Ouça a minha voz: contra o aborto

Confira o  vídeo “Ouça minha voz” uma animação contra o aborto.

A Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral.” Catecismo da Igreja Católica § 2271

«Não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém-nascido» (47).
Assista ao vídeo de animação sobre o aborto e compartilhe!

Falácias em torno da descriminalização do aborto

O aborto deixou de ser crime em muitos países, e o Brasil tem caminhado para essa mesma direção. Alguns partidos políticos têm feito de tudo para que a lei que descriminaliza o aborto seja aprovada. Meus amados irmãos, em primeiro lugar, quero lhe pedir que nos unamos em oração por essa causa; em segundo lugar, que unamos nossas forças para que essa terrível e desumana lei não seja aprovada.

Algumas vezes, os membros da Igreja são qualificados como “fanáticos e fundamentalistas religiosos impondo sobre Estado Laico uma visão religiosa”. Esse discurso, na verdade, é uma forma de inibir a Igreja.

Dom Ricardo Hoepers, no dia 6 de agosto de 2018, discursou na audiência pública sobre a descriminalização do aborto, estando presente a Exma. Sra. Ministra Carmen Lúcia, Presidente do Supremo Tribunal Federal; a Exma. Sra. Ministra Rosa Weber, relatora da ADPF 442, juntamente com os Srs. Ministros e demais pessoas que ali estavam presentes. Diante de todos, fez três importantes perguntas, inspiradas pelo Espírito Santo:

1-Onde está o fundamentalismo religioso em aderir aos dados da ciência que comprovam o início da vida desde a concepção?
2-Onde está o fanatismo religioso, em acreditar que todo atentado contra a vida humana é crime?
3-Onde está o fundamentalismo religioso em dizer que queremos políticas públicas que atendam a saúde das mães e dos filhos?

Assista ao vídeo:

Nesse mesmo discurso, esclarece Dom Ricardo Hoepers:  se a questão é de saúde (salus – salvar), a lei teria que proteger a mãe e o filho proporcionalmente. Como este STF vai explicar a permissão da pena capital a um ser humano inocente e indefeso para justificar nossa incapacidade de políticas públicas de proteção à saúde reprodutiva da mulher?”.

O aborto e o direito à vida

É assim que o Supremo Tribunal Federal vai garantir a inviolabilidade do direito à vida? Dando uma arma chamada “autonomia”, para que homens e mulheres, ao seu bel prazer, interrompam a vida das crianças até a 12º semana sem precisar dar nenhuma satisfação de seu ato predatório? Esperamos que não, pois […] o direito à vida é o mais fundamental dos direitos e, por isso, mais do que qualquer outro, deve ser protegido. Ele é um direito intrínseco à condição humana e não uma concessão do Estado. Os Poderes da República têm obrigação de garanti-lhe e defendê-lo. Não compete a nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente. […] O fundamento da VIDA é o AMOR, e quem ama cuida até o fim.

Essas palavras de Dom Ricardo Hoepers foram sinceras e muito contundentes, pois foram fundamentadas na verdade.

A última estrofe de nosso hino brasileiro diz: “Terra adorada, entre outras mil és tu, Brasil, ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil. Pátria amada Brasil!” Como continuaremos a cantar essa estrofe caso o aborto seja aprovado por lei? Que mãe gentil é essa, que permite matar os seus próprios filhos? Que pátria amada é essa, que mata seus filhos antes de nascerem?

Valorize a vida

Precisamos, a todo custo, defender a vida, lutar contra toda e qualquer lei que a ameace. É preciso também ter cuidado com a forma que lutamos a favor da vida, a começar pelas postagens nas redes sociais.

Existem algumas postagens que, embora sejam bem intencionadas, são, ao mesmo tempo preocupantes. Postagem contendo a história de pessoas importantes do ponto de vista social, que quase foram abortadas. Pessoas como: Steve Jobs, Roberto Gómez Bolaños (Chave), Susan Boyle, Cristiano Ronaldo, Celine Dion, Andrea Bocelli, Jack Nicholson etc. Por que são postagens preocupantes? Pelo fato que o destaque é dado não propriamente a vida da pessoa, mas sim ao papel social que ela desempenhou. Se elas não tivessem sido importantes na sociedade, poderia então ter sido abortadas? O valor da vida independe do papel social.

Outra coisa a fazer é ficarmos atentos aos discursos falaciosos. De modo geral, os discursos pró-aborto são completamente equivocados por si mesmos. Já ouvi discurso de mães nos quais elas diziam: “o corpo é meu, faço o que eu quero com ele”. Que pena! Essa pessoa não entendeu nada. Quando falamos de uma mãe grávida, estamos falando de duas vidas, estamos falando de duas pessoas, partindo do princípio de que a vida é um dom absoluto, ambas precisam ser protegidas e respeitadas.

Falácias do aborto

Outra falácia é que o aborto é uma forma de salvar a vida da mulher. Algo comum nas manifestações a favor do aborto são faixas com a seguinte descrição: “Aborto Já! Pela legalização do aborto em defesa da vida da mulher”. Esquecem que a mulher que está dentro da barriga também precisa ser salva. Portanto, deve ser salva a vida das duas mulheres, mãe e filha, e não somente de uma.

A criança não deve ser punida por um crime que ela não cometeu. O aborto acaba sendo a pena de morte para quem não cometeu crime algum.

Eu vi um pôster, no Instagram, em que o bebê, no ventre da mãe, dizia: “Mamãe e papai, não façam a mim o mal que meus avós não fizeram a vocês. Quero viver!” Trata-se de um grito silencioso de milhares de crianças que são mortas diariamente.

Reza o salmista: “Tu me teceste no ventre de minha mãe. Graças te dou pela maneira extraordinária como fui criado! Pois tu és tremendo e maravilhoso! Sim, minha alma o sabe muito bem” (Sl 138,13-14). Mãe, não faça de vosso útero um sepulcro. Seu ventre é lugar sagrado, lugar da vida e não da morte.

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Elenildo Pereira

Candidato às Ordens Sacras na Comunidade Canção Nova. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP).  Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, Taubaté (SP) e pós-graduando em Bioética pela Faculdade Canção Nova. Atua no Departamento de TV da Canção Nova, no Santuário Pai das Misericórdias e Confessionários.

“Dia de conscientização contra o aborto”-Paraná institui 15 de maio

O governador Ratinho Junior sancionou o projeto de lei 303/2017, de autoria do deputado estadual Cobra Repórter (PSD), que institui no Paraná no dia 15 de maio, o Dia Estadual de Conscientização Contra o Aborto, por meio da Lei Estadual 19.867/2019.

O projeto se tornou lei estadual e passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Estado do Paraná. A data foi escolhida por ser o Dia Internacional da Família e o objetivo da criança do Dia é incentivar a promoção de palestras, seminários, campanhas e outras atividades que permitam a sensibilização da população acerca dos direitos do nascituro, direto à vida e às implicações no caso do aborto ilegal.

Também tem como objetivo contribuir para a redução dos indicadores relativos à realização de abortos clandestinos, promover o intercâmbio visando ampliar o nível de resolutividade das ações direcionadas à saúde das gestantes, por meio de integração da população, órgãos públicos, priva“Sou um defensor da vida desde a concepção. Tratar deste tema é sempre polêmico, mas requer muita atenção. Para chegar até esta lei realizamos uma audiência pública na Assembleia que reuniu centenas de pessoas com as mais diversas visões. Entendemos que este dia seja um momento de reflexão, de sensibilização sobre os direitos do nascituro, o direito à vida”, afirmou o deputado.dos e organizações não governamentais que atuam na área de defesa da vida humana e divulgar os preceitos da vida contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Mães substitutas ou barrigas de aluguel

Mães substitutas ou barrigas de aluguel? O que a Igreja diz sobre isso?

Algumas mulheres não podem engravidar, porque não têm o útero ou o apresentam com alguma anormalidade. Outras mulheres têm condições médicas que não lhes permitem engravidar, porque isso poderia causar maiores danos à saúde ou até mesmo à vida delas.

Por meio do programa de gestação de aluguel, essas mulheres podem se tornar mães com a ajuda de uma outra mulher que lhes ofereça o útero para a gestação do bebê. Essa técnica de procriação artificial também pode ser denominada de útero de aluguel, barriga de aluguel, mãe de aluguel, mãe hospedeira entre outros. Assim, pode-se preceituar “mãe substituta” como a mulher fértil, que se dispõe a carregar o embrião dentro do seu útero, durante o período de gestação, em razão da infertilidade de outra mulher.

Tudo isso contribui para considerar o filho obtido mediante as técnicas artificiais reprodutivas como um “produto”, cujo valor, na realidade, depende em grande parte de sua “boa qualidade”, submetida a severos controles e selecionada com cuidado.

“As técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas235) lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela ou ligados entre si pelo casamento. Elas traem o “direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um através do outro”236.

A procriação humana possui características específicas, por força da dignidade pessoal dos pais e dos filhos: a procriação de uma nova pessoa, mediante a qual o homem e a mulher colaboram com a potência do Criador, deverá ser fruto e sinal da mútua doação pessoal dos esposos, do seu amor e da sua fidelidade. A fidelidade dos esposos, na unidade do patrimônio, comporta o respeito recíproco do seu direito de se tornarem pai e mãe somente através um do outro.

O que a Igreja diz

A Congregação para a Doutrina da Fé, no documento Donum Vitae, afirma explicitamente que “as tentativas ou as hipóteses destinadas a obter um ser humano sem qualquer conexão com a sexualidade (…) são consideradas contrárias à moral, uma vez que contrastam com a dignidade, tanto da procriação humana como da união conjugal” 238.

“Difundem-se, com efeito, em ritmo crescente, tecnologias da geração humana– como a fecundação artificial ou o aluguel da mãe gestante e semelhantes,– que apresentam sérios problemas de ordem ética. Entre as outras graves implicações, basta recordar que, em semelhantes procedimentos, o ser humano é defraudado do direito a nascer de um ato de amor verdadeiro e, segundo os processos biológicos normais, ficando desse modo marcado, desde o início, por problemas de ordem psicológica, jurídica e social, que o acompanharão durante a vida inteira”239.

(Artigo extraído do livro “O que a Igreja ensina sobre…”).

235. Verificar o tema: “Fecundação in vitro”.
236. CIC (Catecismo da Igreja Católica) nº 2376.
238. Congregação para a Doutrina da Fé. Instrução sobre o respeito à vida humana nascente e a dignidade da procriação. “Donum vitae” p. 29.
239. Cf. João Paulo II – L’Osservatore Romano de 06-08-1994.

 

Padre Mário Marcelo Coelho

 

Sobre Padre Mário Marcelo Coelho

Mestre em zootecnia pela Universidade Federal de Lavras (MG), padre Mário é também licenciado em Filosofia pela Fundação Educacional de Brusque (SC) e bacharel em Teologia pela PUC-RJ. Mestre em Teologia Prática pelo Centro Universitário Assunção (SP). Doutor em Teologia Moral pela Academia Alfonsiana de Roma/Itália. O sacerdote é autor e assessor na área de Bioética e Teologia Moral; além de professor da Faculdade Dehoniana em Taubaté (SP). Membro da Sociedade Brasileira de Teologia Moral e da Sociedade Brasileira de Bioética.