Ele vem “Yeshua”

O que Maria não diria

O que Maria não diria                     

Não
sou ninguém na Igreja e no Reino de Deus para dizer o que Maria deve ou não
dizer. Se ela foi enviada pelo filho como mensageira, se aparições acontecem
ela certamente sabe o que dizer. Mas se não confere com a Bíblia, eu fico com a
Bíblia e descarto aquelas aparições. O que diz a Bíblia  continua sendo mais importante do que o que
dizem os livrinhos dos videntes. Ao ler alguns livros de videntes me vem a  certeza de que muitos deles estão  dizendo que Maria disse uma coisa que Maria
nunca diria. Tenho em mãos alguns folhetos de piedosos irmãos católicos
dizendo:

 a-      Que o terceiro milênio será de Maria.

b-      Que Jesus se cansou dos pecados do mundo
e vai punir

c-      Que Maria está segurando o braço dele.

d-      Que a reza do terço é garantia de
salvação .

e-      Que nove dias depois de começar uma série
de orações o milagre acontece.

f-       Que bons padres usam batinas e que Jesus
quer isso.

g-      Que ” todas”  as graças do céu passam por Maria.

h-      Que se alguém usar um objeto no peito com
a imagem dela,  terá o coração protegido
contra o pecado.

i-       Que quem invocar o nome dela será salvo.

j-       Que se Jesus não atender é só pedir a
ela que Ele dá um jeito.

k-      Que ela nos tirará do purgatório logo, se
orarmos aquelas orações durante sete sábados.

l-        Que ela resolve qualquer problema, se o
fiel fizer exatamente aqueles rituais de sete ou nove dias.

 Sei que nunca serei bispo, mas se fosse, não
aprovaria nenhuma dessas mensagens porque negam verdades da fé. Quem lê a
Bíblia e estuda o catecismo católico sabe do que estou falando. Algumas dessas
mensagens atribuem a Maria um poder maior que o de Jesus. Outros colocam Maria
preocupada com detalhes que nada tem a ver com a fé ou com a moral da pessoa; e
outras garantem que o número de vezes e o tipo de oração determina o tamanho de
uma graça.

Maria
não diria isso porque são inverdades. E há muitas palavras atribuídas a ela que
certamente nasceram de cabeças sem Bíblia nem catecismo. Aliás, a quase maioria
dos videntes viu anjos demais e Bíblia e catecismo de menos. Depois, atribuem
suas frases a Maria e complicam a situação, porque muitos fiéis sem preparo,
acabam dizendo que Maria disse coisas que Maria não diria. Há muitas noticias
falsas sobre Maria dentro e fora da Igreja, a favor e contra. Depois de Jesus
Maria é uma das pessoas mais deturpadas da história! Amar Maria é também
defendê-la contra esse tipo de videntes .

Escrito
por Pe. Zezinho

O terço tem valor.

O terço tem valor.

 

O valor do terço é grande,
pois é capaz de sustentar a vida espiritual de tanta gente até o último
instante. Tanta gente reza o terço. O convite da Igreja de rezar o terço vem
acompanhado da insistência da contemplação. Claro que o valor está em
aprofundá-lo cada vez mais. Ele é o caminho da oração. Com quase mil anos
sustentou a oração simples e constante do povo. É comum a gente ouvir dizer: eu
sei rezar o terço, mas não sei contemplar. Isto é, não sei de cor a
contemplação dos mistérios. O terço é uma oração distraída por natureza, pois a
repetição monótona é acompanhada pela distração sobre um mistério da vida de
Jesus. Isso é a contemplação. É belo ter a experiência da força dessa oração
que une tanto a Deus, faz milagres e ensina a verdade de Deus.

 

Maneiras de se rezar o terço.                    

 

Todas as
maneiras são boas, principalmente se encontro a minha pessoal. É bom saber que
não há uma obrigação de ser sempre do mesmo jeito. Não é uma oração
supersticiosa: se não se faz assim, não vale. Por séculos foram 3 terços. Agora
o Papa criou um quarto terço. Isso quer dizer que podemos criar sempre maneiras
novas. Eu mesmo já vi diversos modos de se rezar o terço, preparados inclusive
por bispos de prestígio, como D. Valfredo Tepe. Podem ser acrescentados outros
mistérios a serem contemplados. Não precisa nem de terço na mão. Temos um terço
fabricado pelo próprio Deus que são nossos dedos. Minha tia Zulmira, com 93
anos, bem prejudicada em sua saúde, diz, abanando as mãos: “Pe. Luiz me ensinou
que Deus pôs um terço nas mãos da gente”. 10 dedos são 10 ave-marias. Assim, em
qualquer lugar, você pode rezar. Não precisa rezar de uma enfiada os 5
mistérios. Pode interromper, como pode rezar um terço após o outro. O
importante é rezar. Minha cunhada gostou da afirmação de que, se a gente dorme
rezando, os anjos terminam para a gente. A santa D. Beni, de Tietê, dizia que o
terço é o melhor anestésico para dormir, pois é só pegar, o sono vem. O fato de
ser repetitivo, relaxa a parte espiritual e corporal. Quem sabe, se você
rezasse mais o terço, seria mais sereno e mais tranqüilo. Até bem para a saúde
ele faz. Mamãe, com 85, assenta-se na cama, mal acomodada para rezar o terço. E
sabe porquê? Para não cochilar.

 

Maneiras
de contemplar.

 

          É o
problema do terço: como contemplar. Em cada mistério você anuncia o que será
contemplado. Assim no primeiro mistério gozoso contemplamos a anunciação do
Anjo a Maria. Aí você se distrai. Para ajudar a contemplar bem, acostume-se a
colocar, entre cada ave-maria, algumas palavras sobre o assunto. Por exemplo:
“O anjo vai à casa de Maria”… reze uma ave-maria.  “Ave, cheia de graça”
diz o Anjo … Reze mais uma ave-maria. Assim por diante. Cada mistério será
desenvolvido em diversas frases. Você pode até ir lendo a Bíblia. Ou pode usar
o terço chamado de alemão, como nos ensinou Pe Mario Bonotti nosso mestre de
noviços: Em cada ave Maria, você repete o mistério: por exemplo: Ave
Maria…bendito é o fruto do vosso ventre..e aí diz: anunciado pelo
anjo…Santa Maria, Mãe de Deus… Ou crie o seu modo, sempre favorecendo a
atenção. Reze sempre pelos outros. Isso fará de você uma grande sant ou santa,
como tantos que se fizeram santos.

 

Pe. Luiz
Carlos de Oliveira, C.Ss.R.

 

O perdão

O perdão

 

Perdoar passa pelo
coração e depois pela inteligência

 

O perdão começa sempre em nosso coração. Passa
depois pela nossa inteligência. É uma decisão! Depois de concebido no coração e
gestado no pensamento, ele [perdão] ganha vida por uma decisão irreversível e
explícita. Enquanto não perdoamos, perpetuamos a falsa ideia de que a vingança
e o ódio podem ser remédios para curar nossa dor, a vingança parece ser mais
justa do que o perdão. Mas é só na hora. A longo prazo suas consequências serão
terríveis e cruéis.


O perdão afeta o presente e o futuro, mas não pode mexer no passado. Não
adianta nada querer sonhar com o passado melhor ou diferente. O passado foi o
que foi. Não há o que fazer para mudá-lo. Podemos e devemos assimilá-lo e
aprender o que ele tem a nos ensinar. Mais do que isso é impossível.

A esperança por um passado melhor é uma ilusão do encardido [demônio]. Ele é o
grande especialista em passado.
 Jesus, ao contrário, nunca fez nenhuma pergunta sobre o
passado de nenhuma pessoa.
 
Ele nunca fez uma regressão ao passado com ninguém. Nem mesmo
com aqueles que tinham sérios problemas afetivos e até sexuais. Parece estranho
que o Senhor não tenha realizado uma sessão de cura interior das etapas
cronológicas com Maria Madalena, Maria de Betânia, a Samaritana, Zaqueu, Pedro,
Tiago e João, Judas e tantos outros que, por suas atitudes, demonstraram
carregar sérios problemas oriundos da infância e mesmo na gestação.


Cristo não retomava o passado porque sabia que a única coisa que podemos fazer
em relação ao passado é enxergá-lo de um jeito novo e aprender com o que ele
tem a nos ensinar. Mas isso se faz vivendo intensamente o presente e projetando
o futuro. Jesus foi o grande mestre do perdão. Ele nos mostra que o perdão não
acontece de uma hora para outra e nem pode ser uma tentativa de abafar ou
simplesmente ignorar essa dor. O perdão é um processo profundo, repetido tantas
vezes quantas forem necessárias no nosso íntimo. A pressa é inimiga do perdão!


O perdão nos ensina a nos relacionar, de modo maduro, com o passado. Não é um
puro esquecimento dos fatos, nem sua condenação. Não é a colocação de panos
quentes e muito menos a tentativa de amenizar os acontecimentos. Perdoar é ser
realista o suficiente para começar a ver o passado com os olhos do presente,
voltados para o futuro.


Quem
não perdoa não consegue se libertar das garras, interiores e exteriores,
daquele que o machucou
. Mesmo que seja
necessário se afastar, temporária ou definitivamente, dessa pessoa, só podemos
fazê-lo num clima de perdão.

Antes de colocar para fora do nosso coração
alguém que nos machucou é preciso perdoá-lo. Sem perdão, essa pessoa vai
permanecer ocupando um espaço precioso de nossa vida e continuará tendo um
poder terrível sobre nós.

 Do livro “Gotas
de cura interior”.

Padre
Leo, SCJ

 

A alegre fragilidade do ser humano!

“A alegre fragilidade do ser humano!’

 

Apenas terminados os festejos do Momo de Carnaval, a comunidadereúne-se novamente em respeitoso e temeroso silêncio para receber as cinzas.São duas festas diferentes, mas que na realidade mostram a beleza do ser humano.Quando se perguntar quem somos nós, podemos responder que somos a alegria nafragilidade esperançosa. Parece estranho que a alegria se misture tão bem com afragilidade. A alegria não é frágil, nem a fragilidade é triste edesesperadora. O ser humano, (o homem e a  mulher) na sua constituição tem afragilidade como projeto, pois não é um monumento de bronze perfeitamentetalhado. Ele é um contínuo construir-se, ajustar-se, modelar-se. Não somosseres acabados, imutáveis.

 

A celebração das cinzas da quarta-feira, marcando o início dotempo santo da Quaresma, é a bela indicação de nossa origem: “Lembra-te homemque és pó e em pó te tornarás”. É uma ameaça dura que nos coloca diante dosolhos nossa realidade frágil e efêmera. Lembra-nos que um dia éramos pó, deacordo com a simpática narração da criação do homem. Esta lembrançacomunica-nos o respeito a Deus, a necessidade do arrependimento, pois no finalnós iremos prestar contas. Contudo, justamente por ser cinza é que podemos nosalegrar. É nossa condição: frágil. Somos um ser aberto e não um bloco de pedraimutável. Neste barro mole e frágil está nossa maior riqueza. Não somosdefinitivos. Crescemos, nos moldamos, nos adaptamos e nos construímosincessantemente. Parece um baile de Carnaval onde o corpo se move e se alegra.A massa do corpo vibrante vive e faz felicidade a partir daquilo que é frágil eé pó. 

 

Somos o alegre caminhar e o alegre dançar porque nestafragilidade, se expressa nosso ser e nosso modo de ser: homem e mulheres sempreem construção, sempre em movimento interior de vida e alegria. Mesmo na dordesta fragilidade, o ser humano é capaz de edificar a desde da alegria e dapaz.

 

Diante disso, podemos concluir que a vida humana é projeto que serealiza e se reconstrói. Não há nada que seja totalmente definitivo, como nãohá nada que seja totalmente triste. Triste é quando esta fragilidade e levezasão destruídas por aqueles que querem ser donos do ser humano e domina-lo. Umaflor é bela se respeitado seu tempo de se abrir, quando não é violentada sualiberdade de ter sol e vento, quando não é cortada e jogada fora, como quandonão se lhe reconhece o direito a mover-se, crescer, construir-se e participar.  

No altar da vida, todas a alegrias e toda compunção das cinzas sãoduas faces do mesmo ofertório. O que faz nossa grandeza diante de Deus é estarnas mãos dele, deixar-se moldar, ou melhor, construir-se diante dele, olhando oprojeto que ele tem para todo ser humano: ser feliz, mesmo sendo frágil. Enesta fragilidade, construir-se como um desfile alegre por pertencer a Deus enele viver e mover-se.

 

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.

 

Por que falamos que a fé é um pulo no escuro?

Por que falamos que a fé é um pulo no escuro?

 

            Esta
explicação da fé como um salto no escuro não corresponde ao ensinamento da
Sagrada Escritura. Fé é um salto sim, mas um salto no seguro. São Paulo diz:
“Sei em quem acreditei”. O seguro não significa absoluta clareza, pois a fé
está ligada à esperança, uma vez que a carta aos Hebreus confirma: “fé é o modo
de já possuir o que se espera, a convicção acerca de realidade que não se vêem”
(Heb 1,1).

             A própria carta aos Hebreus no
capítulo 11 diz-nos que esta fé foi a vida e o caminho dos patriarcas e, assim,
é o nosso caminho. Ela tem as características de ser estímulo a caminhar, de
ser meta a se atingir e meio de viver. “Sem ela é impossível ser agradável a
Deus, pois aquele que se aproxima de Deus deve crer que Ele existe e que
recompensa os que o procuram. Foi nela que Abel ofereceu os frutos foi morto e
nela seu sangue ainda fala. Por ela Abraão partiu para uma terra, sem saber
para onde ia. Sara teve um filho na sua velhice. Nesta fé Abraão oferece seu
filho Isaac em sacrifício. Nesta fé Moisés foi oculto pelos pais para
não ser morto. Por ela Moisés tira o povo do Egito e resiste como se visse o
invisível. Foi por ela que os líderes do povo, perseguidos, lutando pela
libertação, levaram vida errante vestidos de peles, oprimidos e maltratados.
Eles, de quem a terra não era digna, vagavam pelos desertos e pelas montanhas,
pelas grutas e cavernas da terra”.

             A fé, mesmo na maior escuridão a fé é
visível e dá a direção e segurança no caminho, mesmo doloroso. Nesta caminhada
ela se torna uma obra concreta. São Tiago diz que a fé tem que ser acompanhada
das obras. Não basta dizer sou católico ou crente, se minhas obras não mostram
isso. Ela empenha a vida. Só a fé salva, diz Paulo. Tiago explica que fé
significa agir pelas obras. Foi por isso que certos grupos tiraram a carta de
Tiago da Bíblia. Entenderam que isso significaria dizer: fé na igreja e fora
por minha conta, como eu quero. Ela interfere diretamente na vida através do
Evangelho de Jesus. Vencer as tentações da fé é difícil, pois a tentação é
suave e gostosa. E pelo fato de ser boa e suave, muitos caem quando chega o
momento da crise.

 

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.