Queixas permanentes




Queixas permanentes
O hábito de constantemente reclamar abala os relacionamentos


Algumas atitudes são essenciais para o bom relacionamento interpessoal: o respeito, a gratuidade, a paciência, a humildade, o perdão, o amor, a esperança… Enquanto que outras, destroem os relacionamentos. São como a chuva leve em terra fofa, que, pouco a pouco, vai molhando-a e encharcando-a até que tudo se desmorona. Uma delas é a queixa permanente, digo, o hábito ou costume de estar constantemente insatisfeito com a própria vida, com as outras pessoas e com as situações que vive.



As pessoas – que têm personalidade assim – vão se tornando de tal forma insuportáveis, que os familiares, amigos e pessoas com as quais elas convivem vão se fechando em si e, conseqüentemente, não lhes dão mais ouvidos, e acabam se distanciando cada vez mais delas.


Isso acontece porque o queixoso provoca um desinteresse no outro, tornando-o emocionalmente insensível, fechando os seus canais de comunicação para não se sentirem menosprezados pelas constantes reprovações, o que faz dele [queixoso] um pessimista crônico e cínico malicioso.


Isso não quer dizer que não devamos lhe expressar o que nos preocupa ou nossas insatisfações. Contudo, ao fazê-lo, precisamos despertar nele uma reflexão que o leve a buscar um novo enfoque para as situações e soluções criativas.


É natural e – absolutamente saudável – que uma pessoa busque apoio em outra, principalmente entre os familiares e o cônjuge; no entanto, nossas relações devem ser orientadas para o futuro e não voltadas para o passado, o qual guarda, em muitos casos rancores e mágoas. Se olharmos para o futuro e para o alto, poderemos vislumbrar novos horizontes.


Mesmo que a vida lhe deva alguma coisa que o tenha feito sofrer, e que você se encontre num momento difícil de sua vida, nunca se esqueça que após a tempestade vem a bonança. E que até mesmo após uma terrível nevasca o vento tíbio faz com que a neve derreta; depois a primavera chega trazendo lindas flores e um ar de encantamento. Contudo, se continuarmos atolados na murmuração e nas queixas, não conseguiremos apreciar e aproveitar o novo tempo que surgirá.



Então, vamos renunciar as queixas?!


Mara S. Martins Lourenço
maralourenco@geracaophn.com