulher se dá muito mais na sua interioridade, ou seja, seu desejo é despertado na convivência, no companheirismo, na expressão do afeto, do carinho, ela precisa da segurança do amor de seu companheiro para se abrir, para se entregar por inteira sem reservas. É a maneira como é tratada que lhe desperta o desejo deste encontro mais íntimo. Caso contrário, ela tem dificuldades em se abrir ou soltar-se.

 

Para que o casal atinja a sua plenitude no encontro sexual, necessita de alguns critérios, ou seja, seu inconsciente almeja, que este encontro seja o mais pleno profundo, pois o seu eu interior sabe o que ele pode alcançar se este momento for o resultado do verdadeiro amor existente entre os dois.

 

Estes critérios são: compromisso entre os dois; certeza de que estão juntos para sempre; segurança do sentimento de um para com o outro; convivência, amizade, companheirismo, cumplicidade, respeito, amor efetivo e amor afetivo, para que este encontro seja o transbordamento do amor no físico.

 

A mulher somente consegue ser livre se estiver inserida num relacionamento com estas condições, ela é muito sensível ao amor. E é ela que leva o homem à esta dimensão de um encontro mais profundo, pois tem o papel de levá-lo ao amor efetivo e afetivo para depois ele a conquistá-la no amor sexual.

 

Homem e mulher se encontram para viver a complementaridade.

O homem por sua natureza é mais fisiológico, seu impulso e desejo sexual são mais externos e rápidos, e a mulher mais lenta, porque e para quê? Para que ela possa levar o homem, a descobrir dentro de si o amor efetivo e afetivo. Este amor é mais aparente e desenvolvido na mulher, justamente para que ela leve-o a descobrir dentro de si esta forma de amar.

 

Então o homem precisa conviver com a mulher antes de ter a relação sexual, para que nesta convivência desabroche o amor que está guardado nele, ele vem com esta necessidade, e para isto é que quer encontrar uma mulher, para o seu complemento, ele não tem consciência desta sua busca, por isto muitas vezes parte para a intimidade. É a mulher que precisa ser firme e muitas vezes dizer não ao impulso sexual do homem, para dar-lhe tempo de encontrar nela o amor efetivo e afetivo, ele tem essa necessidade e intui, mas não sabe expressá-la. Para isto existe o namoro.

 

A não expressão do amor nesta dimensão acarreta muitas conseqüências para o casal, como a falta de diálogo, perdão, compreensão, falta de paciência, fidelidade, pois esta é uma forma de exercitá-la. Se o casal não pode ficar sem o sexo como farão quando a esposa estiver na sua recuperação pós parto? Quando vier uma doença? A continência sexual, ajuda no exercício da auto superação nos aspectos físicos, psicológicos e até espiritual.

 

Concentração, e superação de limites, também são efeitos positivos de uma escolha equilibrada. Percebe-se que quem tem uma necessidade incontrolável pelo sexo apresenta dificuldades em outras áreas, principalmente no aspecto psicológico. A espera por este encontro favorece o diálogo, amizade, altruísmo, sendo o contrário uma atitude egoísta.

 

Se o namoro não for vivido neste contexto do amor efetivo e afetivo, terá inúmeras dificuldades na vida futura quando estiverem casados.Se você desejar saber mais sobre amor efetivo e afetivo, consulte as publicações anteriores a esta.


Deixo aqui uma reflexão a tantas perguntas vindas por e-mail sobre a castidade, vivê-la ou não? A resposta está dentro de você, e depende das suas escolhas. Você quer uma vida plena, um(a) companheiro(a) que valorize o seu ser , lhe valorize para sempre? Valorize a sua escolha e a sua liberdade, não seja escravo(a) de algo que não faz parte da sua natureza humana e não lhe traz a paz que você almeja.


 

Boa escolha!!!

 

Liseane C. Almada Selleti

Dificuldade em torno da identidade sexual



Dificuldade em torno da identidade sexual


No processo da TIP TERAPIA, quando abordado o inconsciente, encontramos nele todas as respostas para o sofrimento em particular de cada ser humano, ou seja, para cada angústia, dor, medo, agressividade…
Existe um registro negativo que ficou gravado nesta área mais profunda da interioridade que chamamos Inconsciente, os quais continuam vivos dentro de cada ser humano. Os registros são únicos e seus efeitos se expressam particularmente na existência de uma pessoa de uma determinada forma.
 
O método utilizado na TIP é o questionamento. Através dele realiza-se a pesquisa no inconsciente da pessoa que solicita ajuda em função dos seus sintomas. Portanto, o objetivo do terapeuta é decodificar, “deletar” esses registros negativos que estão gravados em seu inconsciente gerando uma série de sofrimento para si próprio e para aqueles do seu convívio.
 
Na maioria das vezes na entrevista inicial, o paciente não relata suas dificuldades em torno da identidade sexual. Isto, porque tocar neste assunto é muito sofrido, ou porque já fez terapias que o ajudaram a aceitar-se como é, ou por considerar algo resolvido, e assim sendo o terapeuta na maioria dos casos, para não dizer em todos, não vai investigar este problema especificamente, a não ser que o paciente solicite e este seja o seu objetivo.
Então, nos casos em que o terapeuta não sabe que em torno da identidade sexual tem um sofrimento, este acaba aparecendo como a expressão de um trauma que está registrado no inconsciente.
Na pesquisa realizada através do questionamento, o próprio inconsciente mostra um fato que gerou neste nível da interioridade condicionamentos que estão trazendo sofrimentos nesta área da qual estou me referindo.  
 
Como disse acima, nosso objetivo é pesquisar no inconsciente as causas do sofrimento sem saber o que vamos encontrar lá. Esses sofrimentos na maioria das vezes se nos apresentam como angústia, medo, ansiedade, insegurança, transtornos de humor… Para nós terapeutas é uma surpresa quando chegamos a um determinado registro negativo e o próprio inconsciente mostra a sua expressão na vida daquela pessoa. É uma surpresa porque para cada pessoa a forma como um determinado registro age é novo e inédito.
 
Vou relatar brevemente alguns exemplos de causas que estavam no inconsciente de alguns pacientes que ao lançar a pergunta ao seu inconsciente de como este registro age em você, o inconsciente mostrou as dificuldades em torno da identidade sexual.
 
Vejamos alguns exemplos:
 
Caso 1. (a mãe grávida de um menino no 4º. Mês de gestação)
O pai expressa preferência pelo sexo oposto da criança que se encontra em seu ventre. Esta se contorce lá dentro e conclui:
Eu não sou o que deveria ser.
Eu não agrado meu pai.
Eu sou um erro.
Para eu agradar tenho que ser o contrário, tenho que ser como menina.
Daí perguntou-se ao inconsciente: Dê-me cenas da sua existência que mostrem a expressão dessas Frases Registros e Frases Conclusivas em você, para entendermos como esses registros agem na vida e no seu dia-a-dia
Apareceram cenas como:
 
2 anos: estou na penteadeira mexendo nas maquiagens da mamãe.
6 anos: quero vestir as roupas da minha irmã, para agradar a mãe.
10 anos: estou na escola o professor fala meninos para um lado e meninas para o outro, eu fico em dúvida para onde devo correr.
Assim tem tantas outras expressões onde em cada pessoa o registro tem uma forma de expressar-se.
 
 
Caso 2. ( mãe grávida de um menino no 7º.mês de gestação, nega-se a amá-lo)
 
Pai procura a mãe para fazer um carinho, a mãe o rejeita virando de costas, o pai se chateia e pensa consigo: tomara que este bebê não seja homem para não sofrer, pois homem sofre. O bebê concluiu lá no útero materno: não é bom ser homem, homem sofre, eu quero ser mulher.
Perguntou-se ao inconsciente como esta conclusão do bebê se expressava na sua vida, ele respondeu que sente atração por homens, pois eles amam, não rejeitam como as mulheres, as mulheres desprezam.
 
 
Caso 3. (Abuso sexual de homem adulto para com um menino)
 
Menino de 6 anos é abusado e forçado a uma relação sexual por parte de um tio.
Concluiu este menino: eu não sou homem, este tio me vê como mulher, eu não sei o que sou.
Expressão em sua vida: uma menina me olha e eu penso que não sou digno de amá-la, nem de ser amado por ela. Só posso ser amado por homem.
 
 
Caso 4. (Menina abusada sexualmente por um homem)
 
Menina de 3 anos sendo abusada por um homem, o qual lhe ofereceu um doce, ela aceitou, ele a pegou no colo e a molestou, a menina tenta sair dos braços dele, ele a força e ela conclui: os homens não são confiáveis somente as mulheres, eu não vou confiar nos homens.
Assim o inconsciente mostrou ela adulta tendo relacionamento com mulher, ou seja ela confia somente na mulher, ela se permite expressar afeto somente para mulher, porque no seu inconsciente está registrado que o homem engana e a mulher confia.
 
 
 
Caso 5. (Mãe grávida de uma menina, no terceiro mês, deseja que o bebê seja menino)
No terceiro mês de gestação a mãe pensando que era melhor que fosse menino e o bebê era menina. Esta entendeu: sou errada sendo menina, então para ser certa tenho que ser como menino.
Perguntei como este registro se expressou na sua existência, vieram cenas dela tendo relacionamento com as meninas, onde seu inconsciente precisava agir como se fosse menino, se interessando por aquilo que seria do interesse do menino, para agradar a mãe. Esta paciente tinha também muitos problemas com seu namorado.
 
Portanto, no inconsciente estão registrados estes fatos com suas respectivas conclusões generalizadas, o que desvia principalmente a capacidade de amar do ser humano, ou seja, ele entende no seu inconsciente que deve expressar amor somente para aqueles que são o contrário, no sentido de homem ou mulher, do qual lhe causou um mal no passado. Ou deve comportar-se ao contrário do que é para agradar e dar felicidade a alguém que no seu inconsciente desejava o contrário do que é.
 
A capacidade de amar é inata em todo ser, devido aos traumas sofridos no passado, ele condicionado pelo inconsciente, somente desvia a expressão do seu amor, do afeto, para quem não lhe causa possíveis ameaças, ou não aciona os fatos passados em seu inconsciente.
 
Os pacientes ao fazerem esta descoberta, sentem um alívio enorme, pois descobrem que são sim homem ou mulher na sua essência, e que podem ser o que são. Ao desmanchar tal trauma ele descobre que pode amar a todos, sente-se livre para expressar seu afeto e passa a viver com mais liberdade.
 
Ao descobrirem no processo terapêutico, após ter feito o diagnóstico no seu inconsciente, que seu pai e sua mãe a queriam sim como menina ou menino e após decodificar o verdadeiro motivo pelo qual queriam um ou outro, o paciente descobre que foi sim querido e desejado, amado por ser o que é e como é. Então passa a aceitar-se como é, não precisando mais negar-se na sua identidade sexual.
 
E naqueles casos de abuso é realizado no inconsciente o processo terapêutico para “desmanchar” a atitude do agressor e refazer aquele momento através da realidade in potencial, que é o que teria acontecido se tal pessoa não tivesse aquele problema que o conduziu a nível inconsciente a praticar aquele mal, descobre-se que havia um trauma que o levava a ter determinado comportamento, e a incrível revelação do inconsciente é que aquele comportamento do agressor não era ligado, direcionado para a vítima, mas esta vítima acionava em seu inconsciente o trauma vivido no seu passado, no nível inconsciente o paciente compreende seu agressor e liberta-se também da mágoa que o prendia a ele, não deixando-o ser livre.
 
Lembro-me aqui de um caso de um pai que abusou da filha, porque havia sido abusado pelo vô quando era criança, este registrou que não era digno de amor, e o inconsciente revelou que fizera aquilo com a filha para afastá-la dele, pois ele não merecia ela como filha.
 
Uma vez removido esses registros do inconsciente surge na pessoa o desejo de mudar seu comportamento, aliás, é automática a mudança dentro de si, pois se percebe livre podendo ser como é.
 
A mudança de seus comportamentos e atitudes depende da própria pessoa, pois ela continua sendo livre em suas ações, somente mudará padrões de comportamento se desejar.
 
Nosso objetivo é remover os traumas de seu inconsciente, o que ela vai fazer com essas mudanças é de seu livre arbítrio.
 
Estão aqui alguns exemplos de causas inconscientes, de traumas que ficaram registrados neste nível da interioridade humana, que ao questionar o próprio inconsciente, de como tais traumas se manifestam na vida ou no dia-a-dia da pessoa, ele mostra as diferentes expressões em torno da identidade sexual.
 
Portanto na ADI, encontramos as causas dos transtornos expressos na área da identidade sexual, a pessoa em sua essência ou é HOMEM OU É MULHER, o inconsciente revela que não existe o meio termo, ele revela é que aconteceu uma distorção em torno do ser homem ou ser mulher, permanecendo no inconsciente esta gravação que leva a pessoa a negar o que ela é para um bem aparente, ou um bem distorcido.
Ao se desmanchar no inconsciente esta distorção, a pessoa faz a experiência de uma liberdade até então não vivida, pois era escrava daquele seu registro que a levava a agir de forma contrária à sua essência. O sofrimento em volta de sua identidade sexual, as angústias são um sinal de que sua verdade não é essa que pensa ser. Por isto sofre.
 
Não quer dizer que estas são todas as causas dos sofrimentos em torno da identidade sexual, são apenas alguns exemplos, para que você possa ter o conhecimento das possíveis causas, e conheça um pouco do que se passa na interioridade de tantos que sofrem nesta área, e conhecendo nos tornemos mais compreensivos, amáveis e acolhedores.
Portanto, estas revelações do inconsciente nos ajudam a compreender porque Deus é misericordioso, pois Ele conhece as causas dos problemas de cada pessoa, assim, nós também podemos ser ao sabermos e conhecermos que toda pessoa tem um motivo no seu inconsciente para ser como é.
 
No anseio de lhe ajudar, deixo aqui meu forte desejo de poder tê-lo trazido uma Luz, que possa lhe trazer paz para a sua inquietação.
 
Liseane Selleti
 
Contatos:
psicologia@padrereginaldomanzotti.org.br
 

Nossa Senhora do Carmo


Nossa Senhora do Carmo – 16 de julho


A festa de Nossa Senhora do Carmo recorda a instituição do Santo Escapulário que a Virgem entregou a São Simão Stock, Geral dos Carmelitas, a 16 de julho de 1251, dizendo:


“Meu filho querido, recebe este Escapulário, privilégio que concedo para todos os Carmelitas, sinal de minha fraternidade, salvação nos perigos, penhor de paz e de eterna aliança.
Todo aquele que com este hábito piedosamente morrer, não sofrerá o fogo eterno, assim como os irmãos que houverem ido para o Purgatório, dali Eu os libertarei no sábado seguinte à sua morte.”


O escapulário é uma veste comum a muitas congregações religiosas mas particularmente distintiva da Ordem dos Carmelitas. Impõe-se hoje também um escapulário de formato pequeno a pessoas que não pertencem a congregações, para lhes permitir que participem das grandes Graças que a ele estão ligadas; entre outras, o privilégio sabatino.


Em sua bula chamada Sabatina, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir à sua morte.


Numa bula de 11 de fevereiro de 1.950, Pio XII convidava a “colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance de todos”; entendido como veste mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste, enquanto sacramental extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam.


A Ordem de Nossa Senhora do Carmo da Av. Rangel Pestana, 230 – São Paulo-SP, em 1994 comemorou 400 anos de sua fundação. Todos os dias 16 de cada mês às 14 horas tem Hora Santa pelas vocações sacerdotais e a seguir Santa Missa com a bênção individual do Santo Lenho e distribuição do escapulário de Nossa Senhora do Carmo.


Oração a Nossa Senhora do Carmo
Ó Santíssima Imaculada Virgem Maria, ornamento e glória do Monte Carmelo, Vós que velais tão particularmente sobre os que trazem vosso sagrado Hábito, velai também, bondosa, sobre mim, e cobri-me com o manto de Vossa maternal proteção. Fortalecei minha fraqueza com o Vosso poder, e dissipai, com a Vossa luz, as trevas do meu coração.


Aumentai em mim a fé, a esperança e a caridade. Ornai minh’alma com todas as virtudes, a fim de que ela se torne sempre mais amada de Vosso Divino Filho. Assisti-me durante a vida, consolai-me com a Vossa Amável presença na hora da morte, e apresentai-me à Santíssima Trindade, como Vosso filho e fiel servo Vosso, para que eu possa louvar-Vos eternamente no Céu.


Assim seja.


(3 Ave-Marias, 1 Glória)


Oração a Nossa Senhora do Carmo
para alcançar uma graça


Senhora do Carmo, Mãe da Família Carmelitana e Estrela do Mar, que o Santo Escapulário atraia sobre mim o Vosso olhar, seja ele o sinal de Vossa especial proteção nas dificuldades e desafios do Novo Milênio.


Virgem do Carmo, Mãe dos pobres e dos Mártires da América Latina, assim como ouvistes a súplica de Santa Teresa Benedita da Cruz e de São Simão, inclinai propício Vossos ouvidos às minhas preces e aos meus pedidos (fazer o pedido).


Rainha da Paz e Mãe dos Missionários, cobri-nos com o Vosso manto sagrado, revesti-nos com o Santo Escapulário. Graças Vos dou por me haverdes atendido.


(Ler Lc 1, 46-56; rezar 1 Ave-Maria)