Às crianças doentes e os profissionais de saúde


 Às crianças doentes e os profissionais de saúde


            Dirijo-me com afeto, sobretudo a vós, queridas crianças, e aos vossos familiares que vos assistem com muito carinho”… Estou próximo de cada um de vós e desejo fazer-vos sentir o conforto e a bênção de Deus.


            Deparando-me com tantas crianças que sofrem, pensei espontaneamente em Jesus que amava ternamente as criancinhas e queria que as deixassem ir a Ele. Sim, como Jesus, também a Igreja manifesta uma especial predileção pela infância, especialmente quando se trata de crianças que sofrem. Eis então o segundo motivo pelo qual vim entre vós: para testemunhar também eu o amor de Jesus pelas crianças, um amor que se efunde espontâneo do coração e que o espírito cristão aumenta e fortalece. O Senhor disse: “Sempre que fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (cf. Mt 25, 40.45). Em cada pessoa que sofre, muito mais quando é pequenina e indefesa, é Jesus que nos acolhe e espera o nosso amor. 
            Por isso é importante, querido amigos, o trabalho que aqui desempenhais… Penso também e, sobretudo no trabalho ordinário, de todos os dias: na recepção, na hospitalização, na cura zelosa dos pequenos doentes e são tantos que se dirigem às vossas estruturas de assistência à saúde. Isto exige grande disponibilidade, uma busca constante para multiplicar os recursos disponíveis; requer atenção, espírito de sacrifício, paciência e amor abnegado, para fazer com que as mães e os pais possam encontrar aqui um lugar onde se respira esperança e serenidade também nos momentos de apreensão mais aguda.
Deixai que eu diga mais uma palavra precisamente sobre a qualidade do acolhimento e dos cuidados que devem ser dados ao doente. Aqui, é vossa preocupação garantir um tratamento excelente não só sob o perfil da saúde, mas também sob o aspecto humano. Procurais dar uma família a quem está hospitalizada e aos seus acompanhantes, e isto exige a contribuição de todos: dos dirigentes, dos médicos, dos enfermeiros e de quantos trabalham nas várias secções, dos funcionários e das numerosas e beneméritas Organizações de voluntários, que quotidianamente oferecem o seu serviço precioso. Este estilo, que é válido para todas as Casas de cura, deve distinguir de modo especial as que se inspiram nos princípios evangélicos. Para as crianças, depois, não deve ser poupado recurso algum. Portanto, no centro de qualquer projeto e programa esteja sempre o bem do doente, o bem da criança enferma. 
            Esta obra de alto valor humano, que representa também um apostolado eficaz como nunca. Eu rezo por vós, sabendo que esta vossa missão não é fácil. Mas estou certo de que tudo resultará menos difícil se, dedicando as vossas energias a todos os pequenos hóspedes, soubestes reconhecer no seu rosto o de Jesus. 
            Aqui se pode oferecer um testemunho concreto e eficaz do Evangelho em contacto com a humanidade que sofre; aqui se proclama com os fatos o poder de Cristo que, com o Seu Espírito, cura e transforma a existência humana.


Rezemos para que, juntamente com as curas, seja comunicado aos pequeninos hóspedes o amor de Jesus.


PAPA BENTO XVI (DURANTE A VISITA AO HOSPITAL PEDIÁTRICO
 “BAMBINO GESÙ” DE ROMA)
30 de Setembro de 2005