A máscara mundana do ´sexo seguro´



A máscara mundana de ‘sexo seguro’


A meta do slogan é aumentar a promiscuidade sexual


 


Num cartão-postal li: “Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência 2008 incentiva o conhecimento sobre contracepção responsável e moderna”. Pasmem! Nesse anúncio supõe-se como natural que a adolescente esteja “mantendo relações sexuais” e o que ela precisa saber são os métodos sobre contracepção responsável e moderna.


Essa propaganda é só mais uma peça do “teatro” – para não usar palavra mais forte – que estamos vivendo como sociedade. A primeira pergunta que me veio ao ver esse cartão-postal foi esta: como profanar e viver o plano divino para o homem e a mulher, chamados desde “o princípio” à íntima comunhão interpessoal da “unidade de dois”, quando o slogan mais famoso que temos referente à sexualidade é “sexo seguro”, como se o aspecto mais importante da união sexual fosse não contrair doença ou prevenir uma nova vida? Não quero aqui tratar das mentiras “técnicas” desse slogan. Quero tratar aqui do seu aspecto moral. Para isso devemos responder:


• Qual é a imagem do homem e de mulher…


• Qual a meta…


• E qual o resultado que este tipo de slogan esconde?


A imagem transmitida pelo slogan é que o homem e a mulher são “puro instinto”, e que ao “não conseguir se segurar” frente ao estímulo provocado pelo “outro” devem estar “prevenidos” para uma relação casual, daí a necessidade de levar a camisinha no bolso e a pílula na bolsa. Fica claro entender por que a preocupação fundamental é a “prevenção de doença” – ou gravidez (que também é tratada como “doença”) – já que não se consegue ensinar o que é realmente a relação sexual e que os jovens (e adolescentes!) “não conseguem se segurar”, pelo menos se tapeia, fingindo que se ajuda distribuindo preservativos e pílulas.


A imagem do homem e da mulher no plano divino é bem oposta a essa. Ela afirma que o ser humano é um ser livre, e que diferente do animal, ele pode e deve escolher. Aliás, quando Adão viu e deu nome a todos os animais, entre eles não encontrou “alguém” para entrar em “comunhão”, para estabelecer relações interpessoais. Além dos detalhes referentes ao caráter mítico do relato, encontramos em Gênesis a verdadeira essência do homem: ele é feito para alguém, para a mulher e daí a eloquente frase que resume a alegria e a exultação dele: “agora sim, osso do meus ossos, carne da minha carne” (Gn 2, 23). Deus criou o homem e a mulher “a Sua imagem”, e o Senhor é uma eterna comunhão de amor de três Pessoas divinas. Vislumbramos assim a nobreza do ser humano e do seu chamado a refletir esta imagem precisamente na união de “uma só carne”, isto é, na união pela qual o esposo e esposa renovam o amor total, fiel, exclusivo e aberto à vida que prometeram em suas Bodas. Por isso, fora do matrimônio, a união física se priva das qualidades do amor autêntico e manifesta assim uma falsa linguagem do corpo (Cf. Audiência de João Paulo II, 22 de agosto de 1984).


A meta do slogan “sexo seguro” é aumentar a promiscuidade sexual. E pelo aumento da gravidez de crianças e adolescentes podemos comprovar essa triste realidade. Lógico que toda a culpa não recai só nessa campanha nacional do governo ou em outras parecidas a essa. Toda a nossa anticultura tende para isso: músicas pornográficas sendo cantadas por bebês; novelas como o alimento diário das famílias; uma ditadura da moda que faz com que as mulheres se vistam como prostitutas… Se isso é plantado diariamente, o que queremos colher? Uma geração heroica ou uma geração doentia?


A meta da união conjugal no plano divino é uma meta inscrita no próprio corpo – masculino e feminino – que exige uma entrega consciente e livre de toda a pessoa e não somente de sua genitalidade. Separar a pessoa da sua sexualidade é reduzi-la, tornando-a simplesmente um objeto para satisfazer um desejo concupiscente, isto é, um mau desejo. Por isso, para que uma união conjugal seja autêntica é necessário um amor maduro, um amor que saindo do seu “eu” aceite ser total e irrevogavelmente do “outro”. Um amor, nas palavras de João Paulo II, que reconheça o “significado esponsal do corpo humano”, isto é, a sua capacidade de expressar amor, precisamente aquele amor no qual a pessoa se torna um dom e – por meio desse dom – realiza o sentido completo de seu ser e de sua existência” (Audiência de João Paulo II, 16 de janeiro de 1980). Mas alguém só pode se tornar um “dom” à medida que se possui, por isso sem o autodomínio não há amor verdadeiro.


O resultado que o slogan “sexo seguro” produz é uma geração escrava de si mesma, pois “a paixão se manifesta a si mesmo como uma insistente tendência em direção à satisfação dos sentidos e do corpo (separada da pessoa). E a satisfação, de acordo com o homem dominado pela paixão, busca extinguir o fogo, mas ao invés disso, não alcança as fontes da paz interior… o homem que está ocupado em satisfazer os seus sentidos não encontra descanso nem encontra a si mesmo, mas pelo contrario “consome a si mesmo” (Audiência JPII, 10 setembro de 1980).


O resultado do plano divino é que o homem e a mulher possam ver o seu corpo orientado interiormente pelo ‘dom sincero’ da pessoa, revelando um valor e uma beleza que ultrapassam a dimensão simplesmente física da ‘sexualidade’, e nesta doação se realizarem como pessoas, ao reconhecer no outro um ser único e irrepetível: alguém escolhido pelo eterno Amor (Cf. Audiência de João Paulo II, 16 de janeiro de 1980).


Ah! Se o Plano Divino fosse o fundamento da imagem, da meta e do resultado buscado num slogan de campanha nacional, como este slogan seria diferente!


fonte: www.teologiadocorpo.com.br


Julie Maria

O fim do ciúme

 



O fim do ciúme


Como desenvolver os laços de confiança


Um relacionamento não se constrói apenas com momentos de carinho, beijos e abraços, mas também de esforço e ajuda mútua para resolvermos os pequenos impasses pertinentes ao convívio. Quando nos dispomos a viver com outra pessoa uma experiência de vida comum, a dinâmica do convívio nos permite influenciar e ser influenciados em nossos comportamentos. Por não sermos perfeitos, certamente, muitos ajustes precisarão acontecer dentro da vida a dois. Entre algumas dessas necessidades está a ajuda para o controle do ciúme.


Há algum tempo, escrevi sobre o ciúme como o veneno dos relacionamentos. Continuando a partir dessa reflexão, podemos, também considerá-lo como um bolo de sentimentos, o qual, quase sempre, esconde situações que nos conduzem à atitude de medo, insegurança e, muitas vezes, de pavor ao nos imaginar sendo passados para trás por alguém. Com isso, reproduzimos, dentro do relacionamento, atitudes características de nossa baixa autoestima ou das más experiências vividas nos relacionamentos anteriores.


Percebemos que o ciúme é, de fato, algo que acontece. Entretanto, se não houver o esforço para a mudança, ele poderá se tornar ameaçador para os casais. O ciúme, quase sempre, tem origem no resultado daquilo que conjecturamos ao presenciar uma situação, que, em razão de nossas inseguranças, nos faz nos sentir ameaçados e, por conseguinte, passamos a desconfiar de tudo e de todos. Algumas vezes, uma atitude que poderia parecer inocente para alguém, pode não ser tão inocente para aquela pessoa que vive às voltas com suas inseguranças e ciúmes. Isso não faz bem para quem sente e, tampouco, para quem está ao seu lado; pois, como resultado disso, tem-se um convívio bastante tumultuado e com discussões constantes.


Antes que prejudiquemos, com atos tempestivos, o relacionamento tão almejado, precisamos nos abrir também para a ajuda. Além do auxílio de profissionais, quando for o caso, a pessoa mais indicada para cooperar nesse processo de cura é aquela que está ao nosso lado. Esta, por sua vez, ao perceber que o ciúme está corroendo seu cônjuge, precisa ajudá-lo naquilo que o faz vulnerável. Talvez, ser mais atento quanto às brincadeiras ou aos tipos de conversas que podem já não ser tão convenientes com os amigos em razão dos compromissos assumidos, ainda mais quando se conhece os efeitos que essas atitudes podem causar na pessoa que amamos. Corrigir ou mudar tais atos é uma atitude de zelo e de atenção às novas necessidades do convívio, como também resposta ao pedido de socorro de quem sofre tais crises.


Precisamos nos sentir livres em nossos relacionamentos e não será exercendo o domínio de posse ou colocando a pessoa amada numa redoma que estaremos expulsando o ciúme ou garantindo a fidelidade que desejamos. O desenvolvimento dos laços de confiança entre os casais traz o amadurecimento para o convívio e tende a neutralizar as forças do ciúme. Vencer essas primeiras dificuldades é um ato de paciência e demonstra o zelo e o cuidado com quem amamos. As inseguranças se dissipam quando o casal aprende a reafirmar, a cada dia, seus propósitos com o outro, independentemente das crises que, normalmente, surgem ao longo da convivência.


Um abraço. Sejamos pacientes um com o outro.


 Dado Moura


 

Meu namorado quer transar, e agora?


Meu namorado quer transar, e agora?


O ato sexual é o selo de uma união definitiva


Este é um grande problema que enfrentam, hoje, as jovens cristãs que desejam viver a lei de Deus; elas não querem viver a vida sexual no namoro, mas são pressionadas por seus namorados, às vezes pelas próprias amigas, pelo ambiente, pela mídia, etc. Não é uma pressão pequena, às vezes, esta acontece até dentro de casa.


O sexo só deve ser vivido no casamento por causa de sua finalidade e suas conseqüências. As finalidades são: unitiva e procriativa.


A dimensão unitiva tem em vista unir o casal que se comprometeu um com o outro a vida toda, um compromisso selado pela aliança matrimonial diante de Deus e dos homens. A dimensão procriativa gera os filhos; esses têm o direito de nascer em um lar constituído com pais preparados para acolhê-los, amá-los e educá-los. E isso não pode acontecer ainda no namoro, porque eles podem se separar a qualquer momento.


Ora, o ato sexual é o selo de uma união definitiva, permanente, compromissada para sempre; não é uma brincadeira, um passatempo, uma diversão. Na verdade, os casais que usam o sexo antes do casamento estão realizando um ato egoísta, não um ato de amor, por mais que insistam em que o fazem porque se amam.


A última “entrega” ao outro deve ser a do próprio corpo; só depois que os corações e as vidas estiverem unidas para sempre. Isso está longe de acontecer no namoro, que é um tempo de escolha. É o tempo de conhecer a pessoa do outro, seus valores e seus limites, para se fazer uma escolha com quem um dia se casar. Não é o tempo de viver a intimidade sexual dos casados.


Amor não é sentimentalismo, romance e prazer; amor é responsabilidade, é fazer os outros felizes. O verdadeiro amor espera, respeita.


As coisas da vida somente são boas e nos fazem felizes se são usadas dentro de sua finalidade e no momento certo. Ninguém come uma banana ainda verde, ou usa um microfone como se fosse um martelo. Desvirtuando a sua finalidade, você provoca dano. Com o sexo se dá o mesmo; se for vivido fora do seu sentido, estraga tudo.


Muitos e muitos abortos são realizados por causa da vida sexual dos jovens no namoro. Muitas meninas e adolescentes ficam grávidas e se tornam mães sem as condições mínimas necessárias de educar os filhos; e muitas vezes estes são criados sem os pais, que abandonam a namorada após a gravidez. Ora, isso não pode ser chamado de amor, e sim de nefasto egoísmo.


O ato sexual, para estar de acordo com a natureza e ser moral, deve estar aberto à vida; por isso a contracepção não deve acontecer por meio de camisinha, pílulas anticoncepcionais e outros meios artificiais. Pior ainda quando a jovem ingere a “pílula do dia seguinte”, abortiva, que mata seu filho e causa um dano tremendo a seu organismo por possuir uma carga hormonal altíssima.


Quantas jovens engravidaram no namoro e tiveram de mudar totalmente o rumo de suas vidas! Às vezes, são obrigadas a deixar os estudos para trabalhar; vão morar na casa dos pais sem poderem constituir uma família como convém. Você já pensou nisso?


Então, o seu namorado não pode exigir que você tenha uma vida sexual com ele, pois não há um compromisso definitivo entre vocês. Ele está sendo egoísta. Não é justo que ele queira cobrar isso de você; isso não é amor, é egoísmo. Ele não corre o risco de uma gravidez; e se o namoro terminar, ele vai embora como se nada tivesse feito; mas para você é diferente, porque nunca mais você vai esquecer o que aconteceu.


São Paulo, há dois mil anos, já ensinava aos Coríntios: “A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa” (ICor 7,4). O Apóstolo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado nem que o corpo da noiva pertence ao noivo.


Por isso, jovem cristã, resista e diga “não” a seu namorado. Deus quer que você se guarde e se prepare para aquele homem que um dia vai ser seu esposo, pai de seus filhos. Tente mudar a maneira dele de pensar; traga-o para Deus. Mas, se ele ameaçar deixar você, deixe que ele vá, pois ele não merece o seu amor; ele não está “à altura de recebê-la um dia como esposa”. Deus não a desamparará, pois tem algo melhor para você; Ele a ama. Ninguém pode ser infeliz por cumprir a Sua lei e fazer a Sua vontade. Nunca faça do seu corpo uma arma para segurar o seu namorado, pois a vítima pode ser você!


 


Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Namoro adolescente

 
NAMORO DE ADOLESCENTES

15/12/2008 
Por Alexandre Ribeiro


 


O caso do assassinato da jovem Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, por seu ex-namorado, Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos, após tê-la mantido por cem horas em cárcere privado, em Santo André, São Paulo, chocou o Brasil há pouco tempo atrás.


 Diante dos muitos questionamentos que o episódio levantou sobre o tema do namoro envolvendo adolescentes, Zenit entrevistou uma médica e logoterapeuta para que ela desse algumas orientações sobre o assunto.


 A Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira é médica ginecologista, especialista em logoterapia, diretora do Centro Interdisciplinar de Estudos em Bioética (CIEB) do Hospital São Francisco, em Jacareí, interior de São Paulo, e membro da Comissão de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


 Namoro exige maturidade? Por quê?


 Dra. Elizabeth: No namoro, estão envolvidos sentimentos, por vezes intensos pois, freqüentemente, ele se inicia motivado por forte atração recíproca envolvendo auto-estima, ciúme, desejo de posse, conquista e sedução. É preciso lidar com estas situações e viver o namoro como uma fase de conhecimento interpessoal e descoberta de valores capazes de fundamentar uma convivência de compromisso recíproco. É preciso não girar em torno de si próprio, mas ter capacidade de olhar o outro, respeitá-lo, procurar não magoá-lo, ajudá-lo a crescer. Isso exige um crescimento por toda a vida, porém um mínimo de maturidade é exigido para iniciar um namoro.


 Um adolescente está preparado para exercer essa maturidade?


 Dra. Elizabeth: De modo geral o adolescente não está preparado para assumir o namoro como um compromisso recíproco que exige responsabilidade em relação a si mesmo e ao outro. Sobretudo com a influência da “cultura desencanada” de hoje, o namoro já supõe a livre intimidade física, certa indiferença pelo outro, uma vez que o pensamento é centrado em si e em aproveitar os momentos buscando novas experiências. Há a baixa tolerância para adiar satisfações imediatas e a decidir pelo impulso. Ele ainda não teve tempo para o autoconhecimento e terá muita dificuldade para conhecer outra pessoa diferente dele. A tendência será de se fechar num círculo de emoções intensas e frágeis onde o restante do mundo é ignorado.


 Uma das situações que evidenciam esta imaturidade, sem dúvida, é o número crescente de gestações entre os adolescentes. Pesquisas no mundo todo mostram que, para a grande maioria, não há o desconhecimento dos métodos nem a impossibilidade em obtê-los. O que existe é uma mistura do pensamento mágico de que a gravidez não vai acontecer com o próprio desejo mais ou menos inconsciente de engravidar. Ou seja, há a evidência da imaturidade junto com o ciúme, com a intolerância à negativa afetiva, como aconteceu no caso da Eloá, veiculado largamente na mídia.


 Como os pais devem proceder para orientar os filhos adolescentes no campo afetivo?


 Dra. Elizabeth: A orientação para o campo afetivo se encontra dentro do conjunto da formação pessoal. É impossível orientar apenas para o namoro sem orientar para a responsabilidade, discernimento de valores e exercício da vontade. Justamente o oposto de agir apenas pelos impulsos centrados em si mesmo. É preciso que reconheçam a existência de limites. É preciso dizer “não” quando necessário, apresentando os critérios que motivaram a negativa. É preciso confiar que eles têm o potencial para o desenvolvimento pessoal, mas que precisam de tempo, de vivência para atingir uma maturidade mínima que os conduz diante das diferentes motivações afetivas positivas e negativas. É preciso não aderir à superficialidade da afirmativa corrente: “O jovem precisa disto – apenas lhe forneça a camisinha”. Esta afirmativa desvaloriza o jovem, reduzindo-o apenas a um resultado inconsciente de impulsos que usa do outro como objeto. O jovem aspira ao grande, ao belo, ao amor, à honestidade, à sinceridade. Precisa que os pais o auxiliem a exteriorizar estas aspirações em atos pessoais.


 Que critérios os pais podem utilizar para estabelecer uma idade a partir da qual possam permitir e orientar os filhos para o namoro?


 Dra. Elizabeth: A percepção deve vir da própria vida em família e da vida diária: pela participação nas responsabilidades em casa; no esforço para superar as competições com os irmãos; na abertura para colaborar; no respeito às pessoas, sobretudo aos próprios pais; na seriedade com o estudo; na sinceridade em reconhecer os erros e em corrigi-los; na capacidade em suportar frustrações inevitáveis, consciência dos próprios atos mesmo sem a vigilância de outrem, etc.


 Também é necessário o esclarecimento através de diálogo sincero sobre o namoro, relacionamento sexual, relacionamento interpessoal, diferenças do homem e da mulher na cultura atual. Buscar apresentar valores religiosos positivamente fundamentados e não como elementos coercitivos. Não há propriamente uma idade, há sinais de um mínimo de maturidade. Entretanto, dificilmente estes sinais se manifestam antes de 14 a 15 anos. A planta necessita de tempo para sair do solo e a fruta necessita de tempo para amadurecer. Mesmo tomando todo o cuidado, sem uma postura rígida, mas com a exigência firme nascida da ternura, o resultado irá depender da liberdade de escolha do filho. Porém, os pais terão feito a sua parte.


 O que a senhora diria para os adolescentes que pensam em iniciar um namoro?


 Dra. Elizabeth: Considerando que já apresentem aquele mínimo de maturidade até para entender as colocações seguintes? Diria: nascemos do Amor que nos amou desde sempre, do centro do Amor maior de todo o universo, que é o coração de nosso Deus Uno e Trino. Vocês são convidados a entrar nesta ciranda de Amor a partir da participação com os que estão mais próximos de vocês: família e amigos. Ao iniciar um namoro, estão optando por iniciar uma vida adulta. É isto mesmo o que desejam? A decisão do namoro não é um jogo de sedução e posse, de auto-afirmação. O namoro é tempo de alegrias e tristezas, de provas e de lutas, de ajuda mútua, de conhecimento e de colocação de limites. Os sonhos e fantasias não constroem a felicidade. Antes, a felicidade é o resultado de atitudes conscientes e fortes a partir dos valores que vocês escolhem. E, sobretudo, o namoro é tempo de conhecimento recíproco e não de posse recíproca definitiva. Sobre estas bases, no Deus-Amor, vivam a alegria da ternura, do respeito um pelo outro que faz crescer para a vida!
 
  

O AMOR EFETIVO, AMOR AFETIVO, E AMOR CONJUGAL


     O AMOR EFETIVO, AMOR AFETIVO, E AMOR CONJUGAL



Quando o inconsciente de uma pessoa é abordado e ao pedir para que ela veja o momento de sua concepção, ela relata que está assistindo ao encontro sexual  dos pais, o encontro do óvulo e do espermatozóide.  Ela relata se há amor entre eles ou não. Pergunto ao seu inconsciente: de onde você assiste tudo isto? Ele responde: do alto, me vejo como uma pessoa completa, perfeita… é a dimensão humanística, ao que foi dado o nome técnico de EU PESSOAL. E sigo perguntando: De onde o seu EU PESSOAL surgiu? De uma Luz que transmite muito Amor, paz, energia… Ela se vê recebendo dessa Luz dons, qualidades particulares e um convite a existir para realizar uma missão aqui na terra. Mas o que mais toca as pessoas que passam por esta experiência é o Amor vindo dessa Luz, esse Amor é tão forte que ela vem  e aceita existir para levar, transmitir, dar, gerar esse Amor para onde quer seja a existência dela. A este amor damos o nome AMOR EFETIVO. É  o Amor que não quer somente o bem do outro mas quer O BEM PARA O OUTRO,   é um AMOR, capaz de sacrifícios pelo outro.


Então o EU PESSOAL passa a torcer pelo encontro dos pais, do óvulo e espermatozóide para que ele tenha uma “casa” para habitar  e poder realizar o que a Luz lhe confiou ou pediu. Então quando os gametas se unem, formam o físico, o esqueleto, que vai acolher o EU PESSOAL,  que é da dimensão Espiritual do ser humano diferente do seu físico. E quando esta pessoa  morre, o que pára de funcionar é o físico, porém o que está lá dentro e que gera a vida continua a existir, mas numa dimensão que nós não temos acesso, somente pela comunhão dos Santos. Essa pessoa continua sendo ela mesma.


É por causa dessa realidade existente dentro de nós que onde não há Amor,  nós sofremos. Mesmo que seja em forma de angústia, tristeza, um sofrimento silencioso.
 
Porque ansiamos por Amor?
Porque choramos por falta de Amor?


Porque viemos de um Amor Maior e queremos encontrá-lo aqui onde quer que estejamos, seja em casa, com nossos familiares, trabalho, escola…


Você sabia que a nossa realização está  em dar esse Amor e não somente em receber?
Você sabia que  aquele Amor que recebemos de uma pessoa somente nos satisfaz se houver reciprocidade da nossa parte? Caso contrário o meu Eu Pessoal me “diz” através de um sentimento de vazio, insatisfação, angústia  que eu não mereço esse Amor porque não o dei.


E por causa desse EU PESSOAL passamos a viver com uma necessidade primordial que é dar esse amor. E desde a gestação expressamos este amor.
A criança em gestação traz esse amor e faz com que as pessoas em volta dela vivam desse amor, por exemplo, quando os pais se unem por causa dela, quando um irmão faz festa pela sua existência, quando alguém se aproxima da mãe para ajudá-la por causa da gravidez, quando o pai dá um beijo na barriga da mãe, etc. Essa criança na barriga da mãe já está expressando amor, vivendo ali o sentido da sua vida, que é proporcionar o amor. Então veja que ela tem um porque e um para que estar ali. Em outro momento quero conversar com você sobre o aborto.


No nascimento esse Amor é muito forte vivido e partilhado por familiares e amigos que se unem à família para comemorar a chegada dessa nova vida. Então mais uma vez essa criança faz o Amor acontecer…


Na infância esse AMOR EFETIVO é muito presente na criança quando ela quer ajudar, ser útil, empresta um brinquedo, na enorme capacidade de perdoar e esquecer a mágoa, ou seja é próprio da criança dar alegria, dividir, compreender, deixar o outro feliz, é claro que o ambiente deve proporcionar a ela a expressão dessas capacidades. Aliás, nós aprendemos muito com as crianças. Elas são em muitos momentos nossos mestres.


Então porque vivemos uma escassez de Amor? Escassez de expressão de Amor? Escassez de delicadezas? Escassez de favores? Escassez de PERDÃO? 
O amor se expressa, sai de nós através de nossas atitudes, de nossas condutas, de nosso olhar, de nosso sorriso, para com o outro.  Ou seja: amar é: servir um copo d água, fazer um lanche, dar um abraço, dar um sorriso, emprestar algo, pensar no outro em primeiro lugar, fazer com o  outro se sinta feliz, fazer aquilo que dá alegria ao outro, fazer o que gostaria que fosse feito a você. Tratar o outro com a compaixão que você gostaria de receber.
Assim você agindo o seu amor toca no Eu Pessoal do outro e este que recebeu o amor não consegue ficar indiferente ao seu amor, ali no momento em que você o amou ele vai retribuir, ou noutro momento, ou pode que este amor que você o deu irá desperta-lo a amar a outros, e de alguma forma este amor retornará a você seja naquele instante ou noutro, não precisa voltar por quem recebeu de você, mas vem em abundância por muitas outras pessoas, e lembre que em um lugar está escrito: “Seu Pai que está no céu o recompensará com uma medida cem vezes maior.”
Você já pensou como será bom você saber que você está contribuindo para o Amor circular na sua família, no seu trabalho, na sua escola, no seu bairro, na sua cidade,…???????


Então porque falta Amor?????
Porque todos estão na espera, na expectativa de receber e não de dar. E o amor só volta se ele sair de nós.
As crianças carregam dentro de si a capacidade de Amar inata, porém precisam se sentir amadas para amar, o menino ou a menina serão um grande homem e uma grande mulher no  amor  se viverem em um ambiente de Amor, elas aprendem a expressar amor com seus pais, se os seus pais são adultos que não expressam  Amor estas também serão adultos que sofrerão pela falta de amor, porque o amor não terá retorno, ou você comece a torcer para seu filho ou filha ter a sorte de casar com alguém, ou conviver com pessoas que expressam amor.


Ou seja, temos que deixar de esperar receber para dar, temos que dar para receber.


Então convido  você a fazer esta experiência do AMOR EFETIVO, mas sem esperar nada em troca da pessoa que você expressou Amor. Você precisa ter paciência para sentir algo novo dentro de você!!! Lembre que as pessoas não estão acostumadas a receber amor e assim precisam de tempo para este sentimento sair de si. Quem não recebe, ou não recebeu não sabe dar, é você que tem que começar.


Preciso abordar dois aspectos do amor condicional e do amor incondicional. O AMOR EFETIVO é da dimensão INCONDICIONAL, que não espera nada, mas o retorno vem.  Mas este aspecto vamos ver no nosso próximo encontro quando falarei sobre o AMOR AFETIVO,aqui nesta “sala”.


 


O AMOR AFETIVO.


O Amor Afetivo é o Amor da expressão pelo afeto, pelo abraço, sorriso. Pois quando o ser humano se sente amado, recebe o Amor Efetivo, que é aquele Amor que quem o dá, transmite de uma forma que não pensa em si, pensa somente no outro, pois ele quer o bem para outro, por exemplo: deixa de dormir para estudar com o filho, para dar um remédio, para cuidar do outro, deixa de comer algo para repartir, espera, quer descansar e está pronto para ajudá-lo no que for preciso, um quer comer  chocolate e o outro quer pipoca, este  perde o seu desejo para fazer a vontade do outro, para ver o outro contente, e esta alegria é sua também. Vale lembrar que quando a pessoa Ama dessa forma o inconsciente sempre responde que a mais feliz é a que dá e não a que recebe. E assim este que expressa o AMOR EFETIVO gera no que recebe um desejo de retribuir e este em primeiro lugar vai responder com o Amor Afetivo, ele vai expressar pelo afeto, pelo abraço, sorriso, beijo o contentamento que sentiu ao SER AMADO PELO OUTRO.
Então se você quer sentir-se amado DÊ AMOR, para RECEBER AMOR.
O  EU PESSOAL que é aquela dimensão que existe no momento da concepção, contém em si todas as capacidades para Amar, para doar-se, é PRÓPRIO dele querer amar, querer fazer o outro feliz, mesmo que lhe custe algo.
Quando uma pessoa aborda o seu inconsciente e pede-se a ela que veja o contexto da sua concepção, ela se vê recebendo qualidades, potencialidades de uma LUZ que transmite muita paz, e um grande amor. Após o encontro dos gametas, o EP entra no zigoto, que é o resultado do encontro do óvulo com o espermatozóide, com o desejo único de AMAR.
Este EP está dentro de mim e de você, por isto podemos amar, por isto somos capazes de Amar.
Amar é o sentido primeiro da nossa existência e não existimos para receber Amor, também, mas o receber é conseqüência da nossa atitude de Amar.
Portanto, a afetividade é a expressão do amor Efetivo, através do afeto, que são nossos gestos de amor, carinho, ajuda, acolhida, perdão, gratidão, bondade, generosidade, compreensão, são estas e outras as várias formas desse amor sair de nós.
Se queremos nos sentir amados devemos amar por primeiro, para despertar o amor no outro. Esta é a nossa maior e primeira capacidade que carregamos dentro de nós.
É a capacidade de Amar que nos capacita a sermos grandes pessoas noutros aspectos de nossa existência. A grandeza, a profundidade de uma pessoa se mede e se dá  pelo quanto ela ama. Se ela não ama, o seu inconsciente  bloqueia a sua inteligência, a sua liberdade, a sua expressão, o raciocínio e como conseqüência esta pessoa não vai para frente. Ela se amarra.
A nossa saúde física, emocional e espiritual depende do nosso amor,  do amor que damos não do que, recebemos, claro, que receber é importante e nos faz bem, mas o faz se nos sentimos merecedores de recebê-lo por havermos dado .
Em resumo o Amor efetivo é o amor em potencial que carregamos, como a semente que carrega a árvore e os frutos dentro dela, assim nós carregamos o AMOR.
E O AMOR Afetivo é a expressão do Amor efetivo, através dos nossos gestos.


AMOR CONJUGAL


Nos relacionamentos entre homem e mulher com compromisso a nível de casamento o próximo nível do amor é do AMOR CONJUGAL, que é a expressão do amor na área sexual, ou a expressão através da genitalidade. Ou seja o Amor conjugal é o transbordamento do Amor no físico, daquele  Amor que nasceu no Efetivo, que é o Amor que tem como fonte a dimensão humanística ou espiritual do ser humano, passa pelo AFETO  e derrama no físico. Portanto quando esse encontro é de expressão de Amor gera no outro o desejo Amor Efetivo, Afetivo de volta o conjugal, como uma engrenagem.


Apartir dessa minha exposição, uma vez por semana, quero  refletir com vocês vários aspectos tais como:


Porque falta amor entre as pessoas?
Porque cada vez corremos mais atrás do Amor e aprece que quanto mais o buscamos mas ele escapa de nós?
O ficar e suas consequências.
Porque o namoro é importante.
Exposição  das crianças no mundo da sexualidade.
O sexo sem compromisso.
O que é o sexo para Deus.
A importância do Amor Efetivo, afetivo e conjugal entre os pais para  o desenvolvimento equilibrado da criança, bem como as conseqüências na vida dela sem a expressão do amor nestas três áreas.
A ausência dessas expressões e a dificuldade de relacionar-se com Deus, e a expressão e o encontro com Deus.
Como alcançar o equilíbrio emocional.
Como fazer seu casamento dar certo.
Como ter filhos sadios fisicamente  e equilibrados emocionalmente.
Enfim, e sobre aquilo que você  quizer saber e eu puder te ajudar
Porque a religião é importante para o equilíbrio emocional?


O Amor  Efetivo é muito natural, a vida toda, é o sentido da nossa existência, existimos por causa dele e para que ele saia de nós.


Porém a partir dos 11 ou 12 anos passamos por uma transformação no nosso físico. Com a entrada na adolescência nosso corpo muda e com ele nosso emocional também. Estas mudanças são muito significativas pois demarcam a diferença no expressar do amor, onde nos vemos como HOMEM E MULHER, e com essas mudanças aparecem o desejo de expressar o amor.


Aí demarca o início da adolescência onde nosso organismo passa por transformações, físicas e psicológicas. Os hormônios se desenvolvem e com eles aparece uma necessidade de expressão de Amor diferente. Ao que chamamos de AMOR AFETIVO.

Dra. Liseane C. Almada SelletiDra. Liseane C. Almada Selleti