Continuemos a rezar pelos povos que sofrem com as guerras, pede Papa

Após o Angelus, Francisco saudou os fiéis, renovou seu apelo pela paz e lembrou da missa que vai celebrar no Cemitério de Guerra de Roma, no Dia de Finados

Da redação, com Vatican News

Foto: REUTERS – Yara Nardi

Nas saudações após o Angelus desta quarta-feira, 1º, o Papa Francisco voltou a falar sobre as guerras que afligem o mundo. O apelo do Pontífice é para que os fiéis não parem de rezar pelos povos que estão vivendo esses conflitos.

“Continuemos a rezar pelos povos que sofrem com as guerras de hoje. Não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia, não nos esqueçamos da Palestina, não nos esqueçamos de Israel, não nos esqueçamos de tantas outras regiões onde a guerra ainda é muito forte.”

Saudações

Nas saudações, dirigindo-se à multidão presente na Praça São Pedro, o Santo Padre agradeceu aos grupos de peregrinos presentes, entre eles os participantes da tradicional Corrida dos Santos promovida pela Fundação Missões Dom Bosco “para viver em uma dimensão de festa popular” a Solenidade de Todos os Santos.

A Corrida dos Santos, que já está em sua 15ª edição, contou com a passagem dos participantes pelo centro de Roma.

Papa pede consciência e fim ao desperdício de alimentos

EXAME DE CONSCIÊNCIA

No Ângelus, Papa pede consciência e fim ao desperdício de alimentos

Evangelho deste domingo, 29, serviu de inspiração para o exame de consciência provocado por Francisco quanto ao desperdício de alimentos

Da redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco durante o Ângelus deste domingo, 29/ Foto: Reprodução Youtube Vatican News

Na manhã deste domingo, 29, Papa Francisco chamou atenção dos fiéis quanto ao desperdício de alimentos. “Nunca jogar fora a comida que sobra”, pediu o Santo Padre. O tema foi desenvolvido pelo Pontífice durante a sua tradicional reflexão que antecede a oração do Ângelus, e teve como inspiração o evangelho de hoje, que apresenta a história da multiplicação de pães e peixes, e a preocupação de Jesus para que nenhum alimento multiplicado fosse perdido.

O Santo Padre aproveitou a oportunidade para questionar os fiéis sobre o destino que eles costumam dar aos alimentos que sobram das refeições. “Cada um de nós pense: a comida que sobra no almoço, na janta, para onde vai? Na minha casa, o que se faz com a comida que sobra? Se joga fora?”, perguntou. Francisco recordou as pessoas que têm fome e pediu a todos que reutilizem os alimentos ou os dê para os que têm necessidade. “Este é um conselho e também um exame de consciência”, afirmou.
Além da questão alimentar, o Papa refletiu sobre outros ensinamentos presentes no evangelho e recordou como aconteceu o milagre da multiplicação. Segundo o pontífice, Jesus ao ver a grande multidão que o seguiu perto do  lago de Tiberíades, percebeu junto aos apóstolos que eles não possuíam dinheiro suficiente para alimentar aquela multidão. André, um dos doze discípulos, levou Jesus a um menino que havia oferecido tudo que tinha, cinco pães e dois peixes.

“Bravo rapaz! Ele, também ele, via a multidão; também via os cinco pães. Disse: “Mas eu tenho isto, se serve estão à disposição”. Este rapaz nos faz pensar um pouco em nós… Aquela coragem: os jovens são assim, têm coragem. Devemos ajudá-los a levar em frente esta coragem. (…) Com esta passagem do Evangelho, a liturgia nos leva a não desviar o olhar daquele Jesus que, no domingo passado, no Evangelho de Marcos, vendo “uma grande multidão, teve compaixão deles”. Também aquele rapaz dos cinco pães entendeu esta compaixão, e disse; “Ah, pobre gente…. Eu tenho isto”. A compaixão o levou a oferecer o que tinha”, comentou.

De acordo com Francisco, a partir da doação do rapaz, Jesus ordenou aos discípulos que fizessem as pessoas sentarem, pegou os pães e peixes, deu graças ao Pai, os distribuiu e todos puderam comer e ter saciedade. “Para as multidões, Jesus não se limitou a dar isto – ofereceu a sua Palavra, a sua consolação, a sua salvação e finalmente a sua vida – mas certamente fez também isso: cuidou da comida para o corpo”, observou.

Diante do exemplo de Jesus, o Pontífice reafirmou a postura que os cristãos, como discípulos de Cristo, devem ter. “Não podemos fazer de conta que não sabemos nada. Somente ouvindo as demandas mais simples das pessoas e colocando-se ao lado de suas situações existenciais concretas, se poderá ser escutados quando se fala de valores mais elevados”, pontuou.

O Papa prosseguiu reafirmando o amor de Deus pela humanidade e a Sua graça divina que nunca falha. “Jesus continua também hoje a satisfazer a fome, a tornar-se uma presença viva e consoladora, e faz isso através de nós. Portanto, o Evangelho nos convida para sermos disponíveis e atuantes, como aquele rapaz que se dá conta de ter cinco pães e diz: ‘Mas, eu dou isto, depois tu verás”, exortou.

Ao final da reflexão, Francisco convidou todos os presentes na Praça São Pedro, para que rezassem junto a ele, para que no mundo prevaleçam os programas dedicados ao desenvolvimento, à alimentação, à solidariedade e não àqueles do ódio, dos armamentos e da guerra.

Em uma síntese a sua reflexão, o Santo Padre pediu que duas coisas não fossem esquecidas, a coragem do jovem que dá o pouco que tem para alimentar uma grande multidão e o exame de consciência: “O que você faz em casa com a comida que sobra?”, concluiu.

Depois do Angelus

Depois da oração do Ângelus, o Papa fez memória ao Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, data promovida pelas Nações Unidas e que será celebrada nesta segunda-feira, 30. “Este flagelo escraviza muitos homens, mulheres e crianças para fins de exploração laboral e sexual, tráfico de órgãos, mendicidade e delinquência forçada. Mesmo aqui, em Roma, as rotas de migração também costumam ser usadas por traficantes e exploradores para recrutar novas vítimas de tráfico. É responsabilidade de todos denunciar injustiças e se opor firmemente a esse crime vergonhoso”, afirmou.

Papa reza terço em Santuário Mariano

Da redação, com Boletim da Santa Sé

Papa reza terço no Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor, em Roma./ Foto: Reprodução Youtube Vatican News

O Papa Francisco visitou, na tarde desta terça-feira, 1º, o Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor, em Roma. A peregrinação aconteceu por ocasião do início do mês mariano, para a oração do terço.

Diante da imagem de Nossa Senhora do Milagre o Pontífice recitou o terço, em oração especialmente pela paz na Síria e em todo o mundo.

O Santo Padre foi recebido no Santuário pelo arcebispo Dom Angelo De Donatis, Vigário Geral da Diocese de Roma; pelo Bispo Auxiliar do Setor Sul, Dom Monsenhor Paolo Lojudice, pelo Monsenhor Enrico Feroci, presidente dos Oblatos Filhos do Amor Divino, por Dom Luciano Chagas Costa, Reitor do Santuário, pelo Pe. Vincent Pallippadan, Reitor do Seminário de Nossa Senhora do Divino Amor; e pelo pároco Pe. John Harry Bermeo Sanchez;

Depois da oração mariana, nas capelas laterais, o Papa cumprimentou os moradores da Casa de Repouso do Divino Amor, que abriga 24 idosos, além de acolher mães e crianças.

Ao final, se dirigiu até o povo, na área externa do Santuário, rezou com eles uma Ave Maria e deu-lhes a benção.

Papa aos presidiários: Jesus nunca nos abandona, ele se arrisca por nós

Da redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco durante Lava-pés na prisão romana de Regina Caeli/ Foto: Boletim da Santa Sé

“Quando eu me ajoelhar diante de cada um de vocês, pensem: Jesus apostou neste homem, um pecador, para vir até mim e dizer que me ama. Este é o serviço, este é Jesus. Jamais nos abandona, jamais se cansa de nos perdoar, nos ama muito”. A frase foi dita pelo Papa Francisco aos detentos da prisão romana de Regina Coeli, durante Missa da Ceia do Senhor celebrada na tarde desta Quinta-feira Santa, 29.

Antes de lavar os pés de doze dos encarcerados, o Santo Padre explicou a essência do ato de Jesus. “Os pés, naquela época, eram lavados por escravos: era uma tarefa escrava. As pessoas corriam pela estrada, não havia asfalto, não havia paralelepípedos; naquela época havia poeira na rua e as pessoas sujavam os pés. E na entrada da casa havia escravos que lavavam os pés. Foi um trabalho escravo. Mas era um serviço: um serviço feito por escravos. E Jesus queria fazer esse serviço, para nos dar um exemplo de como devemos servir uns aos outros”, explicou.

Partindo desta premissa, Francisco explicou sobre a importância do servir. Segundo o Santo Padre, Jesus anulou o hábito cultural e histórico presente em seu tempo no qual a preocupação estava nos cargos, lideranças, e não no serviço. “Aqueles que comandam devem servir”, afirmava. De acordo com o Papa é preciso servir pessoas soberbas, pessoas odiosas, pessoas que talvez nos desejem mal, e também as que sofrem, que são descartadas pela sociedade.

“Jesus vem para nos servir, e o sinal de que Jesus serve aqui hoje, na prisão de Regina Coeli, é que Ele escolheu 12 de vocês, como os 12 apóstolos, para lavar os pés. Jesus se arrisca por cada um de nós. Saiba disso: Jesus é chamado de Jesus, ele não é chamado de Pôncio Pilatos. Jesus não pode lavar as mãos: ele só sabe arriscar!”, suscitou o Papa.

Missa da Ceia do Senhor celebrada nesta quinta-feira, 29, no presídio Regina Caeli/ Foto: Boletim da Santa Sé

Após a reflexão, o Santo Padre pediu silêncio aos detentos e que pensassem naqueles que os amavam e em quem eles amavam, mas também naqueles que não os amavam e que eles gostariam de se vingar. “Pedimos ao Senhor, em silêncio, a graça de dar a todos, bons e maus, o dom da paz”, rogou.

Por fim, o Pontífice pediu à diretora e aos funcionários do presídio que aproveitem as oportunidades para renovarem o olhar e escolherem sempre o de esperança. “Semeie esperança. Seu trabalho é este: ajudar a semear a esperança de reintegração, e isso fará bem para todos. Sempre. Toda punição deve estar aberta ao horizonte da esperança. Por essa razão, a pena de morte não é nem humana e nem cristã. Toda punição deve estar aberta à esperança, à reintegração, também para dar a experiência vivida para o bem de outras pessoas”, concluiu.