Ele vem “Yeshua”

Mais Presépio, menos Papai Noel!

Pe. Vicente , bth

“Nossos Natais não são verdadeiramente cristãos”

Com este slogan “Mais presépio, menos Papai Noel!”, nós Família Bethânia iniciamos uma verdadeira campanha. Na verdade partimos de uma inegável constatação: nossos Natais não são verdadeiramente cristãos.

Infelizmente vivemos embasados num “paganismo” disfarçado. A sociedade cada vez mais se deixa conduzir pelos deuses pagãos combatidos pela Sagrada Escritura, cujo maior deles “Manon”- o dinheiro, o consumo, o brilho das relações marcadas pelo capital. Na idolatria de Manon as pessoas valem pelo ter, pelo aparentar, pelo poder, pelo hedonismo. No fundo as mesmas lutas travadas pelos profetas do Antigo Testamento.

E não me venham com rótulos do tipo padre-moralista, pessimista ou o que o valha. Não adianta nem mesmo o esforço para transformar o “Bom velhinho, Papai Noel” em São Nicolau. São incompatíveis e quase irreconciliáveis. O que temos por detrás dos Papais Noeis dos shoppings são totens do deus-dinheiro-consumo que vem matando a cada ano o sentido profundo de um Deus-menino e sua singeleza do Presépio.

É no Presépio que encontramos o verdadeiro Natal. São Francisco de Assis intuiu esta verdade quando no século XIII decidiu reproduzir a magistral assinatura de um Deus que entra em nossa história numa noite especial, ou seja, na noite de Natal. Desde então esta tem sido a “Noite Feliz”, que brotou dos acordes de um padre católico, e que tem embalado tantos Natais.

O Presépio nos inspira à graça de ser família, envolvida por valores mais nobres, cujo maior deles é o amor. Lembra-nos que para ser feliz é preciso muito pouco. Conclama-nos à hospitalidade, à solidariedade, ao acolhimento. Ensina-nos que ali, Deus se fez gente para que possamos ser mais gente.

Quantas casas terão muitas comidas caras, luxo e riqueza, presentes caros, mas as famílias continuarão na mágoa, no ressentimento, no ódio, na mentira, na falsidade. Nestas casas, pais não falarão com filhos, filhos não perdoarão seus pais, irmãos não se reconciliarão, maridos continuarão a trair suas esposas, esposas enganarão maridos. E muito mais… Com certeza, casas sem o aprendizado do Presépio.

Assim, urge “Mais Presépio, menos Papai Noel!”. Este é o Natal que teremos em Bethânia e o que desejamos a você. Tenha um presépio em sua casa. Pode ser dos mais simples. O importante é que você e sua família parem para rezar diante dele. Faça a Novena de Natal. Reze o terço. Leia Palavra. Enfim, prepare-se bem para um verdadeiro Natal. Natal de Presépio.

Pense nisso!

Fique na paz de Deus!

Proximidade do Senhor

Proximidade do Senhor

Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba (MG)

“Deus demora, mas não falta”. É importante esperar, mas uma espera ancorada na fé e na prática da caridade. Não ser envolvido com estas realidades, com facilidade, cai-se no vazio e numa vida sem sentido. Isto faz parte das realidades mais profundas do ser humano, que busca incansavelmente sua plena realização.

No passado o povo de Israel esperava a chegada de um líder que pudesse comandar tropas, guerrear e conquistar espaços. O profeta anuncia a chegada do Emanuel, Deus conosco (Is 7, 14). Esse fato se concretiza no tempo do Natal, com o nascimento de Jesus Cristo, que veio com intenção e práticas totalmente inversas do pensamento popular do seu tempo.

Em vez de guerras fratricidas, Jesus anuncia uma proposta diferente, propondo uma “boa notícia” focada na vida e não na morte. Em vez de liderar represálias, esteve sempre do lado do povo, principalmente dos mais carentes e abandonados. Ele vem curar os corações abatidos e proporcionar dignidade para as pessoas.

A espera foi longa, mas o momento chegou. Realmente Jesus nasceu como “salvador da pátria”, acabou não foi entendido porque tinha e tem outros princípios. Ele vem como agente de salvação, seguindo os passos dos grandes líderes de libertação do passado. Podemos citar o caso de Abraão, de Moisés, de Josué e muitos outros.

Vivenciar o verdadeiro sentido do Natal significa ter proximidade com o Senhor. Aliás, Natal é todo dia e nem depende de tempo. Supõe que os corações e as mentes sejam trabalhados por uma boa catequese. Isto capacita as pessoas para se tornarem “servas do Senhor”, servindo as pessoas com grande espírito de humildade, doação e dedicação de forma fraterna e cristã.

Que o Natal seja momento forte de celebração da fé. Isto deve ser relacionado com as dinâmicas da vida. É festa que ilumina as dimensões da espiritualidade cristã, conseguindo aproximar o Senhor do cristão e das pessoas e vice versa. É como deixar Deus tocar na vida do ser humano para que ele seja elevado em sua dignidade de vida.

Onde mora a felicidade

Onde mora a felicidade?

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Um_Curso_Em_Milagres“Seja grande. Veja o mundo em um grão de areia. Veja o céu em um campo florido; guarde o infinito na palma da mão e a eternidade em uma hora de vida.”  (William Blake)

O grande anseio de todos nós é sermos felizes; este anseio foi posto em nosso coração pelo Criador. Mas a felicidade parece escapar das nossas mãos; ela não se deixa agarrar facilmente. Parece uma eterna fugitiva do homem.

Para uns ela parece uma miragem que nunca pode ser encontrada; para outros ela está nos prazeres do corpo e da alma.

A verdade é que a felicidade não cai do céu; é uma conquista. Não se encontra a felicidade; a construímos no dia-a-dia da vida. Ela não está fora de nós, mas em nosso interior. Ser feliz não é viver sem problemas e sem lutas; é saber o sentido de tudo isto. O homem constrói a sua felicidade como a abelha faz o mel.

Há uma lenda interessante sobre os deuses. Com medo do homem se tornar perfeito e não precisar mais deles, os deuses reuniram-se para decidir o que fazer. O mais sábio dos deuses disse:  “Vamos dar-lhes tudo, menos o segredo da felicidade”. “Mas se os humanos são tão inteligentes, vão acabar descobrindo esse segredo também!”, disseram os outros deuses. “Não”, respondeu o mais sábio – “vamos esconder a felicidade num lugar onde eles nunca vão achar – dentro deles mesmos”.

A maioria das pessoas está procurando pela felicidade fora de si; olhando em volta para ver se a encontram. Este é um grande e simples segredo: a felicidade mora dentro de nós. Ela depende do que você é, e do que do que você faz.

Existe um ditado oriental que diz: “Se você quer saber como foi seu passado, olhe para quem você é hoje. Se quer saber como vai ser seu futuro, olhe para o que está fazendo hoje”.

Procura-se hoje, a todo custo, aquilo que dê prazer, sensação, prestígio, riqueza e poder, como se aí estivesse a verdadeira felicidade, ao mesmo tempo que se foge de tudo o que possa significar austeridade, auto-domínio, paciência, humildade, desprendimento, temperança…Nunca como hoje houve tantas alternativas de diversões, algumas até pouco se importando com as exigências morais das mesmas; mil artimanhas para fazer o homem e a mulher “felizes”.

Mas, que felicidade?  Será que a temos conseguido?

Quanto mais aumentam as redes de negócios, visando  agradar as pessoas e dar-lhes uma vida “regalada”, tanto mais aumentam os problemas e as frustrações.

A grande crise dos nossos tempos é o conflito do “ter” e do “ser”. Santo Agostinho dizia: “não andes averiguando quanto tens, mas o que tu és”. E ainda: “A verdadeira felicidade não consiste em ter muito, mas em contentar-se com pouco”.

A verdadeira felicidade não pode ser amassada em um acidente, nem roubada pelos ladrões, nem queimada pelo fogo. Só é autêntica a felicidade que não é feita de coisas materiais. Ela é feita de coisas que você não pode tocar com as mãos e nem ver com os olhos: a bondade, a paz, o amor, a segurança, a alegria…

Nunca como hoje, o homem e a mulher precisam tanto de meios para conter as próprias frustrações: psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, e tanta fuga na bebida, no fumo e na droga.

Nunca como hoje se consome tantos calmantes, soníferos e anti-depressivos. A “doença” que mais afasta as pessoas hoje do trabalho é a depressão. Superou as demais. A conclusão é sintomática: a doença não é do corpo, é do espírito.

É preciso parar e meditar. Alegria e felicidade são coisas diferentes; alegria é a felicidade da alma; prazer é a felicidade do corpo. Os prazeres não nos saciarão nunca, pois o corpo é inferior à alma. A grandeza do homem está na sua alma onde estão as suas faculdades maiores: inteligência, liberdade, vontade, consciência, capacidade de amar, de se compadecer… logo, a felicidade duradoura só pode estar na satisfação da alma.

A felicidade está na virtude; sem ela não é possível fazer nada de bom. Ela traz em si a recompensa. Por isso, aprenda a ser feliz; nunca é tarde.

Prof. Felipe Aquino

Caminhar com Deus

Caminhar com Deus

Nem sempre é fácil fazer a vontade do Senhor

“Procurar somente a Deus, ver Deus em todas as coisas, isto é tornar-se superior a todas as coisas humanas” (São Gaspar Bertoni).

Nem sempre é fácil fazer a vontade de Deus. Em primeiro lugar, é necessário o discernimento, pois, muitas vezes, corremos o risco de confundir os desejos e impulsos pessoais com a vontade do Senhor. Nem sempre aquilo que nós desejamos é o que Ele nos pede. Por isso a sabedoria e o discernimento são fundamentais na caminhada espiritual.

Para cultivar uma horta, é necessário saber a época certa do plantio de cada hortaliça, caso contrário, a produção será comprometida. No campo espiritual acontece o mesmo processo. Para se vivenciar aquilo que Deus inspira em nosso coração, é preciso saber o que Ele reserva para cada etapa da nossa existência.

E como descobrir o que Deus deseja? A todo o momento Ele fala com o ser humano por meio de sinais concretos no dia a dia. Não se deve esperar que um anjo apareça e diga: “Você deve fazer isto, pois esta é a vontade do Senhor!” Deus usa de situações, pessoas e acontecimentos para se comunicar conosco.

Olhar a vida com o coração aberto para a presença do Senhor é o primeiro passo para um discernimento espiritual. Somente quando abrimos as portas do coração, para os sinais da presença de Deus no cotidiano, conseguimos ver e ouvir o que Ele nos pede.

Vê-Lo nas diversas situações da vida é também um passo fundamental para o crescimento espiritual. Notar a presença do Senhor na natureza pode desenvolver uma sensibilidade enorme no campo espiritual, mas saber reconhecer essa presença também em um sorriso, uma lágrima, uma situação de luto, uma enfermidade, é fundamental.

Quando se fala em luto e enfermidade, ter discernimento é extremamente importante. Deus não deseja o sofrimento do ser humano, e isso seria contrário à Sua natureza amorosa, pois “Deus é amor”. Sua presença no luto é garantia de que Ele não abandona Seus filhos em nenhum momento, nem mesmo na enfermidade, quando Ele se faz presente ao lado do doente, dando-lhe forças para que possa carregar a cruz com paciência. Deus Pai está presente em cada situação, sendo auxílio, conforto e paz.

Na trajetória da vida, Deus caminha ao lado do ser humano e nunca o abandona. Abrir o coração à presença divina é encontrar-se com o Amor, visível presente do Pai.

 

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Padre Flávio Sobreiro

2013 Papa Francisco declara 2015 o Ano da Vida Consagrada

O anúncio foi feito pelo Papa Francisco na manhã desta sexta-feira, 29, no Vaticano

Liliane Borges
Da Redação

1_0_751120O Papa Francisco anunciou nesta sexta-feira, 29, que o ano de 2015 será dedicado à Vida Consagrada. O anúncio foi feito durante a 82ª Assembleia Geral da União dos Superiores Gerais (USG), que está sendo realizada em Roma.

Aos participantes, o Papa afirmou que a radicalidade  é pedida a todos os cristãos, mas os religiosos são chamados a seguir o Senhor de uma forma especial. “Eles são homens e mulheres que podem acordar o mundo . A vida consagrada é uma profecia”.

O encontro ocorreu nesta manhã, na Sala Sínodo, no Vaticano. Em três horas de reunião, o Pontífice respondeu às perguntas dos superiores gerais e tratou de temas referentes a Nova Evangelização.

Interrogado sobre a situação das vocações, o Papa afirmou existir Igrejas jovens que estão dando muitos frutos, e isso deve levar a repensar a inculturação do carisma. “A Igreja deve perdir perdão e olhar com muita vergonha os insucessos apostólicos por causa dos mal-entendidos neste campo, como no caso de Matteo Ricci”.

O diálogo intercultural, segundo Francisco, deve introduzir no governo de institutos religiosos pessoas de várias culturas que expressam diferentes formas de viver o carisma.

Durante o diálogo, Francisco insistiu sobre a formação, que em sua opinião, deve ser baseada em quatro pilares: espiritual, intelectual, comunitária e apostólica. “É essencial evitar todas as formas de hipocrisia e clericalismo através de um diálogo franco e aberto sobre todos os aspectos da vida.

Francisco destacou também que a formação  é uma obra artesanal e não um trabalho de políciamento. “O objetivo é formar religiosos que tenham um coração terno e não ácido como vinagre”, alertou.

Sobre a relação das Igrejas particulares com os religiosos, o Papa disse conhecer bem os problemas e conflitos. “Nós bispos, precisamos entender que as pessoas consagradas não são um material de ajuda, mas são carismas que enriquecem as dioceses”.

Ao falar sobre os desafios da missão dos consagrados, o Pontifice destacou que as prioridades permanecem as realidade de exclusão, a preferência pelos mais pobres.  Destacou também a importância da evangelização no âmbito da educação, como nas escolas e universidades.

“Transmitir conhecimento, transmitir formas de fazer e transmitir valores. Através destes pilares se transmite a fé. O educador deve estar à altura das pessoas que educa, e interrogar-se sobre como anunciar Jesus Cristo à uma geração que está mudando”.

No final do encontro, Francisco agradeceu aos superiores gerais pelo “espírito de fé e serviço” à Igreja. “Obrigado pelo testemunho e também pelas humilhações pelas quais vocês passam”, concluiu o Papa.