Momento com Maria e palavra de Deus


MOMENTO COM MARIA A PALAVRA DE DEUS


 


            Porque só o amor de Deus é fecundo, o Espírito Santo, o amor de Deus personificado, é o agente de toda a fecundidade maternal de Maria: “O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com sua sombra” (Lc. 1,35). Começa aqui o ritmo definitivo da salvação: o dom do Espírito Santo será, até ao fim, a manifestação definitiva do amor de Deus e a garantia da fecundidade salvífica da Igreja. Sempre que alguém acolhe a Palavra e acredita, sempre que um homem se converte e se abre ao amor, quando a vida é vivida com a novidade da Páscoa, tudo isso é manifestação da fecundidade do amor de Deus em nós, através da ação do Espírito. Se a encarnação do Verbo, fruto maravilhoso do seio fecundo de Maria, e a expressão máxima do amor de Deus por nós, a santidade cristã é a maior expressão do amor de Deus em nós. Se Jesus é o fruto bendito do ventre de Maria, a santidade da Igreja, que a une e identifica com Cristo, é o fruto maravilhoso da fecundidade da Igreja, cujo seio também é maternal, em Maria e como o de Maria.


            Assim o Evangelho finalmente nos introduz na hora que hoje estamos a viver. Conduz-nos rumo a Maria, que aqui honramos como a Mãe de Deus e Nossa. Na hora decisiva da história humana, Maria ofereceu-se inteiramente a Deus, o seu corpo e a sua alma, como morada. Nela e dela o Filho de Deus assumiu a carne. Por meio dela, a Palavra fez-se homem (cf. Jo 1,14). Desta forma, Maria diz-nos o que é o Advento: ir ao encontro do Senhor que vem em nossa direção. Esperá-lo, escutá-lo, contemplá-lo. Maria diz-nos por que motivos existem os edifícios das igrejas: eles existem para que, dentro de nós, se faça espaço à Palavra de Deus: para que, dentro de nós, a Palavra possa também nos dias de hoje fazer-se homem. E assim que a saudamos como Mãe, Discípula e Missionária: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, a fim de que vivamos o Evangelho do teu Filho.


            É bom tomarmos a consciência de que a fecundidade da Palavra de Deus em Maria, não é um caso inaudito e único. Nela acontece o que Deus deseja desde a criação do mundo: que a Sua Palavra seja acolhida e seja fecunda no coração dos crentes e no seio do seu Povo. Revelou-o continuamente o Senhor, pregaram-no os Profetas, desejaram-no os justos, e rejeitou-o, tantas vezes, um povo infiel, de coração duro, ferindo, com essa recusa, o coração de Deus.


            O que é único no acolhimento que Maria faz da Palavra é o fruto do seu ventre, a encarnação da Palavra eterna de Deus. No seu Verbo, Deus diz a Palavra decisiva aos homens, e porque decisiva, definitiva. Mas fá-lo respeitando o ritmo da fecundidade da Sua Palavra naqueles que a acolhem. A fecundidade de Deus, no seio de Maria é o clímax, o ponto de chegada do desejo de Deus gerar a vida naqueles que O acolhem.


 


Ajuda-nos a não ocultar a luz do Evangelho debaixo do alqueire da nossa pouca fé. Ajuda-nos a ser, em virtude do Evangelho, luz para o mundo, a fim de que os homens possam ver o bem e dar glória ao Pai que está nos céus (cf. Mt 5,14 ss.) Amém!


 


Pd. Francisco Pontarolo


Paróquia Nossa Senhora Aparecida


Fone: 3624-1991