Gravidez no namoro

Gravidez no namoro

O relacionamento
vai exigir do casal o desprendimento para o novo

A vivência da
intimidade sexual passou a ser normal para muitos casais de namorados. Talvez,
por não entenderem a transcendência do ato sexual, muitas vezes, o sexo é
nivelado por baixo. Uma vez minimizado na sua grandeza, erroneamente, este é
também colocado como meio de sustentação do namoro. Para a maioria dos jovens
casais, tal intimidade é justificada como sendo também uma fase do conhecimento
daquele (a) a quem dizem amar.

A experiência
sexual nesse período ganha força quando o casal percebe que essa é uma prática
comum também no relacionamento dos colegas. Na roda de amigos, muitos pensam
que seria bobeira não aproveitar a situação, sendo que o (a) namorado (a)
deseja o mesmo. Julgando-se conhecedores de todas as coisas e muito seguros de
si, acreditam que a possibilidade de uma gravidez só acontece para quem não
souber evitá-la; até o momento em que a namorada traz a notícia de que está
grávida. (Dessa vez, a tônica das conversas na roda de amigos será o “vacilo
que fulano deu”!)

É sabido que
algumas jovens têm más experiências ao comunicarem ao namorado a “consequência”
ocorrida pela referida intimidade. Nesse momento, alguns simplesmente
desaparecem ou as culpam, como se elas fossem as únicas responsáveis pela
gravidez. Os namorados se esquecem de que a responsabilidade que hoje está
sobre elas é também resultado do compromisso que, indiretamente, assumiram ao
desejar viver a intimidade no namoro. As jovens mães percebem, então, a duras
penas, que fizeram uma má escolha, reconhecendo que aqueles que, antes, lhes
fizeram tantas promessas, foram apenas capazes de engravidá-las. Mesmo sem
querer, agora, o casal de namorados se torna pais.

Para outros casais,
ainda que a notícia da gravidez venha a abalar o dia, eles sabem que não
poderão ocultar a situação por muito tempo. Em breve começarão a acontecer as
mudanças no corpo da mulher. Então, a ela caberá a responsabilidade de
enfrentar os pais e tentar justificar o óbvio; enquanto que a ele caberá a
iniciativa de preparar condições de promover o conforto básico, tanto emocional
como de bem-estar, que toda mulher grávida necessita.

Se uma gravidez
para uma pessoa casada já causa grandes mudanças e exige muitas adaptações,
imaginemos para aqueles que ainda estão no começo da realização de seus sonhos
e planos… Para estes, a situação se torna ainda mais exigente, pois, vivendo o
novo papel, surgem – nas vidas dos então namorados – as dificuldades
pertinentes ao convívio contínuo. O relacionamento vai exigir do casal o
compromisso e o desprendimento de se moldar ao inusitado apresentado pela
situação. Tudo será vivido de maneira intensa, em meio às preocupações, aos
choros do bebê, às dificuldades para continuar os estudos, à busca de trabalho,
à aceitação dos familiares, entre outros.

O tempo propiciado
ao casal, durante o namoro, para avaliar o perfil do pretendente e se conhecer
mutuamente é abreviado com a gestação da namorada. Com tantos desafios, os
namorados perceberão que pouco conheciam o temperamento do outro e, muitas
vezes, se veem despreparados para assumir as consequências do ato que os levaria
para muito mais além do prazer experimentado.

Para não viver os
mesmos atropelos de outros namorados que tiveram de provar das
responsabilidades paternas antecipadamente, melhor será para os jovens casais
aplicarem-se no crescimento, nas adaptações e no amadurecimento do namoro.
Dessa maneira, quando se decidirem pelo casamento, nenhum dos dois poderá
alegar que não conheceu suficientemente a pessoa escolhida para compartilhar
com ele (a) a vocação do matrimônio.

A prova de amor se
confirma no compromisso mútuo de fazer o outro feliz por aquilo que ele é e não
por aquilo que ele faz.

Um abraço

Dado Moura
contato@dadomoura.com