Destruição da natureza…



Amazônia teve devastação ‘inédita’ no fim de 2007


Imagens de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelaram que a taxa de desmatamento da Amazônia voltou a crescer nos últimos cinco meses de 2007 e atingiu um nível sem precedentes desde o início do monitoramento em tempo real, há quatro anos.


As imagens confirmaram uma devastação de 3.235 km² no período, principalmente nos meses de novembro e dezembro nos Estados do Pará, do Mato Grosso e de Rondônia.


A taxa de desmatamento pulou de 243 km², em agosto, para 974 km² em novembro e 948 km² em dezembro.


“Até hoje, nunca tínhamos detectado um desmatamento dessa magnitude nos meses de novembro e dezembro”, disse o diretor-geral do Inpe, Gilberto Câmara. “Nós nunca havíamos visto isso na Amazônia.”


Área maior


Devido a restrições no sistema de monitoramento usado pelo Inpe para concluir a devastação de 3.233 km², acredita-se que o desmatamento pode ser ainda maior, chegando a 7 mil km² no período – o equivalente a cerca de 700 campos de futebol.


Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a expansão do cultivo da soja e das áreas destinadas à pecuária e o fornecimento de árvores para as siderúrgicas de ferro-gusa podem estar por trás do aumento do desmatamento.


A ministra disse que o aumento do preço da madeira e das commodities estaria tornando o desmatamento ainda mais atraente.


“A realidade econômica desses Estados indica que essas atividades têm um impacto, sem dúvida, na floresta”, disse.


O Estado do Mato Grosso foi o mais afetado pelo desmatamento, contribuindo com mais da metade da área devastada, 1.786 km².


O governo comemorou, por três anos consecutivos, a redução da devastação da Amazônia.


A devastação no período 2006/2007 havia sido de 11,2 km², menos da metade do desmatado em 2003/2004, 27,3 km².