Vida matrimonial é um combate


Vida matrimonial é um combate
Observo que os casamentos têm sido infestados pelo adultério…


A vida cristã, de modo geral, é um grande combate no qual as forças do mal lutam para destruir os filhos de Deus. E a vida conjugal não é diferente. Marido e esposa precisam de um grande esforço para permanecer fiéis um ao outro.



No atendimento aos casais, observo que os casamentos têm sido infestados pelo adultério. Este tem sido um dos mais freqüentes motivos de separação e divórcio.


Talvez você, que está lendo texto, esteja passando justamente por uma situação semelhante e pensando: “fui traído(a). Vou embora e não acredito mais em casamento”.


 


Acredite: tudo isso é tentação. Você foi vítima quanto seu pensamento de abandonar o seu cônjuge. Você precisa entender que o casamento é também combate. E é isto que o inimigo quer que você faça: jogue tudo para cima e vá embora. Não faça o jogo do inimigo. É preciso fazer o contrário.



Você sabe que nem você, nem seu marido são anjos. Não é porque vocês se casaram que não passarão por tentações. Reflita um pouco: será que você nunca sentiu atração por ninguém? Claro que sim. Mas, graças a Deus, você foi forte e não caiu em tentação.



Se, infelizmente, o seu marido ou sua esposa caiu, não se separe. É preciso lutar para começar novamente. O inimigo conseguiu derrubar o seu marido (ou a sua esposa). Foi ele quem induziu seu cônjuge a se separar para ficar com a outra, com o outro. Você vai se perder facilmente?



Lembre-se de toda luta que você passou para se casar e agora, por causa do adultério, vai pedir a nulidadedo seu casamento? Não peça! Lute para tê-lo de volta. Infelizmente ele(a) caiu em tentação.



Uma mulher certa vez recebeu a triste notícia de que o seu marido a deixou para ficar com outra. Muito orante, ela resolveu interceder por ele. Perdoou-o de coração, renovou as suas promessas matrimoniais e aguardou o seu retorno. Também recebeu muitos conselhos dos amigos para que pedisse a nulidade, pensasse na sua pouca idade, pois não merecia isso. Disseram que era bom ela arrumar outra pessoa – claro que muitas vezes ela foi tentada a fazer tudo isso -, mas ela pediu a Jesus o retorno do seu marido. Nas Missas colocava as suas intenções, pedia a Nossa Senhora que cuidasse dele e transformasse o seu coração. Os anos foram passando e ela não desistiu até que o marido voltou.



Veja bem, ela não desistiu, não seguiu os conselhos errados. Rezou e aguardou até que Deus ouvisse suas preces.


Contei este caso para você que está passando pela mesma situação. Lute pelo que é seu. Ele é seu porque foi Deus quem o deu a você, ela é sua porque foi Deus quem a deu para você. Seja um(a) intercessor(a).


 


.: Trecho do livro: Quem vos uniu foi Deus, de Padre José Augusto



Padre José Augusto
artigos@cancaonova.com

A oração do casal


Um cônjuge está sempre erguendo o outro no momento de uma possível queda


Homem e mulher, que deixam pai e mãe, partem rumo ao belíssimo desafio da vivência da unidade, contando com a graça de estado do matrimônio. “Aquilo que Deus uniu, não o separe o homem” (Mc 10,9).



Só Deus é uno, só a Ele pertence o caráter de ser único, portanto, somente Ele pode transmitir a unidade aos que O buscam e n’Ele crêem… “Que todos sejam um; como tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti, que também eles estejam em nós” (Jo 17,22).



O matrimônio é um sacramento celebrado pelos cônjuges e abençoado pela Igreja, na pessoa do sacerdote. Porém, é essencial que ambas as partes, homem e mulher, tomem consciência de que, desde a bênção nupcial, a unidade entre eles se faz perfeita.



Percebe-se então, com clareza, que esse sacramento não é uma sociedade humana. Tampouco o é um simples reconhecimento, por parte da Igreja, de um casal que já vivia junto e passa a viver sob a bênção de Deus. Desde o princípio, o homem e a mulher foram criados para serem unidos e viverem o mistério da unidade em Deus. Unidade semelhante àquela vivenciada pela Santíssima Trindade. É a experiência mística de aprender a amar ao seu “próximo mais próximo”, como a si mesmo.



Nesse relacionamento, no qual Deus gera a unidade, existe continuamente uma batalha espiritual a dois. Um cônjuge está sempre erguendo o outro no momento de uma possível queda, pois o Senhor nunca permite que ambos caiam ao mesmo tempo.


Os cônjuges vêem a imagem de Jesus Cristo nas suas faces e, assim, aprendem a amar-se. No entanto, se existe uma batalha espiritual no relacionamento matrimonial, se o inimigo de Deus tenta de todas as maneiras destruir os casamentos, faz-se necessário que os esposos estejam sempre muito bem armados para se defenderem.



No mundo hodierno, dificilmente os cônjuges têm consciência do que é o matrimônio. Normalmente, quando surge uma situação mais difícil ou mesmo uma pequena discordância de idéias, ambos reagem humanamente, e, tantas vezes, assumem posturas precipitadas, ignorando as armas que Deus põe em suas mãos, por conta do sacramento do matrimônio.



Os casais têm a missão de fazer seu matrimônio cada vez mais santo. Para que esse objetivo seja atingido, faz-se necessário uma labuta incansável, como na lapidação de uma pedra bruta, do diamante, para que ele, transformando-se em “brilhante”, reflita Jesus Cristo para todos os que o cercam e d’Ele têm sede.



A vida espiritual é dinâmica. O Espírito Santo é a “espada santa” de todo casal. Quantas palavras incompreendidas e duras podem ser trocadas entre os esposos que ainda não sabem que sua união é sinal vivo e eficaz de Jesus! Portanto, um casal precisa orar junto, tendo em vista o carisma de sua unidade. Homem e mulher, tornados um pelo sacramento do matrimônio, necessitam rezar unidos. Essa oração não pode ser apenas pessoal, ela precisa acontecer com o casal. A perfeita unidade da alma e do corpo cultiva-se pela oração.



Quantas vezes os casais propagam sua unidade intelectual e física, mas não experimentaram ainda a união de suas almas! Uma harmonia perfeita no casamento deve ser fundada e alicerçada em Jesus.



O casal que, reconhecendo sua pequenez como pecadores, mas sua grandeza por sua filiação divina, colocar-se totalmente carente e despojado diante da única e verdadeira fonte de amor e sabedoria e lá derramar suas almas, viverá plenamente as graças de sua unidade. “Quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18,20).



A oração do casal o leva a perceber que seu matrimônio não se situa mais no plano humano. Esse modo de orar aprofunda pois a unidade do casal no mistério da unidade divina. Se a oração do casal é algo tão maravilhoso, frutuoso e que tanto agrada ao coração de Deus, por que não acontece sempre? Muitas vezes, sob a desculpa de sono ou cansaço, os cônjuges são confundidos pelo inimigo de Deus e as justificativas, parecendo legítimas, adiam ou impedem que a graça se derrame mais e mais sobre eles.



Um casal unido em Jesus terá uma família fundada na Rocha. Satanás tenta impedir essa harmonia. Ao casal cabe enfrentar essa batalha com a espada santa do Espírito e prostrar-se diariamente aos pés da cruz do seu Redentor, para clamar por sabedoria e unidade, gemer pela graça de poder perdoar-se mutuamente e, acima de tudo, de se amar de modo verdadeiro.



Os esposos que oram juntos, que recebem a Eucaristia em conjunto, fazem frutificar seus talentos e nutrem-se espiritualmente. Não mais caminharão tendo o mundo e seus valores como modelo, mas sim, Cristo, e, com destemor, enfrentarão todas as batalhas e desafios advindos do fato de viverem no mundo, sem a ele pertencerem.



Maria Adília Ramos de Castro
Fonte: Comunidade Shalom



 

Pais atarefados… filhos estressados


As crianças brasileiras são as mais estressadas do mundo!


Você está com dificuldade em entender seu filho? Já pensou em chamar uma “super babá”? Hiperatividade, xixi na cama, medo do escuro, pesadelos, choro excessivo, agressividade, desobediência, falta de apetite, dor de barriga, diarréia, tique nervoso, dor de cabeça? É birra? Chilique? Manha? Pode ser estresse! O estresse é uma reação física ou psicológica quando vivemos alguma situação difícil ou de forte emoção. E as crianças brasileiras são as mais estressadas do mundo! Esse é o resultado da pesquisa “Well Being- O equilíbrio Emocional da Criança” realizada pela Nicklodeon que durante seis meses entrevistou 2.800 crianças de 14 países.



As brasileiras foram campeãs ao serem questionadas: “Você se preocupa em fazer seus pais felizes?” Diante dessas respostas, os pais precisam ter atenção para que haja um acompanhamento psicológico adequado dos filhos. O primeiro passo é vencer o preconceito de que psicológo é “coisa para loucos” e perder o medo daquilo que os outros vão falar. É importante perceber a diferença entre chilique, manha e estresse. Este último deve ser tratado, pois pode ser efeito de uma causa não aparente. Valerá lidar com a situação sem causar pânico na criança, agindo com paciência e prudência para buscar auxílio adequado e alcançar, com o tempo, o equílibrio. Se os pais e os demais adultos não souberem acompanhar a criança, indicando-lhe o caminho para a harmonia, ela terá muitas chances de ser um adulto estressado, também podendo apresentar outros desequilíbrios.


 


Amor-atenção-carinho. Os pais sabem que essas coisas são indispensáveis aos filhos, mas como aplicar essa “receitinha” depois de um dia intenso de trabalho? O tempo passa, o tempo voa… no ritmo da pós-modernidade, caminhamos apressados com tudo o que fazemos. Há pressa também na educação dos filhos. Seguimos cantando a música do homem fragmentado, que vive aos pedaços. Nós nos distanciamos de nossa inteireza e valores. A receita “amor-atenção-carinho” fica em segundo plano. Para muitos, o melhor para os filhos é o cursinho de inglês, a aula de dança, as artes marciais ou aulas de reforço, e, no final das contas, não sobra tempo nem para a recreação. As agendas de algumas crianças são tão cheias quanto a dos pais. Não passeiam, não brincam, são educadas para seguir à risca um treinamento para ter seu “futuro garantido”. Na onda do “filho de peixe peixinho é”: preocupações da família, responsabilidades, compromissos, brigas por espaço no mercado, são aspirações transferidas para os filhos, que se transformam em autênticos “operários mirins” ou “mini donas-de-casa”, numa versão compacta da profissão dos pais.



Crianças estressadas podem ser a conseqüência de pais estressados, ansiosos ou preocupados. Se para os adultos é um desafio superar o corre-corre diário e ter qualidade de vida, imagine para os pequenos. Dificil até mesmo para se identificar o problema, pois a criança experimenta o mundo como novidade a cada minuto, e é pouco provável que consiga se auto-avaliar com sucesso. Vale lembrar que o estresse infantil – quando não é resolvido – pode prejudicar o desempenho escolar e colocar em risco a saúde da criança.



É comum o estresse pós-traumático. Uma criança que vive um “choque sentimental” como a perda de algum familiar, estupro, assalto, acidente, separação dos pais. Nesse caso, os medos aumentam e, conforme avaliam os especialistas, isso tende a durar seis meses. O estresse infantil pode ter muitas outras causas: mudança de cidade ou escola, discussões familiares, expulsão da escola, nascimento de um irmão, doenças psicossomáticas, desprezo dos pais ou dos colegas, professores sem preparo, excesso de atividades, viagens cansativas.



Grande parte dos estudos sobre o estresse infantil, aqui, no Brasil, iniciou-se no ano de 1991 e concentra-se na PUC de Campinas (SP). Os pesquisadores concluíram que toda criança enfrentará situações estressantes logo no início de sua vida, como o nascimento dos irmãos, mudança de casa, escola, cidade, empregada, problemas financeiros, hospitalizações, etc.



Qualquer pessoa – independentemente da idade em que se encontra – poderá ficar estressada, mas segundo Marilda Lipp, autora do livro “Crianças Estressadas”, a maior incidência de estresse patológico se dá em crianças no início da alfabetização, adolescentes e adultos dos 35 aos 45 anos. A escritora identificou 4 fases de estresse: a primeira pode ser benéfica, já que a adrenalina e o desejo de superação aumentam. O próprio criador da palavra “stress”, Hans Selye (Universidade de Montreal/Canadá) disse que o estresse é o sal da vida. Mas se há resistência ao estresse, a segunda fase pode preocupar, pois o organismo começa a usar as reservas de vitaminas e uma das conseqüências pode ser a perda da memória. Na terceira fase, o estresse passa a ser patológico. A pessoa adoece e freqüentemente aparece a insônia, depressão, falta de apetite e desânimo para trabalhar ou até mesmo herpes. Na quarta e última fase, o estresse poderá deixar seqüelas. Há excesso de ansiedade e sensação de pânico, que podem gerar úlceras, diabetes ou enfarte.



Pais que trabalham “fora” não precisam se culpar, apenas ficar atentos a fim de estruturar a família de modo que não faltem os momentos de carinho, descontração e brincadeiras. O primeiro passo é aceitar que o ritmo das crianças é diferente e suas necessidades também. Na ânsia de dar uma boa educação e ter sucesso nessa empreitada alguns pais colocam limites aos filhos, mas, muitas vezes, provocam traumas, impedindo-os de viver. Caberá aos pais e educadores ensinar as crianças a lidar com o estresse. Superproteger não é recomendável! Filhos que não encontram dificuldades na vida, certamente não atingirão a maturidade e terão complicações para lidar com situações difíceis na vida adulta. Nem muito, nem tão pouco. Freios demais fundem o motor. Freios de menos provocam acidentes.


Diego Fernandes
diego@cancaonova.com

Meu marido me abandonou…















Meu marido me abandonou…

Quantas e quantas mulheres vivem este drama!


Embora haja também mulheres que abandonem os seus esposos, no entanto, a grande maioria dos casos é de maridos que abandonam as suas esposas; muitas vezes; depois de uma traição consumada e assumida. Quantas e quantas mulheres vivem este drama! Desde as recém-casadas até aquelas que já estavam casadas há mais de trinta anos. E este deve ser o primeiro consolo para quem vive esta amarga situação: você não está sozinha nesta dor, há uma multidão à sua frente e ao seu lado, derramando as mesmas lágrimas.



Pode haver muitas causas para essas separações, mas estou convencido de que a mais freqüente delas é a falta de uma vivência religiosa profunda por parte de muitos homens. Infelizmente, para muitos deles, a vida consiste em trabalhar, e depois, nas horas vagas, divertir-se, beber com os amigos e desfrutar dos prazeres da vida. No meio de tudo isso, a falta de espiritualidade permite a entrada da imoralidade sexual, o acesso a fitas de vídeo pornográficas, os olhares maliciosos para outras mulheres, o deleite no convívio de outras … Até que um dia, ele é “fisgado” por alguém que não é sua esposa, mas que lhe mostra mais atração, “mais amor”, menos idade, que lhe dá “menos aborrecimento”, e mais prazer. E sem o auxílio da graça de Deus, ele começa a descer a ladeira da permissividade moral, até deixar a verdadeira esposa. Sem Deus, não há castidade, não há paciência, não há tolerância… e não há verdadeiro amor como São Paulo pediu aos homens: “Maridos, amai as vossas esposas, como Cristo amou a Igreja, e se entregou por ela.” (Ef 5,25). “E se entregou por ela…”


 


É verdade que em certos casos a esposa traída ou abandonada também possa ter cooperado com a separação: pode ter faltado mais atenção ao marido, ou mais cuidado com o lar e com os filhos, talvez tenha faltado mais zelo consigo mesma, pode ter havido muita reclamação e lamúria da parte dela, ou ainda pode ter faltado mais esforço para uma vida sexual mais harmoniosa, entre outros fatores. Mas nada disso justifica uma traição e a destruição de um lar.



Mas, e agora, o que fazer?



Em primeiro lugar, há que se ter o desejo de restaurar o próprio casamento; esse homem que se foi é seu marido, você tem direito moral sobre ele. Por esta razão, você deve lutar para reconquistá-lo com todos os meios legítimos. Nem sempre é fácil, mas sabemos que para Deus nada é impossível (cf. Lucas 1:37), assim como disse o Anjo a Virgem Maria. Então, é começar a rezar e a agir. E antes de tudo: confiar na misericórdia de Deus, não ter pressa, não marcar hora para ele voltar; há que se dar tempo para a graça de Deus agir. Ela precisa de tempo porque respeita a liberdade dele; mas age. Quantos maridos já voltaram para o lar, depois de uma aventura de “filho pródigo”! Às vezes, é preciso esperar anos para que ele volte; assim como o filho pródigo (cf. Lucas 15:11-32). Pode ser que ele comece a pensar em voltar quando a saudade do verdadeiro lar começar a pesar, ou quando uma doença fizer o “mundo dos encantos” desabar diante dele, ou talvez quando a ruína financeira o atingir… Não sei, mas sei que Deus é o maior especialista em tirar o bem do mal.



Por isso, você, mulher abandonada, não pode tirar os seus joelhos do chão. “Orar sem cessar sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b) é a ordem de Jesus. Pois “Pedi e receberei, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á” (Lc 11,9). Deus estabeleceu uma lei: ninguém recebe a graça d’Ele sem lhe pedir. Então peça, derrame suas lágrimas diante d’Ele no Santíssimo Sacramento. Não foi assim que a perseverante santa Mônica conseguiu, – depois de vinte anos –, a conversão do seu querido filho Santo Agostinho. Ele disse em seu livro “Confissões”, que as lágrimas que sua mãe derramava diante de Deus era o sangue do seu coração destilado em seus olhos.



Mas, e se ele não voltar? Continue a rezar por ele, porque talvez você seja a única pessoa neste mundo que possa fazer algo junto de Deus pela salvação dele. Você, mulher, ao menos tenha a consciência tranqüila diante de Deus; se você se apresentar diante d’Ele, hoje, estará em paz, mas seu marido não. Isso deve ser o mais importante para você: sua consciência.



Enquanto ele não volta, viva a sua vida intensamente para Deus e para os outros. “Só o egoísta desperdiça a vida”, afirma Michel Quoist. Viva para o bem dos seus filhos, de sua família e de todos que precisarem de você. Não coloque toda a felicidade sobre um homem de carne e ossos. Deus é mais importante.



Se você chegou à conclusão de que, quando do seu casamento, houve algum motivo que possa tê-lo tornado inválido, então, consulte o Tribunal da Igreja, e se for este o caso, dê início ao Processo de Solicitação de Declaração de Nulidade. Oriente-se com alguém sábio. Se a declaração de nulidade for concedida, então, você estará livre para se casar novamente com a bênção de Deus. Mas não comece outro relacionamento, sobretudo sexual, com outro homem, pois isso não é da vontade de Deus, e ninguém é verdadeiramente feliz se não vive conforme a santa lei divina.



Se por acaso o seu processo de nulidade está andando bem, e você conheceu alguém que lhe agrada, não se precipite num namoro, mantenha com esta pessoa apenas um bom relacionamento de amigos, até que a Igreja se pronuncie.



Mulher traída e abandonada, eu sei que a sua dor é grande; eu sei que o seu coração sangra, porque eu já ouvi muitas de vocês no relato de suas dores, mas eu quero lhe dizer algo importante a você que tem fé: Não desperdice nenhuma dessas lágrimas; ofereça-as todas ao Senhor; una-as ao cálice da Santa Missa, e elas serão sagradas. Esta será a sua melhor oração, não só pelo seu esposo que se foi, mas também pela redenção do mundo e sua própria santificação. Não é da cruz que vem a ressurreição? Não é da cruz que vem a salvação? Se de um lado a cruz é drama; de outro, é uma oportunidade de sangue de fazer comunhão com o Senhor que padeceu muito mais do que isso por nós, e que nos convida a, – voluntariamente –, “completar o que falta à sua paixão” (Cl 1, 24). Todo sofrimento é uma chance de santificação depois que Jesus fez dele a matéria-prima da salvação. Não perca essa dolorosa chance.



Enfim, mulher, houve outra Mulher, que desde o nascimento do seu Filho, experimentou as dores do mundo até a consumação do seu Amado. Una-se a Ela, consagre-se a Ela, derrame suas lágrimas com Ela, segure em suas mãos santas. Ela a sustentará.



Felipe Aquino


 


 

Família, lugar da bênção de Deus


Lugar onde a gente aprende a amar


Esta é uma das mais fundamentais verdades da fé cristã: a família é o privilegiado lugar escolhido por Deus, para aí derramar a sua bênção. Família é lugar de acolher essa bênção e de multiplicá-la.



Muito acima do sentido humano de proteção e convivência, ou seja, o papel sociológico, a família é um lugar teológico. É o lugar onde Deus se revela; é lugar onde se revela Deus. Nela, o ser humano aprende a crescer segundo o projeto de Deus. É lugar de humanização divina.



O ser humano aprende a ser humano dentro da família. Jesus crescia em estatura, em sabedoria e em graça diante de Deus e dos homens (cf. Lucas 2:25). Interessante esta anotação, pois para esse crescimento integral o próprio Jesus precisou de uma família humana. A bênção divina sobre a família não é somente uma questão espiritual, envolve também o físico e o psíquico. Ninguém é humanamente equilibrado sem alimentar essa tríplice dimensão da existência humana.



O ser humano aprende a ser humano dentro da família. Graça significa o alimento do espírito. O ser humano é físico, psíquico e espiritual. Contudo, lamentavelmente, muitas famílias se preocupam bastante apenas com a dimensão física – uma ótima casa, conforto, estudo, roupas –, mas se esquecem das outras duas dimensões. Infelizmente, a família não está sendo o lugar dessa bênção de Deus para a afetividade das pessoas.



Família deve ser o lugar onde a gente aprende a amar. Se a família é a mais perfeita semelhança de Deus, – que é amor e cria ser humano por amor e para o amor, e o cria família – ela tem de ser o lugar onde aprendemos a exercer o amor.



Para ser lugar da bênção de Deus, muitas vezes, não se precisa de muita coisa. Pequenos detalhes fazem um grande amor. Um grande amor não é feito de grandes coisas, não. Grandes coisas qualquer pessoa faz, tanto para o bem, quanto para o mal, se ela estiver no desespero. Agora, fazer a cada dia pequenas coisas de modo extraordinariamente maravilhoso, só quem tem o Espírito Santo de Deus; do contrário, não consegue. E aí está a santidade. Esse é o segredo.



Ser uma família cristã no meio do mundo é muito mais do que se dizer católico ou freqüentar determinadas práticas religiosas. Ser cristão é adequar nossa vida ao projeto de Deus, ensinado e vivido por Jesus Cristo. Ser cristão é imitar Jesus, especialmente em sua constante luta por permitir que Deus reinasse neste mundo. Uma família cristã é o espaço privilegiado para se gestar e praticar esse projeto. O casal cristão procura, a dois, realizar esse projeto de vida, e depois com todos os seus familiares e nos seus relacionamentos. É uma união de carismas e de dons para se alcançar uma meta comum.



Sendo uma realidade dinâmica, o matrimônio está aberto à construção e também às feridas que machucam e atrapalham o crescimento da vida familiar. Algumas situações acabam sendo grandes possibilidades de ruptura, mas também podem se transformar em momentos de graça e de vida plena. É preciso aprender a construir a restauração da família.



Texto extraído do livro “Famílias restauradas” de padre Léo.



Pe. Léo – SCJ