Você é teimoso ou persistente?

Você é teimoso ou persistente?

É fácil identificar a diferença entre os dois

 O teimoso
é fechado às opiniões alheias, é rebelde e intransigente, faz tudo contrário ao
que lhe é pedido. Por vezes, chega a ser avesso, simplesmente pelo prazer de
contrariar. A Palavra de Deus nos apresenta 
os fariseus e escribas no tempo de Jesus como exemplo de teimosia. Já o persistente tem a mente aberta às
visões diferentes, por isso mesmo tem mais propriedade e sensibilidade para
crer em sua intuição. Ele acata ordens, age com humildade
e, quando não prevalece sua “certeza”, confia que as coisas se
resolverão no tempo de Deus, e não segundo sua urgência. A tenacidade que ele
manifesta não é sinal de obediência cega e irracional, mas fruto da esperança
evangélica, pois, ele acredita que a verdade prevalecerá.

Realmente não é fácil nos dobrarmos a um direcionamento que,
a princípio, nos parece absurdo e infundado, como aquelas ordens que recebemos
e sabemos que não tratam da verdade, mas sim da vontade, do bel-prazer de quem
detém o poder. A
teimosia leva à incoerência e ao descrédito; já a persistência gera constância
e solidez nos propósitos que trazemos no coração.
 Se você tem razão, se o que faz
é, verdadeiramente, de qualidade, não se preocupe, porque,
em algum momento, você será justificado, pois tudo provém de Deus e “Deus é
verdade”. (cf. Catecismo da Igreja Católica nº. 214)

São Francisco de Assis é um grande exemplo de persistência.
Em atenção à Palavra do Senhor, ele corrigiu os erros de muitos religiosos de
sua época, não por força de argumentos ou de acusações, mas por seus atos
coerentes, por meio de uma fidelidade inabalavél a Deus e à Igreja. Sua
convicção do que deveria ser mudado foi combustível, primeiramente, de seu
próprio carisma de vida: “viver a radicalidade da pobreza”. Assim, por meio de
seu testemunho, demonstrou que as igrejas deveriam, urgentemente, rever muitos
de seus conceitos aplicados naquele tempo. 

Entretanto, diante das dificuldades e dos julgamentos, São Francisco podeira
ter virado as costas para a Igreja Católica e fundar sua própria, como fizeram
tantas pessoas ao longo dos séculos. Porém, preferiu se manter obediente, pois,
se assim procedesse, estaria acatando o pedido do
Senhor: “Francisco, reconstrua a minha Igreja”. 

“A Igreja não precisa de reformadores, mas de
santos”,
 afirmava o saudoso
beato Papa João Paulo II. Desta forma, para
vivermos a vontade de Deus devemos ter persistência, “esperança”,
principalmente nos relacionamentos, no trabalho, na escola… Enfim, em todos
os momentos de nossa vida.

Possamos assim, mesmo diante das injustiças ou
simplesmente do não reconhecimento dos dons que trazemos, sermos fiéis àquilo
que Deus nos pede ou confia a nós.  

Acredite que a intuição
e o talento que lhe são dados pelo Senhor terão mérito um dia. Mas para isso é
preciso ser persistente, mas não teimoso!


São Francisco de Assis, rogai por nós!

 Sandro
Ap. Arquejada

blog.cancaonova.com/sandro

 

Como você tem rezado?

Como você tem rezado?

Aprenda a rezar para fazer a vontade de Deus

 

Os conteúdos da oração, como os de todo
diálogo de amor, podem ser múltiplos e variados. Cabe, no entanto, destacar alguns especialmente significativos:
 

Petição 
 É frequente a referência à oração impetratória ao longo de toda a Sagrada
Escritura; também nos lábios de Jesus, que nos convida a pedir, encarecendo o
valor e a importância de uma prece singela e confiada. A tradição cristã
reiterou esse convite, pondo-a em prática de muitas maneiras: petição de
perdão, petição pela própria salvação e pela dos demais, petição pela Igreja e
pelo apostolado, petição pelas mais variadas necessidades, etc. 

De fato, a oração de petição faz parte da experiência religiosa
universal. O reconhecimento, ainda que em ocasiões difusas da realidade de Deus
(ou mais genericamente de um ser superior), provoca a tendência a dirigir-se a
Ele, solicitando Sua proteção e Sua ajuda. Certamente, a oração não se esgota na
prece, mas a petição é manifestação decisiva da oração, assim como
reconhecimento e expressão da condição criada do ser humano e de sua
dependência absoluta de um Deus cujo amor a fé nos dá conhecer de maneira plena
(cf. Catecismo, 2629.2635). 

Ação de
graças O reconhecimento dos bens
recebidos 
e, através
deles, da magnificência e misericórdia divinas, impulsiona a dirigir o espírito
a Deus para proclamar e lhe agradecer seus benefícios. A atitude de ação de
graças, cheia desde o princípio até o fim a Sagrada Escritura e a história da
espiritualidade. Uma e outra põem de manifesto que, quando essa atitude arraiga
na alma, dá lugar a um processo que leva a reconhecer como dom divino todos os
acontecimentos, não somente aquelas realidades que a experiência imediata
acredita como gratificantes, mas também as
aparentemente negativas ou adversas. 

Consciente de que o acontecer está situado sob o desígnio amoroso
de Deus, o fiel sabe que tudo redunda no bem de quem – a cada homem – é objeto
do amor divino (cf. Rm 8,28). São José Maria Escrivá ensina que: “Habitua-te a
elevar o coração a Deus em ação de graças muitas vezes ao dia. – Porque te dá
isto e aquilo. – Porque te desprezaram. – Porque não tens o que precisas, ou
porque o tens. Porque fez tão formosa a sua Mãe, que é também tua Mãe. – Porque
criou o Sol e a Lua e este animal e aquela planta. – Porque fez aquele homem
eloqüente e a ti te fez difícil de palavra… Dá-Lhe graças por tudo, porque
tudo é bom.”


Adoração e louvor 

É parte
essencial da oração reconhecer e proclamar a grandeza de Deus, a plenitude de
seu ser, a infinitude de sua bondade e de seu amor. Ao louvor pode-se desembocar a partir da consideração da
beleza e magnitude do universo, como acontece em múltiplos textos bíblicos
(cf., por exemplo, Sal 19; Se 42, 15-25; Dn 3, 32-90) e em numerosas orações da
tradição cristã; ou a partir das obras grandes e maravilhosas que Deus opera na
história da salvação, como ocorre no Magnificat (Lc 1, 46-55) ou nos grandes
hinos paulinos (ver, por exemplo, Ef 1, 3-14); ou de fatos pequenos e inclusive
miúdos nos que se manifesta o amor de Deus. 

Em todo caso, o que caracteriza o louvor é que nele o olhar vai diretamente a
Deus mesmo, tal e como é em si, em sua perfeição ilimitada e infinita. O louvor é a forma de oração que reconhece o mais imediatamente
possível que Deus é Deus! Canta-o pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória, mais do
que pelo que Ele faz, por aquilo que Ele é. (Catecismo, 2639).

Está, por isso, intimamente unida à adoração, ao reconhecimento, não só
intelectual, mas existencial, da pequenez de tudo criado em comparação com o
Criador e, em consequência, à humildade, à aceitação da pessoa indignada ante
quem nos transcende até o infinito; à maravilha que causa o fato de que esse
Deus, ao que os anjos e o universo inteiro rendem homenagem, dignou-se não só a
fixar seu olhar no homem, mas habitá-lo; mais ainda, a se encarnar. 

Adoração, louvor,
petição e ação de graças resumem as disposições de fundo, que informam a
totalidade do diálogo entre o homem e Deus. Seja qual for o conteúdo concreto
da oração, quem reza o faz sempre, de uma forma ou de outra, explícita ou
implicitamente, adorando, louvando, suplicando, implorando ou dando graças a
esse Deus ao qual reverencia, ao qual ama e no qual confia. Importa reiterar,
ao mesmo tempo, que os conteúdos concretos da oração poderão ser muito
variados.
 

Em ocasiões se irá à oração para considerar passagens da Escritura, para
aprofundar em alguma verdade cristã, para reviver a vida de Cristo, para sentir
a proximidade de Santa Maria. Em outras, iniciará a partir da própria vida para
participar a Deus das alegrias e os afãs, das ilusões e dos problemas que o
existir comporta; ou para encontrar apoio e consolo; ou para examinar ante Deus
o próprio comportamento e chegar a propósitos e decisões; ou, mais
singelamente, para comentar com quem sabemos que nos ama as incidências da
jornada. 

Encontro entre o que crê e Deus em quem
se apoia
 e pelo que se sabe
amado, a oração pode versar sobre a totalidade das incidências que conformam o
existir e sobre a totalidade dos sentimentos que pode experimentar o coração.
Escreveste-me: “Orar é falar com Deus. Mas de quê?” – De quê? D’Ele e de ti:
alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias,
fraquezas; e ações de graças e pedidos; e amor e desagravo. Em duas palavras:
conhecê-Lo e conhecer-te – ganhar intimidade!”, ensinou São José Maria Escrivá. 

Seguindo uma e outra via, a oração será sempre um encontro íntimo e filial
entre o homem e Deus, que fomentará o sentido da proximidade divina e conduzirá
a viver a cada dia da existência de cara a Deus. 

 José Luis Illanes 

http://www.opusdei.org.br

 

Livres para quê?

 

Livres para quê?

A crise de liberdade do homem

 

Embora a
modernidade tenha aberto muitas possibilidades ao homem, poucos se comprometem,
verdadeiramente, com um ideal que valha a pena. O homem moderno parece ter-se libertado de muitos obstáculosque
entravavam a sua liberdade de fora, mas não consegue libertar-se das suas
limitações internas.

Livres para quê?

Grande
parte da atual confusão acerca da liberdade se deve ao fato de pensarmos que
ela consiste na ausência de restrições externas, esquecendo-nos de que são mais
importantes as limitações internas, procuradas ou aceitas, que impedem o
desenvolvimento da nossa verdadeira personalidade. Trata-se essencialmente de
possuir e de saber exercer um potencial interior que inclui – em íntima relação
– o domínio de si, a posse de si e a realização pessoal.
“Tornas livre um homem – dizia James Farmer, destacado líder da campanha
em favor dos direitos civis do negro americano –, mas ele ainda não é livre.
Falta ainda que se liberte a si mesmo”. E Nietzsche escreveu: “Julgas
que és livre? Fala-me da raiz dos teus pensamentos, não de como te livraste do
jugo. Achas que foste capaz de livrar-te dele? Muitos abandonaram todos os seus
valores ao rechaçarem as suas servidões. Livre de quê? Que
importa isso a Zarathustra? Olha-me nos olhos e responde-me: livre para
quê?…”

O homem moderno quer ser livre, mas o seu problema consiste em não saber para quê deve ser
livre.
 Como resultado, há o
perigo de perder ou abandonar a sua liberdade, nem que seja pela simples razão
de que é, cada vez menos, capaz de propor-se uma meta que valha a pena, para a
qual possa orientar essa mesma liberdade.

Em última
análise, de pouco serve a liberdade
a um homem
 que careça
de valores ou de ideais e, menos ainda, a quem tenha medo de comprometer-se.
Ora, não há dúvida de que o homem moderno está inseguro dos seus ideais e nada
disposto a comprometer-se com eles.


De pouco serve a liberdade àquele que carece de valores ou ideais, porque, não
tendo, na sua vida, metas que valham a pena, as suas opções têm pouco ou nenhum
valor real. Fundamentalmente, o seu problema é que não é capaz de respeitar as
coisas que escolhe, porque escolheu coisas sem valor. Mesmo na hipótese de que
haja mais liberdade no mundo de hoje, de que ela serve a um mundo que perdeu
grande parte dos seus critérios de valor? É muito triste orgulhar-se de se ter,
finalmente, aberto
todos os caminhos
, de se ter varrido todas as restrições que o
entulhavam e, ao mesmo tempo, ter a crescente convicção de que são caminhos que
não levam a parte alguma.

 De que
serve ter aberto todos os caminhos se, no fundo, há o medo de escolher um
dentre eles ou, até mesmo, de fazer um pouco mais do que tímidas tentativas se,
quando muito, ensaiam-se uns passos por determinado caminho, mas logo se está
inclinado a desandá-lo por tédio ou por cansaço, para depois experimentar outro
caminho (outro trabalho, outro homem, outra mulher…) e outro e outro?

 

O homem
de hoje contempla com tanto receio à possibilidade de se comprometer que está
em perigo de paralisar, voluntariamente, o seu poder de escolha, a sua própria liberdade. Escolher é
comprometer-se. Toda escolha é um compromisso. Por isso, aqueles que têm medo
de escolher ou se limitam às tentativas que abandonam rapidamente, contradizem
e anulam a sua própria liberdade.

 O
homem moderno, como o homem de todas as épocas, está na encruzilhada de vários
caminhos, mas enquanto tiver medo de se comprometer, ficará estancado na
encruzilhada.

Cormac Burke 

http://www.quadrante.com.br/

 

Bateu aquela tristeza?

Bateu aquela tristeza?

Não se perca em seus sentimentos

 As expressões “estou triste” ou “estou
deprimido” parecem  tão comuns em
nossos dias, mas pouco paramos para pensar no que nos leva a
esses “estados
de tristeza”
. Mais ainda: algumas pessoas pensam tanto nela, que
alimentam, eternamente, um sentimento que, usualmente, representaria e expressaria apenas uma fase passageira de sua vida. 

Situações difíceis e
estressantes exigem de nós uma capacidade de adaptação que nos permite voltar a
alcançar um estado emocional normal. Pensar naquilo que é positivo é uma forma
de superar os momentos de tristeza sem negá-los, mas, também, sem valorizar
fortemente tal situação. Buscar atividades sociais, esportivas e de lazer
também são formas externas de lidar com este sentimento.
 


Estar triste e sentir tristeza são condições psicológicas que fazem parte da
vida humana, e não há por que temer vivenciar tal estado. Sentir dor pela
perda, viver o luto, terminar um namoro, ter frustrações nas amizades  e
experimentar que a vida não é feita só de alegrias é o conjunto dinâmico e
equilibrado da vida. Porém, muitas vezes, desenvolvemos respostas emocionais
negativas e, a partir delas, 
tudo se torna uma tristeza constante;
ou mesmo criamos nossos filhos deixando-os “protegidos” de qualquer ameaça. 

 

Depressão é muito mais do que uma tristeza, mas esta, se for
cultivada e excessivamente valorizada, pode se tornar uma doença. Ficar triste
faz parte da vida, não precisa de tratamento e nos permite experimentar o lado
bom e o ruim da vida. Muitas pessoas evitam, a todo custo, o sofrimento ou
mesmo evitam que as pessoas ao seu redor sofram. Com isto, apenas alimentam uma
vida de conto de fadas. O tempo da tristeza é relativo e está bastante
relacionado ao tipo de situação que vivemos. 

Por outro lado, pense no seguinte: nosso tempo nos coloca um ritmo
para que vivamos
os processos da vida sem dor,
sem sofrimento e com muita rapidez. Não admitir a armagura é um mecanismo de defesa, algo que nos protege, que faz com que
evitemos as situações. 

O que a tristeza tem para nos ensinar? Nem toda melancolia é
depressão, nem tudo é curado com remédios. Encarar as situações negativas com
serenidade, observando os fatos e as consequências é muito importante. Quando
admitimos que somos parte de um problema, podemos rever nossas atitudes e
crescer. Ao fazer o papel de vítima – que pode ser mais confortável e bastante
cômodo – não assumimos nossas culpas e “terceirizamos” nossos os problemas.
Sempre haverá um culpado, uma situação difícil ou coisa assim. Mas vale lembrar
também o quanto algumas pessoas têm uma visão extremamente negativa de si, sem
perceber nada de positivo no que fazem, olhando o mundo por um olhar altamente
crítico, negativo; apenas valorizando as desolações. 

A satisfação é feita de frustrações,
de perdas e dores. Evitar o sofrimento é como “negar” uma parte importante da
vida e experimentar apenas o imediato, a necessidade
urgente de estar melhor, as alegrias de um mundo que cultiva o imediatismo e o
prazer de uma vida fácil.
 Nesta reflexão, faço a você um novo convite:
que possamos dar um significado às tristezas da vida sem fugir delas, mas
saindo fortalecidos desta batalha, superando as dificuldades do momento,
valorizando as experiências e retomando o ciclo normal de nossas vidas. Não há
solução fácil, mágica ou imediata, mas é algo possível a partir da nossa
iniciativa e nosso empenho, com uma forma diferente de encarar a vida.

Elaine Ribeiro   psicologia01@cancaonova.com

Uma Questão de Escolha

Uma
Questão de Escolha

 

 O coração anda no compasso que
pode. Amores não sabem esperar o dia amanhecer. O exemplo é simples. O filho
que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono. A vida é pequena, mas tão
grande nestes espaços que aos cuidados pertencem. Joelhos esfolados são
representações das dores do mundo. A mãe sabe disso. O filho, não. Aprenderá
mais tarde, quando pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos
joelhos dos seus pequenos. O ciclo da história nos direciona para que não nos
percamos das funções. São as regras da vida. E o melhor é obedecê-las. Tenho
pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. Não há mágica
que possa nos salvar do absurdo. O jeito é descobrir esta migalha de vida que
sob as realidades insiste em permanecer. São exercícios simples… Retire a
poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você. É sensato
pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de
dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de
seu silêncio. Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que
deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos
olhares apressados. O melhor é ir devagar. Que cada um cuide do que vê. Que
cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou
terminar, na palavra que escolhemos dizer. É simples…

Pe Fabio de
Melo