Julgamento cabe a Deus


Julgamento cabe a Deus


Não posso fazer-me de juiz do meu irmão


As aparências enganam. O comportamento de uma pessoa não diz de sua essência ou daquilo que, de fato, ela é. Por isso, todo julgamento é pecado. Só Deus tem o poder para julgar. É Ele que conhece o profundo das pessoas.
Quem julga o próximo está condenando a si próprio; pois quem julga o outro acaba fazendo coisa pior.
Não posso fazer-me de juiz do meu irmão. Acabo pegando um fato isolado de alguém, abrindo um processo, condenando, dando a sentença, até a morte. Não podemos parar nos fatos isolados dos nossos irmãos. Somos chamados a ser misericórdia de Deus para a vida do outro. “Não julgueis e não sereis julgados. Pois o mesmo julgamento com que julgardes os outros servirá para vós; e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho?” (Mateus 7,1-3).
Assim como queremos que Deus não nos condene, também não podemos condenar o irmão por qualquer coisa que ele tenha feito, por pior que tenha sido, a Deus cabe o julgamento, “porque Deus não faz distinção de pessoas” (Romanos 2,11).
Deus sempre julga tudo do homem conforme sua justiça e amor. Ele não julga como nós julgamos ou entendemos ser julgamento. Não queiramos olhar para Deus com parâmetros humanos. Nossos pensamentos não são os pensamentos do Senhor.
Como já disse, somente Deus pode julgar, porque todos nós temos “culpa no cartório”, o nosso julgamento precisa ser transformado em acolhimento, amor, alegria e justiça.
A justiça de Deus dá a vida a todos os homens. Justiça significa retribuir ao outro aquilo que lhe é devido. Por isso, a justiça de Deus precisa ultrapassar a nossa mentalidade e nos levar a uma mudança de coração para que tratemos o outro como verdadeiro filho de Deus.
Por causa do nosso julgamento, muitas vezes, estamos nos afastando de Deus e as pessoas de nós e de Deus. Porque se vermos uma pessoa diferente se aproximando e entrando na igreja, temos logo um juízo temerário e a condenamos, atribuímos muitas vezes coisas que aquela pessoa nem é – como, por exemplo, prostituta, ladrão etc, sem realmente ter conhecimento de sua vida ou passado.
Mas precisamos ser instrumentos de acolhimento como Jesus foi; levar a salvação que vem de Deus e do seu Evangelho.
Devemos levar os outros à compreensão de que a nossa salvação está unicamente em Jesus Cristo. Aderir ao Senhor pela força da nossa fé. Pois o Evangelho de Jesus tem a força de salvação e purificação: “Pois ele [Evangelho] é uma força vinda de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1,16b).”



Padre Reinaldo
blog.cancaonova.com/padrereinaldo

O Paraiso de Deus é o coração do homem


O Paraiso de Deus é o coração do homem



O grande erro é tratar Deus com desconfiança


Deus vos ama! Amai – O.(…)
Habituai- vos a falar- lhe a sós, com familiaridade, confidência e amor como a um vosso amigo, ao amigo mais caro que têm e que mais vos ama.
E se é um grande erro, como foi dito, o tratar Deus com desconfiança (…) erro maior será pensar que conversar com Deus só seja aborrecimento e amargura.
Não, não é verdade: – porque a sua conversação não tem nada de desagradável, nem a sua convivência nada de fastidioso – (Sb 8,16).
Perguntai às almas que o amam com um amor verdadeiro e vos responderão que nas penas das suas vidas não encontraram maior e verdadeiro alívio que naquele que encontraram conversando amorosamente com Deus.
Não é que se vos pede uma aplicação contínua da vossa mente para que vos esqueceis dos vossos afazeres e do vosso entretenimento.
O vosso Deus está sempre perto de vós, ou melhor, dentro de vós: (Act 17,28).
Não existe um porteiro para quem deseja falar- lhe; pelo contrário, Deus aprecia que vós lideis confidencialmente com ele.
Falai- lhe dos vossos afazeres, dos vossos projetos, dos vossos temores e de tudo aquilo que vos pertence.
Fazei- o sobretudo, como eu disse, com confidência e de coração aberto, porque Deus não sabe falar com uma alma que não lhe fala; dado que não estando habituada a lidar com ele, entenderá mal a sua voz quando ele lhe falará.
Ele, sem esperar que vos dirijais a ele, quando desejais o seu amor, antecipa-se trazendo-vos as suas graças e os seus remédios dos quais precisais. Só espera que lhe faleis, para vos demonstrar o quanto vos está próximo e pronto para vos escutar e consolar(…).
O nosso Deus habita no alto dos céus, mas não desdenha de entreter-se, dia e noite, com os seus filhos fiéis e participa-lhes as suas consolações divinas, das quais somente uma supera todas as delícias que ele pode dar ao mundo, e só não as deseja quem não as experimenta.
Extraído de “Opere Ascetiche” de S. Alfonso Maria de Liguori, (CSSR, Roma 1933, Vol. I, pp. 316-318)


S. Alfonso Maria de Liguori
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Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja


Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja


A devoção a Maria é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos


Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça.
Ao confessar-se serva do Senhor (Lc 1,38) e ao pronunciar o seu sim, acolhendo “em seu coração e em seu seio” o mistério de Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora.
Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II: “A função maternal de Maria, em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece”.
Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização? Assim, a “Estrela da Evangelização”, como a chamou Paulo VI, aponta e ilumina os caminhos do anúncio do Evangelho.
Este anúncio de Cristo Redentor, de sua mensagem de salvação, não pode ser reduzido a um mero projeto humano de bem-estar e felicidade temporal. Tem certamente incidências na história humana coletiva e individual, mas é fundamentalmente um anúncio de libertação do pecado para a comunhão com Deus, em Jesus Cristo. De resto, esta comunhão com Deus não prescinde de uma comunhão dos homens uns com os outros, pois os que se convertem a Cristo, autor da salvação e princípio de unidade, são chamados a congregar-se em Igreja, sacramento visível desta unidade humana salvífica.
Por tudo isto, nós todos, os que formamos a geração hodierna dos discípulos de Cristo, com total aderência à tradição antiga e com pleno respeito e amor pelos membros de todas as comunidades cristãs, desejamos unir-nos a Maria, impelidos por uma profunda necessidade da fé, da esperança e da caridade. Discípulos de Jesus Cristo neste momento crucial da história humana, em plena adesão à ininterrupta Tradição e ao sentimento constante da Igreja, impelidos por um íntimo imperativo de fé, esperança e caridade, nós desejamos unir-nos a Maria. E queremos fazê-lo através das expressões da piedade mariana da Igreja de todos os tempos.
A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: Fazei o que ele vos disser (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria: ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.

artigo extraido da homilia na dedicação da Basílica Nacional de Aparecida do Papa João Paulo II
Joao Paulo II
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O namoro acabou…



O namoro acabou, e agora?


A sensação de desamparo poderá trazer machucaduras


No namoro, depois de algum tempo, é possível avaliar melhor o que realmente se espera do relacionamento. Algumas vezes, depois dessa avaliação, em razão dos motivos, os quais somente o casal tem suas justificativas, o namoro termina. Mesmo que não tenha dado certo, muitas outras coisas terão valido como experiência de vida.
Com o rompimento do relacionamento o que se pode fazer?
Nenhum rompimento parece saudável num primeiro instante, especialmente, quando o relacionamento parecia estável. A pessoa que acreditava viver ao lado do namorado (a) como futuro esposo (a), se vê desnorteado (a). Vê seus projetos desabando…
Pensando ter perdido o sentido da vida, a pessoa inconformada com a situação, pode até fazer promessas de ser diferente, numa tentativa de recuperar ou remendar o compromisso por mais um período.
A sensação de desamparo depois de algum tempo de convivência e todas as lembranças sobre o que foi vivido no relacionamento poderão trazer machucaduras, especialmente para aqueles que ainda se sentem apaixonados.
Se há um problema, há também uma solução!
Superados os momentos mais dolorosos, os ex-namorados terão que enfrentar o sentimento do vazio, de solidão que ficou. Na tentativa de preencher este espaço gerado pelo rompimento, a pessoa pode pensar que encontrar um novo namorado (a) seja a solução para o problema sentimental. Outros podem sentir medo de viver um novo relacionamento e voltar a se ferir.
Como se pode começar algo novo sem antes ter assimilado aquilo que foi vivido anteriormente?
Entender melhor o que somos, o que queremos e aprender a lidar com sentimentos, muitas vezes, desconhecidos em nós, como ciúme, posse, medo e insegurança pode ser a chave para compreender aquilo que esperamos daquele (a) que se põe ao nosso lado.
Numa relação, quer seja de amizade ou de namoro, se faz necessário identificar a importância da nossa participação, como também, perceber o vínculo da outra pessoa para com a gente e vice-versa. Acredito ser necessário ter consciência do real valor desse último relacionamento amoroso em resposta aos anseios nele projetado.
Analisar os prós e os contras a respeito de nossos impasses, se torna mais fácil quando conversamos com alguém sobre nossas dores, anseios e dificuldades. E as verdadeiras amizades nos auxiliam a entender um pouco mais sobre em que precisamos fundamentar nossos relacionamentos.
A participação e os conselhos de alguém que esteja fora dos nossos problemas e comprometida, verdadeiramente, com a nossa felicidade é sempre de grande ajuda, podendo ser o nosso remédio.
Na certeza de que para o próximo relacionamento você estará mais maduro (a) a respeito do que espera e deseja, deixo meu abraço.
 
José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com

Adoração



O que é Adoração?



Colocar-se em silêncio interior não é fácil


Antes de mais nada, trata-se de aprender a se colocar na presença de Deus, simplesmente, com regularidade. Mesmo que não seja por muito tempo, deve ser uma ação diária.
Por que procurar a presença de Deus no silencio interior? Porque primeiramente Ele esta presente em nós, mesmo se não sabemos, mesmo se não o sentimos.
Colocar-se em silencio interior não é fácil, e menos ainda permanecer ali por alguns instantes. Não estamos acostumados. Isso pode nos parecer uma perda de tempo. Preferimos preenche-lo com barulho, até mesmo um “bom barulho” como os cantos de louvor, com instrumentos musicais. Desse modo fugimos da Adoração, e da graça da cura que ela traz ao nosso coração doente.
Há um tempo para o “louvor ruidoso e feliz”, um tempo para a pregação ou o ensino (formação), um tempo para o terço ou outra devoção completamente respeitável. Mas esses momentos não são de Adoração…
Um louvor pode introduzir a Adoração num segundo momento, tornando-se progressivamente calmo ate chegar a um completo silêncio. O Evangelho de Mateus 26, 6-13, trata de uma mulher que derrama um perfume de grande valor aos pés de Jesus. Os discípulos, indignados, reagem: “Para que esse desperdiçio?” Naquele momento, eles não tinham compreendido… Como nós provavelmente não compreendemos, ainda, a verdadeira Adoração…
Jesus lhes explica: “é de fato uma boa obra que ela realizou para comigo… pobres, vocês sempre terão, mas quanto a mim, vocês não terão para sempre”.
Conhecida por todos como pecadora, essa mulher ousa manifestar seu reconhecimento a Jesus. Ela “aproveita a presença de Jesus” para honrá-lo, agradecer-lhe à sua maneira, para adorá-lo, mesmo que, sem dúvida, ela não perceba que o adora, porque não sabe ainda em verdade que Ele é Deus.
Essa mulher, espontânea, de modo livre, aproveita o momento na presença de Jesus, mesmo que Ele pareça ocupado com outra coisa, para lhe mostrar seu amor e, mais ainda, para dar, à sua maneira, um aprova definitiva. Consagrar tempo para a Adoração é como derramar um perfume precioso sobre Jesus para lhe manifestar nosso amor.

Artigo extraído do livro Orações de cura e adoração
Philippe Madre

Editora Canção Nova
05/10/2007 – 16h50