Carlo Acutis o futuro beato

Carlo Acutis será beatificado em 10 de outubro próximo; mãe do futuro beato destaca sua vida de santidade.

Em 10 de outubro próximo, a Igreja terá um novo beato: Carlo Acutis, jovem nascido em Londres em 1991, mas que viveu em Milão e foi declarado venerável pela Igreja em 2018. Ele sofreu uma leucemia fulminante e, de acordo com sua mãe, Antonia Salzano, teve uma extraordinária história humana entrelaçada pela fé.

A beatificação do jovem será em Assis, lugar de sua sepultura, às 16h (hora local) na Basílica papal de São Francisco. A notícia, segundo Antonia, foi recebida com alegria. Em entrevista ao Portal Vatican News, ela recorda o filho como um jovem apaixonado por Cristo, um comunicador atual do Evangelho, e manifesta o desejo de que ele possa ser uma “ajuda para nos tornarmos santos como Deus quer”.

“Quando demos a notícia da beatificação de Carlo, recebemos telefonemas de todo o mundo da parte de pessoas que querem vir da América do Sul, dos Estados Unidos, da Índia. Não creio que será possível acolher todos pela situação de saúde, mas a celebração de outubro representa um passo adiante para os fiéis de Carlo, para todos aqueles que o invocam e se referem ao seu exemplo”, afirma Antonia.

Perguntada sobre o que espera da beatificação do filho, Antonia enfatiza: “a nós interessa que o exemplo de Carlo possa ajudar tantos jovens e tantas pessoas a reencontrar a fé em Jesus e sobretudo a importância dos sacramentos que representa o ponto chave da espiritualidade de Carlo”. Ela acrescenta que essa espiritualidade era baseada antes de tudo na Eucaristia, que era o centro de sua vida.

Para além da intimidade com os sacramentos, a mãe de Carlo recorda sua relação com o uso das tecnologias e novas mídias – “era considerado um gênio do computador”. Ela destaca, porém, que ele não utilizada esses meios de comunicação para diversão ou algo assim: ele usou estes talentos para fazer um site sobre milagres eucarísticos e uma exposição sobre o mesmo tema que já girou o mundo.

“Carlo sabia que Jesus está presente realmente na Eucaristia, mas percebia que as pessoas precisam de ajuda para se aproximar do Senhor e, sobretudo, para entender a importância dos sacramentos”.

A notícia da beatificação de Carlo chegou em meio à pandemia de coronavírus. Antonia destaca que será preciso atenção e prudência, mas como a celebração está na programação na Basílica de São Francisco, acredita que será possível distribuir os fiéis dentro e fora da igreja, bem como organizar algo em vídeo.

“Seguramente, o bispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino, junto aos franciscanos, encontrará o modo mais apropriado para organizar a celebração. O que é fundamental é a invocação destas figuras como Carlo para nos ajudar a sermos santos como Deus nos quer. E penso que se possa rezar também em casa acompanhando a beatificação por internet ou televisão”.

Além de Carlo, Antonia tem outros dois filhos que rezam o terço e vão à missa todos os dias. “Penso que esta seja uma graça de Carlo. Em particular, eles têm uma devoção extraordinária pelos santos (…) Acredito que se os pais conversassem mais com seus filhos sobre esses maravilhosos exemplos vividos ao longo dos séculos, muitos jovens iriam descobrir coisas extraordinárias e teriam esses amigos no céu que poderiam ajudá-los na vida concreta. Também porque os santos ajudam a se tornar melhorar, a entender que é possível ir além superando os próprios defeitos”.

 

Em 2006, falecia o jovem Carlo Acutis, vítima de uma grave leucemia. No leito de morte, desejou ardentemente que seus sofrimentos fossem oferecidos a Deus pela Santa Igreja e pelo Papa Bento XVI. O testemunho do rapaz, de apenas 15 anos, comoveu toda a Itália, tornando-o modelo de santidade.

Aos 12 anos de idade, a Santa Missa já lhe era o bem mais precioso, comungava diariamente. Assis era seu lugar preferido.

No ensino médio, desenvolveu sua paixão por computadores. Carlo criou um site dedicado aos milagres eucarísticos e à vida dos santos. “Decidi ajudá-los compartilhando alguns dos meus segredos mais especiais para aqueles que desejam rapidamente alcançar o objetivo da santidade”, dizia o jovem na página da internet. Carlo Acutis insistia na Missa diária, pelo corpo de Cristo, na récita do rosário, na lectio divina, na confissão e no apego aos santos. “Peça ao seu Anjo da Guarda para ajudá-lo continuamente, de modo que ele se torne seu melhor amigo”, recomendava.

Em 2006, com apenas 15 anos, Carlo Acutis descobriria uma grave doença: a leucemia. Confundida inicialmente com uma inofensiva “caxumba”, o mal acabou se alastrando rapidamente, mesmo com os vários tratamentos, causando-lhe a morte em apenas um mês. Às 6:45h, de 12 de outubro de 2006, o Senhor o levava para a vida eterna. Perto de falecer, confidenciou aos pais: “Ofereço todos os sofrimentos desta minha partida ao Senhor, ao Papa e à Igreja, para não fazer o Purgatório e ir direto para o Paraíso”.