Papa recebe prêmio por seu empenho pela paz

Francisco foi o vencedor do prêmio “Carlos Magno”, um dos mais importantes da Europa, por seus esforços em favor da paz

Da Redação, com Agência Ecclesia

Papa recebeu prêmio “Carlos Magno”, um dos mais importantes da Europa / Foto: L’Osservatore Romano

O Papa Francisco foi anunciado nesta quarta-feira, 23, como o vencedor do prêmio internacional “Carlos Magno” pela paz de 2016, premiação que vem distinguir os seus esforços em favor das populações atingidas pela guerra e as injustiças sociais e econômicas.

O prêmio é considerado um dos mais importantes na Europa e já foi entregue ao Papa João Paulo II, em 2004. A premiação foi estabelecida em 1949, quando a cidade alemã de Aquisgranose, que confere o prêmio, estava em ruínas, após a II Guerra Mundial. O prêmio é destinado a pessoas e instituições que tenham um papel importante no processo de unificação da Europa.

O comitê elogia a figura de Francisco como uma “voz da consciência” e uma “autoridade moral extraordinária” para a Europa, com uma mensagem de esperança e encorajamento em tempos de crise. Em especial, recorda-se o discurso do Papa ao Parlamento Europeu, em 25 de novembro de 2014, em Estrasburgo, França.

Na ocasião, o Santo Padre disse: “a Europa tem uma necessidade imensa de redescobrir o seu rosto para crescer, segundo o espírito dos seus pais fundadores, na paz e na concórdia, já que ela mesma não está ainda isenta dos conflitos”.

Papa Francisco e a paz

Em pouco mais de mil dias de pontificado, o Papa Francisco já deixou vários gestos e mensagens de paz, como o inédito encontro de oração que reuniu os presidentes de Israel e da Palestina, em 8 de junho de 2014, marcada pela oração: “Nunca mais a guerra”.

Em setembro de 2013, Francisco assumiu a iniciativa de escrever ao presidente russo, Vladimir Putin, antes de uma cimeira do G20 em que se previa o envio de tropas para o conflito na Síria, algo que veio a não acontecer.

“A todos eles [líderes do G20], e a cada um deles, dirijo um sentido apelo para que ajudem a encontrar caminhos para superar as diversas contraposições e abandonem qualquer vã pretensão de uma solução militar”, escreveu.

A primeira viagem do pontificado teve como destino a ilha italiana de Lampedusa, onde deixou um apelo contra a ‘globalização da indiferença’, lembrando quem morre no Mediterrâneo.

Vários foram os apelos em defesa dos refugiados, em favor da paz na Ucrânia e os alertas para a situação dos cristãos no Médio Oriente. O pontificado contou também com várias mensagens condenando a ação da Mafia na Itália, o tráfico de seres humanos, a fome ou os crimes e abusos contra menores.

O pensamento de Francisco sobre todos estes temas está condensado nas suas mensagens para o Dia Mundial da Paz, que a Igreja celebra anualmente em 1º de janeiro.

No centenário da I Guerra Mundial, em 2014, Francisco esteve no maior cemitério militar da Itália para afirmar que “a guerra é uma loucura”. Já na sua mensagem para o 49º Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 2016), Francisco critica as consequências do esquecimento de Deus nas relações entre os seres humanos e a natureza.