Ele vem “Yeshua”

Pais atarefados… filhos estressados


As crianças brasileiras são as mais estressadas do mundo!


Você está com dificuldade em entender seu filho? Já pensou em chamar uma “super babá”? Hiperatividade, xixi na cama, medo do escuro, pesadelos, choro excessivo, agressividade, desobediência, falta de apetite, dor de barriga, diarréia, tique nervoso, dor de cabeça? É birra? Chilique? Manha? Pode ser estresse! O estresse é uma reação física ou psicológica quando vivemos alguma situação difícil ou de forte emoção. E as crianças brasileiras são as mais estressadas do mundo! Esse é o resultado da pesquisa “Well Being- O equilíbrio Emocional da Criança” realizada pela Nicklodeon que durante seis meses entrevistou 2.800 crianças de 14 países.



As brasileiras foram campeãs ao serem questionadas: “Você se preocupa em fazer seus pais felizes?” Diante dessas respostas, os pais precisam ter atenção para que haja um acompanhamento psicológico adequado dos filhos. O primeiro passo é vencer o preconceito de que psicológo é “coisa para loucos” e perder o medo daquilo que os outros vão falar. É importante perceber a diferença entre chilique, manha e estresse. Este último deve ser tratado, pois pode ser efeito de uma causa não aparente. Valerá lidar com a situação sem causar pânico na criança, agindo com paciência e prudência para buscar auxílio adequado e alcançar, com o tempo, o equílibrio. Se os pais e os demais adultos não souberem acompanhar a criança, indicando-lhe o caminho para a harmonia, ela terá muitas chances de ser um adulto estressado, também podendo apresentar outros desequilíbrios.


 


Amor-atenção-carinho. Os pais sabem que essas coisas são indispensáveis aos filhos, mas como aplicar essa “receitinha” depois de um dia intenso de trabalho? O tempo passa, o tempo voa… no ritmo da pós-modernidade, caminhamos apressados com tudo o que fazemos. Há pressa também na educação dos filhos. Seguimos cantando a música do homem fragmentado, que vive aos pedaços. Nós nos distanciamos de nossa inteireza e valores. A receita “amor-atenção-carinho” fica em segundo plano. Para muitos, o melhor para os filhos é o cursinho de inglês, a aula de dança, as artes marciais ou aulas de reforço, e, no final das contas, não sobra tempo nem para a recreação. As agendas de algumas crianças são tão cheias quanto a dos pais. Não passeiam, não brincam, são educadas para seguir à risca um treinamento para ter seu “futuro garantido”. Na onda do “filho de peixe peixinho é”: preocupações da família, responsabilidades, compromissos, brigas por espaço no mercado, são aspirações transferidas para os filhos, que se transformam em autênticos “operários mirins” ou “mini donas-de-casa”, numa versão compacta da profissão dos pais.



Crianças estressadas podem ser a conseqüência de pais estressados, ansiosos ou preocupados. Se para os adultos é um desafio superar o corre-corre diário e ter qualidade de vida, imagine para os pequenos. Dificil até mesmo para se identificar o problema, pois a criança experimenta o mundo como novidade a cada minuto, e é pouco provável que consiga se auto-avaliar com sucesso. Vale lembrar que o estresse infantil – quando não é resolvido – pode prejudicar o desempenho escolar e colocar em risco a saúde da criança.



É comum o estresse pós-traumático. Uma criança que vive um “choque sentimental” como a perda de algum familiar, estupro, assalto, acidente, separação dos pais. Nesse caso, os medos aumentam e, conforme avaliam os especialistas, isso tende a durar seis meses. O estresse infantil pode ter muitas outras causas: mudança de cidade ou escola, discussões familiares, expulsão da escola, nascimento de um irmão, doenças psicossomáticas, desprezo dos pais ou dos colegas, professores sem preparo, excesso de atividades, viagens cansativas.



Grande parte dos estudos sobre o estresse infantil, aqui, no Brasil, iniciou-se no ano de 1991 e concentra-se na PUC de Campinas (SP). Os pesquisadores concluíram que toda criança enfrentará situações estressantes logo no início de sua vida, como o nascimento dos irmãos, mudança de casa, escola, cidade, empregada, problemas financeiros, hospitalizações, etc.



Qualquer pessoa – independentemente da idade em que se encontra – poderá ficar estressada, mas segundo Marilda Lipp, autora do livro “Crianças Estressadas”, a maior incidência de estresse patológico se dá em crianças no início da alfabetização, adolescentes e adultos dos 35 aos 45 anos. A escritora identificou 4 fases de estresse: a primeira pode ser benéfica, já que a adrenalina e o desejo de superação aumentam. O próprio criador da palavra “stress”, Hans Selye (Universidade de Montreal/Canadá) disse que o estresse é o sal da vida. Mas se há resistência ao estresse, a segunda fase pode preocupar, pois o organismo começa a usar as reservas de vitaminas e uma das conseqüências pode ser a perda da memória. Na terceira fase, o estresse passa a ser patológico. A pessoa adoece e freqüentemente aparece a insônia, depressão, falta de apetite e desânimo para trabalhar ou até mesmo herpes. Na quarta e última fase, o estresse poderá deixar seqüelas. Há excesso de ansiedade e sensação de pânico, que podem gerar úlceras, diabetes ou enfarte.



Pais que trabalham “fora” não precisam se culpar, apenas ficar atentos a fim de estruturar a família de modo que não faltem os momentos de carinho, descontração e brincadeiras. O primeiro passo é aceitar que o ritmo das crianças é diferente e suas necessidades também. Na ânsia de dar uma boa educação e ter sucesso nessa empreitada alguns pais colocam limites aos filhos, mas, muitas vezes, provocam traumas, impedindo-os de viver. Caberá aos pais e educadores ensinar as crianças a lidar com o estresse. Superproteger não é recomendável! Filhos que não encontram dificuldades na vida, certamente não atingirão a maturidade e terão complicações para lidar com situações difíceis na vida adulta. Nem muito, nem tão pouco. Freios demais fundem o motor. Freios de menos provocam acidentes.


Diego Fernandes
diego@cancaonova.com

Meu marido me abandonou…















Meu marido me abandonou…

Quantas e quantas mulheres vivem este drama!


Embora haja também mulheres que abandonem os seus esposos, no entanto, a grande maioria dos casos é de maridos que abandonam as suas esposas; muitas vezes; depois de uma traição consumada e assumida. Quantas e quantas mulheres vivem este drama! Desde as recém-casadas até aquelas que já estavam casadas há mais de trinta anos. E este deve ser o primeiro consolo para quem vive esta amarga situação: você não está sozinha nesta dor, há uma multidão à sua frente e ao seu lado, derramando as mesmas lágrimas.



Pode haver muitas causas para essas separações, mas estou convencido de que a mais freqüente delas é a falta de uma vivência religiosa profunda por parte de muitos homens. Infelizmente, para muitos deles, a vida consiste em trabalhar, e depois, nas horas vagas, divertir-se, beber com os amigos e desfrutar dos prazeres da vida. No meio de tudo isso, a falta de espiritualidade permite a entrada da imoralidade sexual, o acesso a fitas de vídeo pornográficas, os olhares maliciosos para outras mulheres, o deleite no convívio de outras … Até que um dia, ele é “fisgado” por alguém que não é sua esposa, mas que lhe mostra mais atração, “mais amor”, menos idade, que lhe dá “menos aborrecimento”, e mais prazer. E sem o auxílio da graça de Deus, ele começa a descer a ladeira da permissividade moral, até deixar a verdadeira esposa. Sem Deus, não há castidade, não há paciência, não há tolerância… e não há verdadeiro amor como São Paulo pediu aos homens: “Maridos, amai as vossas esposas, como Cristo amou a Igreja, e se entregou por ela.” (Ef 5,25). “E se entregou por ela…”


 


É verdade que em certos casos a esposa traída ou abandonada também possa ter cooperado com a separação: pode ter faltado mais atenção ao marido, ou mais cuidado com o lar e com os filhos, talvez tenha faltado mais zelo consigo mesma, pode ter havido muita reclamação e lamúria da parte dela, ou ainda pode ter faltado mais esforço para uma vida sexual mais harmoniosa, entre outros fatores. Mas nada disso justifica uma traição e a destruição de um lar.



Mas, e agora, o que fazer?



Em primeiro lugar, há que se ter o desejo de restaurar o próprio casamento; esse homem que se foi é seu marido, você tem direito moral sobre ele. Por esta razão, você deve lutar para reconquistá-lo com todos os meios legítimos. Nem sempre é fácil, mas sabemos que para Deus nada é impossível (cf. Lucas 1:37), assim como disse o Anjo a Virgem Maria. Então, é começar a rezar e a agir. E antes de tudo: confiar na misericórdia de Deus, não ter pressa, não marcar hora para ele voltar; há que se dar tempo para a graça de Deus agir. Ela precisa de tempo porque respeita a liberdade dele; mas age. Quantos maridos já voltaram para o lar, depois de uma aventura de “filho pródigo”! Às vezes, é preciso esperar anos para que ele volte; assim como o filho pródigo (cf. Lucas 15:11-32). Pode ser que ele comece a pensar em voltar quando a saudade do verdadeiro lar começar a pesar, ou quando uma doença fizer o “mundo dos encantos” desabar diante dele, ou talvez quando a ruína financeira o atingir… Não sei, mas sei que Deus é o maior especialista em tirar o bem do mal.



Por isso, você, mulher abandonada, não pode tirar os seus joelhos do chão. “Orar sem cessar sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b) é a ordem de Jesus. Pois “Pedi e receberei, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á” (Lc 11,9). Deus estabeleceu uma lei: ninguém recebe a graça d’Ele sem lhe pedir. Então peça, derrame suas lágrimas diante d’Ele no Santíssimo Sacramento. Não foi assim que a perseverante santa Mônica conseguiu, – depois de vinte anos –, a conversão do seu querido filho Santo Agostinho. Ele disse em seu livro “Confissões”, que as lágrimas que sua mãe derramava diante de Deus era o sangue do seu coração destilado em seus olhos.



Mas, e se ele não voltar? Continue a rezar por ele, porque talvez você seja a única pessoa neste mundo que possa fazer algo junto de Deus pela salvação dele. Você, mulher, ao menos tenha a consciência tranqüila diante de Deus; se você se apresentar diante d’Ele, hoje, estará em paz, mas seu marido não. Isso deve ser o mais importante para você: sua consciência.



Enquanto ele não volta, viva a sua vida intensamente para Deus e para os outros. “Só o egoísta desperdiça a vida”, afirma Michel Quoist. Viva para o bem dos seus filhos, de sua família e de todos que precisarem de você. Não coloque toda a felicidade sobre um homem de carne e ossos. Deus é mais importante.



Se você chegou à conclusão de que, quando do seu casamento, houve algum motivo que possa tê-lo tornado inválido, então, consulte o Tribunal da Igreja, e se for este o caso, dê início ao Processo de Solicitação de Declaração de Nulidade. Oriente-se com alguém sábio. Se a declaração de nulidade for concedida, então, você estará livre para se casar novamente com a bênção de Deus. Mas não comece outro relacionamento, sobretudo sexual, com outro homem, pois isso não é da vontade de Deus, e ninguém é verdadeiramente feliz se não vive conforme a santa lei divina.



Se por acaso o seu processo de nulidade está andando bem, e você conheceu alguém que lhe agrada, não se precipite num namoro, mantenha com esta pessoa apenas um bom relacionamento de amigos, até que a Igreja se pronuncie.



Mulher traída e abandonada, eu sei que a sua dor é grande; eu sei que o seu coração sangra, porque eu já ouvi muitas de vocês no relato de suas dores, mas eu quero lhe dizer algo importante a você que tem fé: Não desperdice nenhuma dessas lágrimas; ofereça-as todas ao Senhor; una-as ao cálice da Santa Missa, e elas serão sagradas. Esta será a sua melhor oração, não só pelo seu esposo que se foi, mas também pela redenção do mundo e sua própria santificação. Não é da cruz que vem a ressurreição? Não é da cruz que vem a salvação? Se de um lado a cruz é drama; de outro, é uma oportunidade de sangue de fazer comunhão com o Senhor que padeceu muito mais do que isso por nós, e que nos convida a, – voluntariamente –, “completar o que falta à sua paixão” (Cl 1, 24). Todo sofrimento é uma chance de santificação depois que Jesus fez dele a matéria-prima da salvação. Não perca essa dolorosa chance.



Enfim, mulher, houve outra Mulher, que desde o nascimento do seu Filho, experimentou as dores do mundo até a consumação do seu Amado. Una-se a Ela, consagre-se a Ela, derrame suas lágrimas com Ela, segure em suas mãos santas. Ela a sustentará.



Felipe Aquino


 


 

Família, lugar da bênção de Deus


Lugar onde a gente aprende a amar


Esta é uma das mais fundamentais verdades da fé cristã: a família é o privilegiado lugar escolhido por Deus, para aí derramar a sua bênção. Família é lugar de acolher essa bênção e de multiplicá-la.



Muito acima do sentido humano de proteção e convivência, ou seja, o papel sociológico, a família é um lugar teológico. É o lugar onde Deus se revela; é lugar onde se revela Deus. Nela, o ser humano aprende a crescer segundo o projeto de Deus. É lugar de humanização divina.



O ser humano aprende a ser humano dentro da família. Jesus crescia em estatura, em sabedoria e em graça diante de Deus e dos homens (cf. Lucas 2:25). Interessante esta anotação, pois para esse crescimento integral o próprio Jesus precisou de uma família humana. A bênção divina sobre a família não é somente uma questão espiritual, envolve também o físico e o psíquico. Ninguém é humanamente equilibrado sem alimentar essa tríplice dimensão da existência humana.



O ser humano aprende a ser humano dentro da família. Graça significa o alimento do espírito. O ser humano é físico, psíquico e espiritual. Contudo, lamentavelmente, muitas famílias se preocupam bastante apenas com a dimensão física – uma ótima casa, conforto, estudo, roupas –, mas se esquecem das outras duas dimensões. Infelizmente, a família não está sendo o lugar dessa bênção de Deus para a afetividade das pessoas.



Família deve ser o lugar onde a gente aprende a amar. Se a família é a mais perfeita semelhança de Deus, – que é amor e cria ser humano por amor e para o amor, e o cria família – ela tem de ser o lugar onde aprendemos a exercer o amor.



Para ser lugar da bênção de Deus, muitas vezes, não se precisa de muita coisa. Pequenos detalhes fazem um grande amor. Um grande amor não é feito de grandes coisas, não. Grandes coisas qualquer pessoa faz, tanto para o bem, quanto para o mal, se ela estiver no desespero. Agora, fazer a cada dia pequenas coisas de modo extraordinariamente maravilhoso, só quem tem o Espírito Santo de Deus; do contrário, não consegue. E aí está a santidade. Esse é o segredo.



Ser uma família cristã no meio do mundo é muito mais do que se dizer católico ou freqüentar determinadas práticas religiosas. Ser cristão é adequar nossa vida ao projeto de Deus, ensinado e vivido por Jesus Cristo. Ser cristão é imitar Jesus, especialmente em sua constante luta por permitir que Deus reinasse neste mundo. Uma família cristã é o espaço privilegiado para se gestar e praticar esse projeto. O casal cristão procura, a dois, realizar esse projeto de vida, e depois com todos os seus familiares e nos seus relacionamentos. É uma união de carismas e de dons para se alcançar uma meta comum.



Sendo uma realidade dinâmica, o matrimônio está aberto à construção e também às feridas que machucam e atrapalham o crescimento da vida familiar. Algumas situações acabam sendo grandes possibilidades de ruptura, mas também podem se transformar em momentos de graça e de vida plena. É preciso aprender a construir a restauração da família.



Texto extraído do livro “Famílias restauradas” de padre Léo.



Pe. Léo – SCJ

Quando os homens rezam


Quando os homens rezam

Infelizmente, muitos deixaram de rezar afirmando que oração era coisa de mulher


Quando os homens se manifestam, a graça acontece e Deus age. Nós homens somos convidados a ser intercessores: guerreiros que combatem na oração. Para isso, precisamos ser cheios do Espírito Santo, para assumir a missão que o Senhor nos confia.



O mundo está perecendo por falta de homens que rezam e assumam o ministério da intercessão, clamando pela misericórdia do Senhor. Deus quer resgatar no coração deles o gosto pela oração e pelo louvor.



Nós homens precisamos ser adoradores em espírito e em verdade, e assumir uma postura de guerreiros diante das forças do mal. A Igreja necessita de homens que ofereçam sacrifícios pela conversão dos pecadores e pela salvação das almas. Isso só será possível se nós homens deixarmos a nossa má vontade, o nosso comodismo e formos dóceis à vontade do Senhor.



Infelizmente, muitos deixaram de rezar, afirmando que oração é coisa de mulher e de criança. Mas é o próprio Espírito Santo quem convoca a nós homens. É a Palavra de Deus que testemunha isso:



“Antes de tudo, eu recomendo que se façam pedidos, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens. Quero, portanto, que os homens orem em toda parte, erguendo para o céu mãos santas, sem ira nem discussão” (I Tm 2, 1.8).



Muitas famílias estão se desestruturando porque o homem não assume a Igreja doméstica que é o seu lar. Por isso vemos o caos em que se transformaram as nossas famílias, porque os homens não se decidiram por Deus.



Quando o homem não assume o senhorio de Jesus em sua família, a conseqüência é a destruição do próprio lar. Digo a todos os homens: é tempo de retomada. Comecemos a rezar! Não se sinta envergonhado! Se você não sabe rezar, procure ajuda. É assim que se começa. Comece a falar com Deus, a desabafar com Ele do jeito que você souber. Não existem fórmulas ou maneiras estabelecidas para isso. Com o Senhor, você pode ser espontâneo.



O homem é a “cabeça” da família. Ele é o primeiro que precisa tomar posse do plano de salvação, a qual Deus lhe confiou para a edificação do seu Reino. Os homens são escolhidos pelo Senhor para serem os dirigentes, os governantes, os administradores, aqueles que têm nas mãos as decisões, aqueles que fazem chegar a transformação na política, na administração, na economia, na saúde…



O Senhor está convocando os homens para serem homens de Deus, homens de oração, para que as decisões d’Ele se realizem aqui na terra.



O nosso chamado é para sermos homens de oração, que se deixam conduzir pelo Espírito Santo, tornando-nos uma brasa viva do amor de Deus. Faça da sua vida uma oração e a cada dia você poderá testemunhar as maravilhas que o Senhor tem operado em sua vida.


 


Extraído do livro: “Isto é obra do Senhor: um milagre aos nossos olhos!”


Padre Jonas Abib
pejonas@cancaonova.com


 

Um compromisso para toda a vida



Um compromisso para toda a vida

A idéia do compromisso eterno pode nos provocar calafrios


A idéia do compromisso eterno pode nos provocar calafrios. Como poderíamos medir o infindável se nossa percepção de tempo está compreendida dentro de um calendário, montado e definido por homens, com 365 dias e formatados em 24 horas?



Ficamos surpresos em conhecer casais que, numa idade em que a vitalidade de suas vidas esteja apoiada por muletas, ainda celebram suas bodas. Acreditar que nossos relacionamentos durarão por toda uma vida pode até nos trazer um sentimento de impossibilidade ao seu cumprimento, quando deparamos com a vulnerabilidade de nossa natureza humana. Conscientes de nossa fragilidade, entendemos que jamais poderíamos por nós mesmos atingir este objetivo, ainda que fosse por um período pré-determinado por homens e regido por um contrato.



Muitas pessoas se casam na expectativa de nunca viverem crises conjugais ou acreditam que jamais terão problemas com filhos ou amigos. Atritos, e nem sempre leves, acontecerão na vida em família e em todas as outras esferas de nossos relacionamentos. E o desejo de “rescindir” o compromisso assumido não passará longe de nossas considerações quando emergirem as tensas dificuldades.



Defrontamos com algumas situações de convivência que exigem de nós empenho e coragem para continuarmos a viver o propósito assumido, especialmente quando parecem estar sem sabor ou impossíveis de serem sustentadas. Nessas ocasiões, poderíamos apenas tolerar o outro para manter uma aparência favorável, mas estaríamos longe de um vínculo verdadeiro, digno daqueles que realmente se esforçam para ser melhores.



Uma cozinheira, como se não estivesse contente com aquilo que comumente faz, não hesita em acrescentar um condimento especial, seguindo sua intuição em querer fazer melhor uma determinada receita. Em nossas vidas, de maneira semelhante, devemos estar sempre prontos a realizar algo diferente do que a maioria normalmente tenderia a fazer. Acreditar que poderá surgir um novo “sabor” na relação vivida, mesmo depois de atritos, seria o “condimento” especial – da eterna reconciliação – o qual deveríamos acrescentar na “receita” da boa convivência.



Alguns poetas, lançando mão da liberdade da escrita e na tentativa de escapar do compromisso exigido por um relacionamento dinâmico e vivo, enquadram o sentido do eterno à fragilidade dos sentimentos fugazes, como justificaria Vinicius de Moraes: “Que seja eterno enquanto dure…”



Entretanto, diante da convidativa proposta de nossa fragilidade, precisamos lembrar que somente poderia nos propor a condição de um compromisso eterno Aquele que por natureza o é; e que tem o domínio de todas as coisas, inclusive de nossa limitada e débil natureza. Portanto, conseguiremos levar a cabo a fidelidade de um compromisso por toda nossa vida, quando nos empenharmos em querer ser melhores e depositarmos a confiança em Deus que nos capacitará para assimilarmos e ultrapassarmos os golpes contrários que surgirão com relação a esse propósito.


 


Deus abençoe,



José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.