A- Opiniões sobre o Sudário


Opiniões


A ciência vem estudando o Santo Linho há vários anos. Equipes interdisciplinares harmoniosas e livres, ao estudarem o Sagrado Linho, têm a impressão que é a descrição figurada dos Evangelhos. O mistério que cerca o Sudário exige muita humildade, pesquisa e estudos sinceros, pois a responsabilidade é grande.


 


Grupo STURP


 


Este grupo era formado por 40 cientistas americanos, especializados nas mais diversas áreas: biologia, genética, química, física, entre outras. Os diversos estudos e testes realizados comprovaram em vários aspectos a autenticidade do Santo Sudário, e os resultados foram oficialmente divulgados após a reunião de encerramento, convocada em maio do ano 1981, em Nova Londres. Apenas um dos componentes do grupo afirmou que o Sudário era uma falsificação, Walter McCrone, mas seu embasamento teórico era falho e este sequer compareceu às reuniões para defender sua tese. Enfim, o Grupo STURP foi fundamental para precisar a veracidade do sangue humano encontrado no Sudário e, sendo assim, a vida e morte de Cristo.


 


Opiniões


 


O Pe. Giuseppe Ghiberti, teólogo de Turim, assim se manifestou sobre as pesquisas de 1966: “Creio que, antes de mais nada, toca à ciência avaliar esta última descoberta. Se fôr tida como genuína, as conseqüências da mesma não serão desprezíveis. Ter-se-á uma nova modalidade de evidência histórica que até hoje nenhum documento escrito e nenhuma peça arqueológica nos proporcionaram”.


 


O Cardeal de Turim e Guardião do Santo Sudário, Giovanne Saldarini, após as pesquisas, declarou: “Ninguém jamais tentou servir-se do Sudário de Turim para provar a fé cristã. A fé não se funda sobre imagens, nem sobre relíquias, nem sobre descobertas científicas. Doutro lado, se se pode demonstrar que o Sudário reproduz realmente a imagem de Jesus Cristo, os não crentes terão mais dificuldade para sustentar a incredulidade”.


 


“A imagem, acentua o Cardeal, nos apresenta o seguinte problema: estamos nós contemplando mera criação artística, ou, ao contrário, a verdadeira figura de Jesus como era após a sua Paixão e Morte? Esta não é uma questão de fé. Os fiéis gozam de absoluta liberdade para crer ou não crer nos dados fornecidos.”


 


Ítalo A. Chiusano – escritor – “Para mim, depois da publicação do resultado do negativo do exame com o C-14, a questão do Sudário se torna uma questão aberta. Agora o ônus da prova compete aos cientistas. Tocará a eles explicar-nos todas as questões: dos pólens, da tridimensionalidade, do negativo, das coincidências históricas e arqueológicas, das moedas de Pôncio Pilatos sobre os olhos do cadáver, da ausência de decomposição, da impossibilidade de que ele tenha sido pintado etc. Os cientistas terão, portanto, muito trabalho. Trabalho tão longo que, antes que termine, talvez apareça uma prova de que esse lençol é do tempo de Cristo. E então não comemoraremos vitória como fizeram os ‘carbonistas’ (do carbono-14), mas agradeceremos humildemente ao Senhor e saberemos que essa é, em todo caso, só uma imagem do Filho de Deus, que não tem necessidade de imagem porque seu Sudário está dentro da alma de cada um de nós.”


 


Lamberto Schiatti – Jornalista e Sacerdote – “Resta a pergunta: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Por isso, o Sudário continua a apaixonar a opinião pública, desafiando a ciência e provocando crentes e não-crentes com o fascínio de um mistério que cada um queria ver definitivamente descoberto. No silêncio da morte, o Homem do Sudário interpela a humanidade como Cristo, há dois mil anos: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ A resposta não é fácil, porque reconhecer Cristo morto e ressuscitado significaria abalar a existência. O Sudário, como Cristo, não tem pressa. Parece não temer o tempo. O ‘sinal de Jonas’ não se impõe. Tem paciência e espera. Não pode ser cancelado. É mudo, mas interroga-nos com seu silêncio. O Sudário se cala, mas faz a ciência falar.”


 


Ignazio Del Vecchio – padre passionista – “Podemos também acrescentar que, para os tempos modernos, o Sudário é o que foram a estupendas catedrais e maravilhosas esculturas e pinturas para os tempos passados: um grande ‘livro’, mediante o qual todos, indistintamente, são introduzidos e levados à compreensão do maior mistério da humanidade, o do amor e do sofrimento de Deus”.


“Parece, – continua o padre passionista, – que Jesus repete aos estudiosos atônitos as palavras que dirigiu ao incrédulo Tomé, na noite da oitava de Páscoa: ‘Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos; estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê’ (Jo 20,27). Nessa altura, é necessário que o espanto da ciência dê lugar às ‘maravilhas’ da fé. Não basta preparar a lista dos sinais dos sofrimentos presentes no Homem do Sudário. Não basta a veracidade das marcas, e não é suficiente afirmar que a figura impressa nesse lençol é a do Jesus histórico. É necessário acrescentar, por exigência de honestidade, que se trata do Cristo da fé, daquele que venceu a morte e ressuscitou. É certo que o Sudário nunca pretendeu provar a ressurreição de Cristo. Sabemos que a prova decisiva da ressurreição nos vem exclusivamente da Sagrada Escritura, da tradição apostólica e da Igreja, à qual damos nossa adesão de fé. Mas, desde que o Sudário se apresenta corno o pano autêntico que envolveu o corpo de Cristo descido da cruz, já não podemos tirar-lhe um título, ao qual ele tem direito: se ele ‘conheceu’ Cristo morto, ‘conheceu’ também Cristo ressuscitado. Seu papel pode, pois, ser chamado de testemunhal. Será talvez por isso que o mistério da ressurreição, acolhido por um ato de fé, atinge-nos com vibrações novas e com intensidade ampliada. Deve-se, por isso, admitir que é necessário estabelecer com o Sudário um diálogo assíduo, sincero e livre de qualquer recusa preconceituosa. Um verdadeiro diálogo de fé. É necessário ouvir o convite de Jesus aos seus contemporâneos incrédulos: ‘Crede, ao menos, por causa dessas obras’ (Jo 14,11). E as maravilhosas obras de Deus não são nem poucas, nem pequenas. O Sudário oferece uma resposta documentada e providencial à profunda necessidade de devoção cristológica ‘moderna’. A nós, cristãos, cabe o dever de acolher, preservar e difundir esse testemunho.”


 


Papa Paulo VI – “Olho esse rosto e todas as vezes que o olho, o coração me diz: é Ele. É o Senhor.” Dizia ainda: “Grande sorte, portanto, a nossa, uma vez que essa figura do santo Sudário nos permite contemplar alguns traços autênticos da adorável figura física de nosso Senhor Jesus Cristo e socorre o nosso desejo, hoje tão ardente, de poder conhecê-lo também visivelmente! Recolhidos diante de tão preciosa relíquia, crescerá em nós, crentes ou profanos, o fascínio misterioso dele, e ressoará em nossos corações a admoestação evangélica de sua voz, convidando-nos a procurá-lo onde ele ainda se esconde e se deixa descobrir, amar e servir em figura humana: ‘Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes’ (Mt 25,40)”.


 


Cardeal Anastásio Ballestrero – “Sabemos que, no Sudário, a imagem misteriosa do homem crucificado impressiona. É um sinal ao qual podemos nos referir para tomarmos mais viva nossa meditação sobre a paixão e a morte do Senhor. Um sinal no qual podemos inspirar-nos para vermos nesse homem crucificado não só o Senhor Jesus, no qual cremos e que amamos e adoramos, mas também todos os irmãos crucificados, aos quais estamos ligados pela caridade do Evangelho e nos quais podemos e devemos amar o Salvador.” … “A torturada imagem do Sudário pode tomar-se o retrato de cada pessoa que vive na fé sua paixão pessoal, aceitando sua dor, e compreendendo o fermento de esperança e o poder de transfiguração que a Cruz oferece à vida. O Homem do Sudário, nu, sem nenhuma soberba, sem nenhuma arrogância, sem nenhuma violência, interpela-nos com a sacralidade da dor e com a majestade da paz, e, por assim dizer, constrange-nos a sermos melhores. Esse rosto nos traspassa e nos seduz!”


 


Papa João Paulo II – “Uma relíquia extraordinária e misteriosa, e, – se aceitarmos os argumentos de muitos cientistas, – uma testemunha singularíssima da páscoa, da paixão, da morte e da ressurreição. Testemunha muda e, ao mesmo tempo, surpreendentemente eloqüente!”.


 


Escritor Françóis Mauriac“Naquela mísera carne, saída de um abismo de humilhações e de torturas, Deus resplandece com uma grandeza suave e terrível, e aquele rosto venerável pede talvez mais adoração do que amor.”

A- História do Sudário



A História do Sudário
    

    
                                                                                           Escrito por Elbson Araujo do Carmo    
 
O evangelista João conta que Nicodemos e José de Arimatéia pegaram o corpo de Jesus e o envolveram, com perfumes, em faixas de linho, do modo como os judeus costumavam sepultar (Jo 19, 38-40). Mateus diz que José de Arimatéia tomou o corpo de Jesus e o envolveu num lençol limpo, colocando-o num túmulo novo (Mt 27,29-60). Marcos e Lucas referem-se ao fato, usando a expressão ‘envolveu-o no lençol’ (Mc 15,46; Lc 23,53).


 


O Santo Sudário, ao longo de quase dois mil anos, passando por vicissitudes, percorreu extenso caminho. De Jerusalém, fugindo da perseguição, os primeiros cristãos o levaram para a cidade de Edessa, hoje sul da Turquia. Depois de vários séculos passou para Constantinopla atravessando o interior da Turquia, onde ficou até 1204, sendo então levado pelos Cruzados até Paris. Em 1453 chega à Chambéry, sul da França, como legado dos Duques de Savóia, de cuja casa saíram os reis da Itália. Em 1532, ocorre um incêndio na Capela do Castelo de Chambéry, onde o Sudário estava encerrado numa caixa de prata, sofrendo várias danificações que são as manchas brancas verticais que se percebe ao longo do corpo. As partes queimadas foram corrigidas por remendos feitos pelas Irmãs Clarissas, em forma de triângulos imperfeitos ou de U maiúsculo. Observam-se também as manchas de água ao se apagar o incêndio. Em 1578 uma peste assola a Europa. O arcebispo de Milão, Carlos Borromeu, faz a promessa de ir a pé até Chambéry em sinal de penitência e suplicando pelo término da peste. Para facilitar ao arcebispo o cumprimento do voto, o Duque Emanuel Phillibert, da família Savóia, leva o Sudário à Turim, onde se encontra até hoje, guardado em caixa forte com alarmes eletrônicos. Em 1983, o ex-rei Humberto da Itália transferiu os seus direitos sobre o Sudário ao Vaticano.


 


 Mistério


 


Durante exposição, em 1898, o fotógrafo amador e advogado Secondo Pia fotografou pela primeira vez o Sudário. Ao revelar o filme, percebeu que as impressões do corpo começaram a assumir nitidez e profundidade inesperadas. A imagem foi impressa, inexplicavelmente, em negativo, ou seja, as partes sombrias tornaram-se claras e as luminosas, escuras. Nenhum artista poderia tê-la pintado assim. A partir daquela descoberta casual seguiram-se muitos estudos e exames fotográficos, fotométricos, radiológicos, químicos e médico-legais. A ciência apurou que não se trata de uma pintura, que as manchas de sangue contêm verdadeiro sangue humano, e que as feridas do corpo martirizado atestam uma crucificação romana.


 


Para os cientistas, o Sudário é um mistério, pois as impressões daquele Homem estão gravadas em negativo com efeito tridimensional, enquanto as manchas de sangue são gravadas em positivo. Seguramente o lençol envolveu o cadáver de um homem martirizado, flagelado, coroado de espinhos, crucificado com cravos, com o lado traspassado, apresentando escoriações no joelho esquerdo, causado por queda, feridas, inchaços, sangue coagulado no rosto, septo nasal quebrado…


 


Existem muitas coincidências entre as narrações dos Evangelhos e a imagem do Sudário, razão pela qual a piedade cristã viu nele um testemunho da paixão e morte de Jesus. O pesquisador Luigi Gonella, consultor científico do Cardeal Anastácio Ballestrero, ex-arcebispo de Turim, afirma: ‘A ciência jamais poderá demonstrar que o homem do Sudário seja Jesus Cristo, uma vez que não existe um registro em arquivo algum que possa confirmar tal identidade. A ciência diz apenas que é extremamente provável que se trate de Jesus, dado o número impressionante de coincidências com os relatos de sua paixão no Novo Testamento.’


 


PRINCIPAIS DATAS HISTÓRICAS EM RELAÇÃO AO SUDÁRIO


 


30 d.C. – O corpo de Jesus é depositado no sepulcro e envolto ‘num pano de linho branco’. Na manhã de Páscoa, o lençol é encontrado vazio (Jo 20,5-6).
 
Século II – Chega a Edessa (hoje Urfa, na Turquia) uma imagem em tecido do rosto de Jesus.
 
525 – Durante os trabalhos de restauração da igreja de Santa Sofia de Edessa, descobre-se a imagem do rosto de Jesus chamada mandylion (lenço). É uma imagem extraordinária, ‘não feita por mãos humanas’. (identificável com o Sudário dobrado de modo a permitir ver só o rosto).
 
944 – Os exércitos bizantinos, durante uma campanha contra o sultanato árabe de Edessa, entram na posse do mandylion e o levam solenemente para Constantinopla, em 16 de agosto. Lá se constata que, na realidade, tratava-se do Sudário dobrado.
 
1147 – Luís VII, rei da França, venera o Sudário durante sua visita a Constantinopla.
 
1171 – Manuel I Comneno mostra a Amalrico, rei dos latinos de Jerusalém, as relíquias da paixão, entre as quais o Sudário.
 
1204 – Robert de Clary, cronista da IV cruzada, escreve que o Sudário desapareceu de Constantinopla. É provável que o temor da excomunhão, prevista para os ladrões de relíquias, tenha provocado a sua ocultação.
 
1314 – Os templários, ordem de cavaleiros cruzados, são queimados como hereges, acusados também de culto secreto a um ‘Rosto’ que parece reprodução do Sudário. Um deles se chamava Geoffroy de Charny.
 
1356 – Geoffroy de Charny, cavaleiro cruzado homônimo do anterior, entrega o Sudário aos cônegos de Lirey, em Troyes, na França. O precioso tecido estava com ele ao menos há três anos.
 
1389 – Pierre d’Arcis, bispo de Troyes, proíbe a exposição do Sudário.
 
1390 – Clemente VII, antipapa de Avinhão, trata do sudário em duas bulas.
 
1453 – Marguerite de Charny, descendente de Geoffroy, cede o lençol a Ana de Lusignano, esposa do duque Ludovico de Sabóia, que o guarda em Chambéry.
 
1506 – O papa Júlio II aprova a missa e o ofício do Sudário, permitindo a sua veneração pública.
 
1532 – Incêndio em Chambéry, na noite de 3 para 4 de dezembro. Um lado incandescente da urna de prata que continha o Sudário queima o tecido ao longo das dobras; algumas gotas de metal fundido atravessam as várias camadas. Dois anos depois, as clarissas costuram os remendos.
 
1535 – Por motivos de guerra, o lençol é transferido para Turim e, depois, para Vercelli, Milão, Nice e novamente Vercelli onde permanece até 1561, quando é levado de volta para Chambéry.
 
1578 – Emanuel Filiberto leva o Sudário para Turim, para abreviar a viagem de São Carlos Borromeu, que queria venerá-lo, em cumprimento de um voto. Exposições por ocasião de certas celebrações da casa de Sabóia ou de jubileus se sucedem de trinta em trinta anos.
 
1694 – Em 1º de junho o Sudário é posto definitivamente na capela construída pelo arquiteto Guarino Guarini, anexa à catedral de Turim. Nesse ano, o bem-aventurado Sebastiano Valfrè reforça os remendos e as cerziduras.
 
1898 – Primeira fotografia, feita por Secondo Pia entre 25 e 28 de maio. A emocionante descoberta do negativo fotográfico revela com incrível precisão a figura do Homem do Sudário. Iniciam-se estudos e pesquisas, especialmente médico-legais.
 
1931 – Durante a exposição por ocasião do matrimônio de Umberto de Sabóia, o Sudário é fotografado novamente por Giusepe Enrie, fotógrafo profissional.
 
1933 – Exposição em comemoração do XIX Centenário da Redenção.
 
1939 – 1946 – Durante a Segunda Guerra Mundial, o sudário é escondido na abadia de Montevergine (Avellino).
 
1969 – De 16 a 18 de junho é feito um reconhecimento da relíquia por uma comissão de estudos nomeada pelo Cardeal Michele Pelegrino. Primeiras fotografias em cores, feitas por Giovanni Battista Judica Cordiglia.
 
1973 – Primeira exposição pela televisão (23 de novembro)
 
1978 – Celebração do IV centenário da transladação do Sudário de Chambéry para Turim, com exposição pública, de 26 de agosto a 8 de outubro, e congresso internacional de estudos. Nessa ocasião, muitos artistas italianos e estrangeiros, na maioria americanos, durante cento e vinte horas consecutivas, efetuam medidas e análises da relíquia para realizar uma pesquisa científica multidisciplinar.
 
1980 – Em 13 de abril, exposição particular para o Santo Padre João Paulo II.
 
1983 – Em 18 de março morre Umberto II de Sabóia; em testamento, doa o Sudário à Santa Sé. Por decisão do Papa, a relíquia continua em Turim e é confiada à guarda do cardeal-arcebispo Anastásio Ballestrero.
 
1988 – É retirado do Santo Sudário um pedaço como amostra para ser submetido à datação pelo método do Carbono 14. Com base nesta análise, o Sudário seria da Idade Média, atribuído a um período entre 1260 e 1390 d.C. As modalidades da operação e a confiabilidade do método para tecidos contaminados como o Sudário não são consideradas válidas por muitos estudiosos. Em 1995, o cientista russo Dmitri Kouznetsov demonstra experimentalmente o que já havia firmado num congresso realizado em Roma, em 1993, isto é, que o incêndio de 1532 modificou a quantidade de carbono radioativo presente no Sudário, alterando sua dataçào, que pode ser do século I d.C.
 
1992 – Em 7 de setembro, efetua-se um reconhecimento do tecido pelos peritos convidados, a fim de sugerirem iniciativas e providências apropriadas para garantir melhor a sua conservação.
 
1993 – Em 24 de fevereiro, o Sudário é transferido temporariamente para trás do altar-mor da catedral de Turim, para que se realizassem os trabalhos de restauração da capela de Guarini.
 
1995 – O cardeal Giovanni Saldarini, arcebispo de Turim e curador do Sudário, anuncia duas exposições: uma, em 1998, para comemora o centenário da primeira fotografia, e a outra, em 2000, para a celebração do Jubileu.
 
1997 – Na noite de 11 para 12 de abril de 1997 um incêndio causa danos gravíssimos à capela do Sudário, e se alastra pelo interior da catedral. Os bombeiros foram obrigados a quebrar o vidro à prova de bala para salvar o Sudário. No dia 14 de abril uma comissão de peritos, composta também pelo cardeal Giovanni Saldarini, examinou o estado do lençol. Constatou-se que não houve nenhuma danificação, e o cardeal confirmou as exposições programadas para 1998 e para o ano 2000.
 
1998 – De 18 de abril a 14 de junho de 1998 o Sudário foi exposto em Turim, na celebração do qüinquagésimo aniversário da congregação da Catedral de Turim e do primeiro centenário da exposição de 1898, por ocasião da qual foi feita a primeira fotografia, que contribuiu de forma determinante para o encaminhamento das pesquisas científicas sobre o Sudário.
 
2000 – A exposição do Sudário de Turim no ano 2000, de 29 de abril a 11 de junho, quer oferecer uma ocasião especial de santificação do Jubileu dos 2000 anos do nascimento de Jesus com uma peregrinação penitencial.
Sobre o sentido das exposições o Cardeal Saldarini, curador do Sudário, diz: ‘As exposições surgem da natureza religiosa e da história. Nesse lençol bendito vêem-se imagens que lembram com uma eficácia excepcional o mistério inefável de nossa redenção, em particular a paixão de Jesus. A exposição pública tem a finalidade de oferecer ao homem de hoje um amplificador do anúncio da salvação, que vem só do Senhor Jesus, de seu amor. Há séculos essa mensagem tem produzido frutos de conversão e de santidade. Nas próximas exposições, pediremos ao Senhor que nos conceda os mesmos frutos com abundância. Também a mensagem do Sudário pode participar da nova evangelização, para a qual o papa chama a atenção muitas vezes. Estou convencido de que essa mensagem tem uma modernidade particular por causa de sua natureza de imagem a ser contemplada. Em nenhuma das épocas precedentes a notícia transmitida pelas imagens influiu tanto na informação e nos comportamentos. As experiências pastorais acumuladas especialmente nos últimos anos confirmam o quanto as pessoas são sensíveis ao anúncio desse testemunho mudo.’
 
 
 

A- Santo Sudário








Introdução ao Santo Sudário
     







Escrito por Elbson Araujo do Carmo   

 

” Para aquele que tem fé, nenhuma explicação é necessária. Para aquele que não tem fé nenhuma explicação é suficiente”. Mas para ambos um milagre inexplicável surte diferentes efeitos. Aquele que crê, vê confirmada a sua fé pelos sinais de Deus, já  para o que não crê fica patente que nenhuma prova material e humanamente inexplicável dos sinais de Deus possa ser o gerador da fé, essa última é anterior a tudo, e portanto mais que necessária. Pois sem ela a compreensão do fato comprovado cientificamente será sempre incompleto. O descrente  ao conhecer a maravilha do Sudário poderá sem dúvida afirmar que Jesus existiu e realmente foi crucificado, já, aceita-lo como seu salvador, só pela fé e nada mais. 


Atualmente muitos são os recursos que o homem dispõe para atestar ou contestar a veracidade de fatos históricos, a ciência consegue aproximar-nos do passado dando uma idéia bastante fidedigna  de coisas que ocorreram há centenas de anos. Quanto mais recursos o homem dispõe mais próximo ele chega da verdade única e universal de Jesus. A ciência e religião não se contrapõe, pelo contrário, se complementam justamente no seu fim único que é a busca da verdade. É desse ponto de vista que quero tratar este assunto do Santo Sudário de Turim, uma relíquia que desafia a ciência e fortalece a fé daqueles que esperam em Deus.

 O QUE É O SUDÁRIO?

   O Sudário de Turim,  é o pano mortuário  que envolveu o corpo de Jesus  Cristo. A utilização desse tipo de mortalha é historicamente comprovada não somente entre os judeus dos tempos de Jesus mas também de várias outras culturas e até hoje é utilizado. Muito embora as pesquisas científicas independentes e inter-disciplinares que confirmam a veracidade do Sudário sejam recentes, esse já era conhecido e venerado há muitos séculos.  Já por volta do século 4 DC foi reencontrado  o “Madylion de Edessa” que os pesquisadores identificam com o Santo Sudário.Com 4,36 m de comprimento por 1,10m de largura e uma espessura de 0,34 mm é um pano de linho puro, tecido num tear manual de cor original branco-marfim. As origens do Sudário foram objeto de inúmeras controvérsias, a que mais resistiu ao tempo foi a tese de que o Sudário seria um tecido pintado com maestria sobre-humana por um hipotético artista da idade média, tese essa que desabou completamente após os estudos promovidos pelo “Grupo Sturp” – cientistas multi-disciplinares que analisaram o Sudário –  e pelos mais avançados testes que a ciência moderna pôde oferecer.

Um forte argumento com relação a origem do Sudário é que entre suas fibras foram encontradas vestígios de fibra de algodão próprio do oriente médio pois o algodão não era cultivado na Europa durante a idade média.

Verifica-se também que sua superfície esta manchada de sangue revelando uma forma humana. As “coincidências” com o que é descrito nos Evangelhos é aterradora nos mínimos detalhes, não foi pintado, o tipo sangüíneo encontrado no sudário é o mesmo de 95% dos judeus da região e milagrosamente o mesmo do Milagre de Lanciano, a sagrada hóstia que se transformou em carne e sangue há 12 séculos e até hoje não se putrefez.

Esse mesmo sudário que hoje deixa boquiabertos os cientistas já escapou de guerras, incêndios e todo tipo de catástrofe. Sugere inclusive que essa magnífica sobrevivência tinha um propósito mais claro ainda para o homem moderno, já que através da ciência se vê confirmado tudo aquilo que por séculos se considerou legendário e fantasioso a respeito do próprio Sudário, da morte de Cristo e sua ressurreição. Exatamente, ressurreição, pois o pano não mostra sinais de ter sido esticado ou arrancado do cadáver que envolvia, pois não há marcas do sangue sendo borrado e nem da figura nele impressa estar em desfoque ou que esse mesmo corpo tenha apodrecido enquanto envolto por aquela mortalha, mais magnífico o fato de não haver explicação científica do porque aquela imagem tridimensional estar tão perfeitamente impressa num tecido que não apresenta nenhum vestígio de tinta. 

O Sudário mostra igualmente detalhes desoladores a respeito da forma como Jesus fora torturado e depois morto. O corpo está cheio de lacerações profundas, as costa especialmente demonstram que foi açoitado impiedosamente já que há marcas de que a carne teria sido feita em pedaços e arrancada em tiras pelo “flagelum” (chicote), o que evidencia o ódio que se tinha do Senhor, pois na época não era permitido que alguém recebesse como pena máxima mais que 30 chibatadas e como descrito no Sudário, Jesus recebeu muito mais, se não fosse pela cruz, certamente a flagelação o teria matado antes. Seu rosto está cheio de deformações ocasionadas por socos e bofetadas, seu nariz mostra-se quebrado.


Mas as coincidências não param, o Sudário mostra claramente no lado esquerdo as marcas de sangramento e contornos de uma ferida  profunda que corresponderia à perfuração de lança feita por um soldado quando o Senhor jazia já morto na Cruz. Os ossos das pernas não foram quebrados como descreve os Evangelhos, coisa rara já que os ossos das pernas dos que eram crucificados após algumas horas eram quebrados a pauladas para que não podendo mais se apoiar morressem mais rapidamente já que poderiam durar dias ainda vivos nas cruzes, sem o apoio das pernas o crucificado morria rapidamente de insuficiência respiratória provocada pelo estiramento dos braços e rápida falência do diafragma ocasionada pelo excesso de acúmulo de ácido lático nesses músculos, o Sudário demonstra claramente isso quando se nota o ventre da imagem entumecido. Uma outra evidência revolucionária é o fato da imagem demonstrar que os cravos que o prenderam na cruz não atravessaram a palma das mãos e sim os pulsos pois comprovadamente as palmas das mãos se atravessadas por cravos não suportam mais que 40kg (comprovação através de testes em cadáveres efetuada pelo grupo STURP). Esse fato vem dar mais credibilidade ao sudário provando que o mesmo não foi pintado na idade média como se supunha antes das pesquisas pois a representação da crucificação feita universalmente mostrava cravos nas mãos, representação essa que persistiu até nossos dias.  Mas não falemos de tudo ainda, venha conosco e saiba mais uma vez que  A FÉ TINHA RAZÃO.

Conhecendo


SÃO PEDRO NA PATRÍSTICA


PEDRO EM ROMA
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A presença de Pedro em Roma é confirmada por Clemente Romano (101) , S. Inácio (107) , Orígenes ( 254), Clemente de Alexandria (215), Tertuliano (222), S. Irineu (202) e Dionísio (171).
Santo Irineu (+ 202) escreve em sua obra “contra as heresias”: “Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja” (L. 3, 1, 1, v. 4).
Dionísio (+ 171) escreve ao papa Sotero: “S. Pedro e S. Paulo foram à Itália, onde doutrinaram e sofreram o martírio no mesmo tempo” (Evas. Hist. Eccl. II 25).
Orígenes (+ 254) : “S. Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve fosse crucificado de cabeça para baixo” (Com. in Genes., t. 3).
Clemente de Alexandria (+ 215) diz: “Marcos escreveu o seu Evangelho a pedido dos Romanos que ouviram a pregação de Pedro” (Hist. Ecl. VI, 14).
Tertuliano (+ 222) diz: “Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro então, segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o suspenderam na Cruz” (Scorp. c. 15).
Do século I , Santo Inácio (+ 107), Bispo de Antioquia, que conviveu longos anos com os apóstolos – condenado pelo imperador Trajano – foi martirizado em Roma , escreveu uma carta aos Romanos onde diz : “Tudo isso eu não vos ordeno como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, e eu sou um condenado” (ad Rom., c IV).

O PRIMADO DE PEDRO – A PEDRA VISÍVEL DA FÉ
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O primado de São Pedro no Evangelho :
– preside a escolha de Matias substituindo Judas (At 1,1-25);
– É o primeiro a pregar o evangelho em Pentecostes (At 2, 14);
– Testemunha, diante do Sinédrio, a mensagem de Cristo (At 10, 1);
– Acolhe o primeiro Pagão (At 10,1); 5)
– Fala no Concílio , em Jerusalém, e decide sobre a circuncisão: “Então toda a assembléia silenciou”(At 15, 7-12), etc.
É incontestável sua liderança no início da vida cristã. Pedro é mencionado 23 vezes no Evangelho de Marcos , seu discípulo ; 24 no de Mateus , que o exalta mais do que qualquer outro ; 27 no de Lucas ; 39 no de João ; e 182 vezes , ao todo , no Novo Testamento.

Atestam o primado de Pedro e dos seus sucessores
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– Tertuliano: “A Igreja foi construída sobre Pedro” ;
– São Cipriano: “Sobre um só foi construída a Igreja: Pedro” ;
– Santo Ambrósio: “Onde há Pedro, aí há a Igreja de Jesus Cristo”.
-São Mateus confirma o primado de S. Pedro: “O primeiro, Simão, que se chama Pedro”(Mt 10, 2) .
No século I , o Papa Clemente, escreve aos Coríntios ,e afirma que serão punidos aqueles que afastaram presbíteros injustamente . Nesa época vivia S João , se o Bispo de Roma não tivesse o primado , S João poderia intervir.
Clemente Romano (séc I e II), III sucessor , conheceu Pedro pessoalmente em Roma.
Santo Inácio ( sec. II ) diz que a Igreja de Roma preside as demais , escrevendo aos romanos . Santo Irineu diz ser a Igreja Romana tem primazia , e foi fundada por Pedro e Paulo (Heres. 3. 3. 2).

OS SUCESSORES DE PEDRO
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S. Irineu viveu depois do ano 100 fez uma lista dos bispos de Roma. Desde S. Pedro ate o Papa reinante naquele tempo que era S. Eleuterio , eram doze papas . A lista é a que segue : Eleuterio; Sotero; Aniceto; Pio; Higino; Telesfor; Xisto; Alexandre; Evaristo; Clemente; Anacleto; Lino; Pedro.
S. Jerônimo escrevendo ao Papa S. Dâmaso, diz: “Eu me estreito a Vossa Santidade que equivale a Cátedra de Pedro. E esta a pedra sobre a qual Jesus Cristo fundou a sua Igreja. Seguro em vossa cátedra eu sigo a Jesus Cristo”.
Santo Epifanio, Osório , Pedro de Alexandria, Dionísio de Corinto, São João Crisóstomo, Papias, também atestam o primado de Pedro e da Sé Romana.
Em 451, durante o concílio da Calcedônia , a Carta dogmática do Papa Leão I a Flaviano condenando a heresia de Eutiques e afirmando as duas naturezas de Cristo foi aplaudida pelos bispos reunidos que proclamaram : ” Pedro falou pela boca de Leão
Os Padres do III Concílio de Constantinopla (680) aplaudiram o decreto do Papa Agatão que condenava o monotelitismo , também , exclamando : “Pedro falou pela boca de Agatão ”

SÃO PEDRO TEM SEU PRIMADO CONFIRMADO POR JESUS APÓS A RESSURREIÇÃO
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Nosso Senhor diz a Pedro : “Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu com instância para vos joeirar como trigo; mas eu roguei por ti, para que não desfaleça a tua fé; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos” (Luc. 22, 31-32).
S. Pedro que tem a missão, dada pelo Messias, de ‘confirmar’ seus irmãos ( o termo missão supõe o primado de jurisdição )
São Pedro é nomeado pastor das ovelhas de Cristo. Nosso Senhor confia a Pedro a guarda de seu rebanho, o cuidado de toda a cristandade : “Apascenta os meus cordeiros”, repete-lhe duas vezes; e à terceira: “apascenta as minhas ovelhas” (Jo. 21, 15-17).
Apascentar é sinônimo de governar , manter a paz e a ordem na Igreja , confirmando os irmãos na fé e preservando a integridade da doutrina . São atribuições de todos os bispos , certamente , mas , no caso , apenas a Pedro foi feita essa afirmação , após as três perguntas que faziam um desagravo ao Cristo , pelas três negações anteriores . A Pedro foi ordenada a missão de confirmar seus irmãos , confirmar toda a Igreja , com o poder e a autoridade das chaves do céu , com o poder para ligar e desligar.
Jesus previu que Pedro seria martirizado em Roma . Pedro morreu pelo Cristo e foi o primeiro bispo de Roma . No último capítulo do Evangelho de São João , lemos a seguinte passagem : “Em verdade (fala Cristo) te digo que, quando eras jovem, tu te vestias e ias aonde querias, mas, quando fores velho, serás levado pelas mãos e outro te cingirá e te levará aonde não queres ir.”
São Pedro fez de Roma a sede eterna da sua cátedra , seus sucessores são , por conseguinte , necessariamente , bispos de Roma . Esta verdade é dogmática , ou seja , eterna e obrigatória .
O Papa possui primazia de jurisdição sobre todas as sés apostólicas e jurisdição imediata e ordinária sobre toda a Igreja , em fé , moral e disciplina . Hereges e cismáticos permanecem sob a sua jurisdição , podendo ser julgados e punidos . O Papa possui poder espiritual sobre todas as criaturas e exerce um magistério infalível . A infalibilidade papal supõe a infalibilidade da Igreja e independe da infalibilidade conciliar . O magistério papal que desfruta de infalibilidade é aquele magistério exercido de modo solene , ” ex cathedra ” , no trato de questões de fé e moral em documentos definitivos .

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Prof Everton Jobim
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Referências bibliográficas:
-CIC 1992
– CDC 1983
– Catecismo de Trento
– Coletânea da Patrística