Teremos a presença das irmãs da Fraternidade Arca de Maria, falando mais sobre a Consagração Total à Virgem Maria pelo método de São Luís Maria Grignion de Montfort.
Convidamos todos os já consagrados, mas também aqueles que querem conhecer mais sobre aConsagração.
Será um encontro especial!
Vamos juntos aprender a amar mais Nossa Mãe!
“Quando a louvamos, quando a amamos, e a honramos, ou quando nos damos a Ela, Deus é louvado, Deus é amado, Deus é honrado. Damo-nos a Deus por Maria e em Maria.”
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Conheça a cristandade, humildade e fé da Virgem Maria
Na Virgem Maria, toda a cristandade tem uma poderosa advogada e um magnífico modelo
A cada ano, a Igreja celebra a festa da Glorificação ou Assunção de Maria, a mãe de Jesus e nossa mãe.
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”(LG 59).
Conheça a cristandade, humildade e fé da Virgem Maria
No dia 01 de novembro de 1950, o saudoso Papa Pio XII declarou o dogma da Assunção de Maria nossa mãe.
A glória de Maria vem pelo seu “sim” definitivo ao projeto de Deus. Ela faz justamente o contrário de Eva: não quer ser autônoma diante do Criador. Aceita plenamente o que Deus lhe propõe em relação a salvação de toda a humanidade. No Evangelho (cf. Lc 1, 39-56), temos a visita de Maria à sua prima Isabel.
Nesta ocasião, Maria pronuncia o seu hino (Magnificat), que é um concerto gozoso de Deus, ponto de encontro da revelação bíblica. Maria é a primeira cristã da história da humanidade, pois aceita Deus em sua totalidade.
“Bendita és tu entre as mulheres”
Como cristãos, que desejamos seguir a Cristo de verdade, não podemos esquecer a importância da devoção a Nossa Senhora e os elementos essenciais da intercessão desta mulher que é cheia de graça. Toda devoção a Maria, começou pela aceitação que Ela fez em ser a mãe do Messias. Ela mesma foi saudada pelo anjo Gabriel como sendo “cheia de graça”, isto significa que Maria, durante toda a sua existência, foi livre da culpa original que todos os seres humanos herdaram devido ao egoísmo.
Deus ama a todos os seres humanos, nós somos privilegiados em relação ao amor que Deus tem por nós. Maria entrou diretamente no plano de amor de Deus por cada pessoa humana, aceitando ser a mãe de Jesus. Todas as mulheres judias, gostariam de ser a mãe do Messias, Esse esperado durante séculos, pelo povo de Israel.
Depois dos 12 anos de idade, Maria já estava prometida a José que seria o seu legítimo esposo. Foi a essa menina simples que o anjo apareceu e ofereceu a proposta mais nobre que uma mulher poderia receber nesta vida. A redenção da humanidade só seria possível, com a vinda do próprio Deus, para restituir ao homem os elementos essenciais de sua existência.
Maria concebeu pela ação do Espírito Santo. Para Deus tudo é possível, pois a nossa existência já é um grande milagre inexplicável, pelo olhar puramente humano. Pelo SIM de Maria, nós recebemos de Deus uma nova chance de sermos glorificados em Cristo.
“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra”
No meio do mistério, Maria se joga ao lado de Deus; quer fazer a vontade d’Ele; mesmo sabendo que teria que renunciar a muitas coisas, inclusive ao risco de ser considerada adúltera. Todos os cristãos são chamados à santidade. Ser santo é dizer “sim” ao projeto de Deus, mesmo que ele nos custe caro. Ter fé significa estar disponível à vontade de Deus.
Maria, por ser cheia de graça, pode nos auxiliar, interceder a Deus por nós. Pode nos auxiliar no caminho de resposta ao plano de Deus. Maria é a mãe de Deus e nossa mãe, nos foi dada pelo próprio Jesus, quando Esse dava a sua vida por todos nós (cf. Jo 19, 27).
A Igreja definiu quatro verdades de fé sobre Maria: O Concílio de Éfeso (431), Maternidade; o Concílio Lateranense (649), a Virgindade; Pio IX, ex cathedra, 8 de dezembro 1854, a Imaculada Conceição; Pio XII, 1 de novembro 1950, a Assunção ao Céu.
Maria continua intercedendo por nós, Ela nos ajuda a seguir seu filho Jesus Cristo. O verdadeiro devoto de Maria, jamais se perderá nos enganos solicitados pelo relativismo reinante na sociedade. A grande lição que fica de Maria, é viver na humildade aquilo que Deus quer de nós. Hoje, queremos fazer a nossa vontade e por isso nos perdemos nos tornando pessoas tristes, sem objetivo.
Rezar o rosário
Devemos rezar sempre o santo Rosário que Maria nos recomendou em muitas aparições, para melhorarmos o nosso sentimento em relação ao amor concreto que Deus tem por cada ser humano.
Todos nós fomos criados conforme a imagem de Deus (cf. Gn 1, 26). Maria Santíssima é a única pessoa que nunca ofuscou esta imagem. Ela foi preservada de toda a falsa liberdade que o mundo prega, Ela é a obra intacta da Santíssima Trindade, Ela sempre soube responder ao Amor com amor.
Em Nossa Senhora da Assunção, toda a cristandade tem uma poderosa advogada e um magnífico modelo. Dela aprendemos que só seremos felizes realizando a vontade de Deus em nossas vidas.
Maria, por ser cheia de graça, pode nos auxiliar, interceder a Deus por nós no caminho de resposta ao plano de Deus. Por essa razão, Ela é modelo de todos os consagrados que procuram oferecer sua vida, seu “sim” a Deus em favor de seus irmãos. Rezemos por eles para que vivam cada vez mais com intensidade a sua entrega, a exemplo de Maria.
Termino esta pequena reflexão com esta oração:
“Ó Virgem Imaculada, Mãe de Deus e Mãe dos homens! Com todo o fervor de nossa fé cremos em vossa Assunção triunfal em corpo e alma ao céu onde sois aclamada Rainha de todos os coros angélicos e de toda a assembleia dos santos! A eles nos unimos para louvar e bendizer o Senhor que vos exaltou acima de todas as simples criaturas, e para oferecer-vos o fervor de nossa devoção e de nosso amor. Estremece vosso coração de beatificante ternura, e vossa alma de alegria, ao contemplar face a face a adorável Trindade! Nós, pobres pecadores, a quem o peso do corpo impede o voo da alma, suplicamo-vos purifiqueis nossos sentidos para que aprendamos, desde este mundo, a saborear Deus, só Deus, no encanto das criaturas. Nós que vos invocamos como nossa Mãe, vos tomamos, como João, por guia, força e consolação de nossa vida mortal”.
(Pio XII, Orações, p. 57)
Por Frei Giribone – Fundador da Obra Missionária Virgem do Carmo Peregrina
Ensinamentos de Nossa Senhora de Guadalupe
Nas suas aparições, Nossa Senhora de Guadalupe deixou para nós ensinamentos preciosos, que permanecem válidos em nossos dias
Nossa Senhora de Guadalupe apareceu ao índio Juan Diego e a ele confiou ensinamentos importantíssimos, não somente para as Américas, da qual ela é padroeira, mas para todo o mundo. Em 9 de dezembro de 1531, nos arredores da colina Tepeyac, que fica na atual Cidade do México, aconteceu a primeira aparição de Nossa Senhora naquelas terras.
A aparição da Virgem Maria no México teve um significado histórico impressionante na evangelização dos nativos. Naquele tempo, numerosas etnias habitavam o vale de Anahuac, atual Cidade do México, durante décadas, sob a tirania dos astecas, tribo poderosa, que praticava habitualmente sangrentos ritos idolátricos. Todos os anos, os astecas sacrificavam milhares de pessoas para, conforme sua crença, manter aceso o “fogo do sol”. Além de fazer sacrifícios humanos, os astecas praticavam a antropofagia1, a poligamia2 e o incesto3, que faziam parte da cultura desses povos.
Missionários espanhóis tentaram mudar os costumes dos nativos, mas sem sucesso. O que dificultava a missão dos religiosos era a dificuldade de comunicação, pois não compreendiam os vários dialetos, os maus hábitos, extremamente enraizados na cultura dos nativos, e a relutância destes em deixar a idolatria e aceitar o Deus verdadeiro4.
Nesse difícil contexto histórico, cultural e religioso, as aparições de Nossa Senhora a Juan Diego e os milagres que se seguiram, especialmente a imagem que milagrosamente ficou estampada na tilma5, deram à obra dos missionários católicos naquelas terras a eficácia necessária para a evangelização. A imagem de Nossa Senhora de Guadalupe teve grande importância na conversão dos povos pagãos do México devido aos vários símbolos nela contidos, que os nativos souberam interpretar e consequentemente compreender a mensagem de Deus nela contida. A partir das aparições de Nossa Senhora, a conversão daqueles pagãos para o Cristianismo se realizou prodigiosamente.
Nossa Senhora de Guadalupe e a proteção das famílias
Depois de quase 500 anos, não somente o México, mas a humanidade como um todo vive um neopaganismo6 e necessita novamente do auxílio da Virgem de Guadalupe. No tempo dos astecas, a poligamia e o incesto eram práticas normais. Hoje em dia, torna-se cada vez mais comum o divórcio, o adultério, a prostituição, a pedofilia, os “casamentos” entre homossexuais, “casamentos alternativos” e tantos outros tipos de relações sexuais suscitados pela ideologia de gênero e outras ideologias. Diante desses terríveis males do nosso tempo, devemos defender a família na sua natureza e missão genuínas e incentivar uma educação que prepare retamente as pessoas para a vida e as torne conscientes das suas capacidades, para que enfrentem digna e responsavelmente a sua vocação na sociedade7.
Em contraste com esse quadro desolador, o olhar da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, que tem ao centro uma família, traz-nos uma mensagem de esperança. Segundo o cientista José Aste Tonsmann, que há mais de 34 anos investiga as imagens encontradas nos olhos da Virgem de Guadalupe, essas nos apresentam “uma mensagem de Nossa Senhora a favor da vida e da família em um momento em que ambos são duramente atacados em todo mundo”8. Homem de fé, Dr. Tonsmann acredita que não foi por coincidência que só com a atual tecnologia possamos “decifrar” esta mensagem oculta nos olhos da imagem da Senhora de Guadalupe. Pela Providência divina, “o avanço da tecnologia coincidiu com uma época em que a família é denegrida em todo mundo, por isso, podemos afirmar que a Virgem quis que em nosso tempo a família seja posta em relevo”9.
Outra mensagem de Nossa Senhora de Guadalupe para nosso tempo é que, ao aparecer grávida na imagem, ela nos chama à atenção para a necessidade de respeitarmos a vida nascente. José Aste acredita ainda que a mensagem mais importante – escondida nos olhos da imagem de La Morenita, como é conhecida Nossa Senhora de Guadalupe pelos mexicanos – é que apesar de ter outras seis imagens10, no centro do olhar de Maria se encontre uma família: “É como se a Virgem nos assinalasse a importância da família em um tempo em que esta sofre constantes ataques”11, pois a família é necessária para a perpetuação das culturas e da sociedade, mas também para a realização da vocação última do homem, que é a união definitiva com seu Criador. O próprio Verbo de Deus quis vir ao mundo na Sagrada Família de Nazaré, no lar de Maria e José, como que para mostrar à Igreja e ao mundo a dignidade e o lugar da família na obra da salvação da humanidade.
A Virgem de Guadalupe e a defesa da vida
Naquele tempo, todos os anos os astecas faziam milhares de sacrifícios humanos, de homens, mulheres e até crianças, de pessoas da sua própria tribo ou de outras etnias. Em nossos dias, vemos um retorno aos costumes pagãos, pois se torna cada vez mais comum a prática do aborto, do controle de natalidade, da eutanásia. Essa cultura da morte faz parte do terrível ataque que a “civilização” contemporânea faz à família humana em nossos dias. A esse respeito, o Papa Bento XVI nos ensina que devemos ser “defensores da vida humana desde a sua concepção até ao seu ocaso natural”12.
Nesta árdua missão de defender a vida, como outrora, hoje também nos deparamos com dificuldades de comunicação. Todavia, o problema não é mais tanto o idioma, mas o desconhecimento da verdade. A ditadura do relativismo, que é a negação de verdades objetivas, em última análise é uma negação da fé, da moral e dos dogmas cristãos. Este pensamento está sendo imposto cada vez mais na sociedade, principalmente no meio acadêmico. Dessa forma, surge um novo paganismo, no qual, em nome da deusa “razão”, em muitos países, pessoas têm o “direito” de abortar uma gravidez, de tirar uma vida.
Neste momento trágico da história da humanidade, somos convidados a voltar nosso olhar para a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Na imagem da Virgem Maria, a faixa preta atada no seu ventre, símbolo asteca da gestação maternal, revela-nos uma mensagem dos Céus a favor da vida. O Cardeal Marc Ouellet afirmou que a aparição da Virgem de Guadalupe como uma mulher grávida é um testemunho poderoso a favor da vida e contra o aborto. A imagem “recorda-nos que a Palavra de Deus se fez carne no ventre de uma mulher e Ele nos leva à redenção, à renovação das relações, à misericórdia com o mundo e também à abertura à vida e à esperança”13. Na imagem de Guadalupe, a Virgem Maria traz em seu ventre Jesus Cristo, “a Verdade e a Vida”14, que tanto necessitamos em nossos dias.
As aparições de Senhora e o poder das trevas
Na mesma região das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe, um evento sem precedentes foi realizado na cidade de San Luís Potosí, região central do México. Um grupo de bispos e padres realizou um “exorcismo magno”, também chamado de “grande exorcismo”, sobre todo o México. O rito foi realizado no dia 20 de maio do ano passado, na catedral metropolitana da cidade. “O exorcismo foi realizado para conter o avanço do aborto e da violência ligada ao tráfico de drogas, e também para frear práticas como o satanismo e o culto pagão à ‘santa morte’, as quais [… explica Padre José Antonio Fortea] ‘provocaram uma grande infestação satânica em todo o México’”15. Diante desses fatos, vemos que estamos realmente diante de um verdadeiro retorno ao antigo paganismo.
Esse neopaganismo torna-se ainda mais grave e impiedoso que o anterior, porque, no seu “altar” sacrificam-se milhares e milhares de vidas inocentes, ainda no ventre de suas mães. A esse respeito, em exorcismos feitos na Itália pelo Padre Pellegrino Ernetti, o demônio diz pela boca de um possesso: “Foi a minha descoberta mais bela e saborosa! Matar os inocentes em vez dos culpados e homicidas da máfia! Destruo a humanidade e assim termino, antes do nascimento, com os adoradores do vosso falso Deus”16. O inimigo diz claramente que o aborto tem como finalidade destruir a humanidade e os cristãos.
Quanto às drogas, as palavras do demônio são surpreendentes: “É o alimento mais saboroso que dou de comer aos jovens para enlouquecerem. Desta forma, faço com que se tornem aquilo que quero: ladrões, assassinos, impudico [pessoas sem pudor], ferozes como eu, dominadores do mundo, meus ministros”17. As palavras do demônio são ainda mais surpreendentes em relação ao divórcio, à separação de casais: “Foi invenção minha. Reivindico a sua propriedade. É uma das minhas descobertas mais inteligentes. Desta forma, destruo a família e a sociedade, onde sou adorado como verdadeiro rei do mundo. O sexo… o sexo. Não deis ouvidos àquele homem [Jesus] pendurado da cruz que não vos dá nada. O verdadeiro prazer somente eu vos dou com o sexo livre. O meu reino é sobretudo a liberdade do prazer sexual, com o qual reino sobre a terra”18.
Depois de ler estas palavras com algumas das estratégias demoníacas a respeito do aborto, das drogas e das famílias, não é difícil descobrir quais são as causas de tantos males no México e em todo o mundo.
A reparação das ofensas contra a Virgem Maria
Portanto, quando em que um país aumenta desmedidamente o pecado, o aborto, o divórcio, o sexo livre, as drogas e tantos outros males, na mesma medida cresce a ação tentadora dos demônios. “Na medida em que em uma nação se realizem mais atos de bruxaria e mais satanismo, nessa mesma medida acontecerão mais fatos extraordinários provindos desses poderes das trevas”19. A gravidade da situação no México, que levou à necessidade do “exorcismo magno”, e também no mundo todo, são reveladas em um fato acontecido no Vaticano. Em 2013, Papa Francisco impôs as mãos sobre um peregrino mexicano chamado Ángel. Um dia depois, o exorcista Padre Gabriele Amorth conversou com o rapaz e depois afirmou não ter dúvidas de que ele estava possuído. Segundo o Padre Amorth, Ángel “foi eleito pelo Senhor para mandar uma mensagem ao clero mexicano e dizer aos bispos que têm que fazer um ato de reparação pela horrenda lei do aborto aprovada na cidade do México em 2007 e que supõe um ultraje à Virgem”20.
Por todo o mundo, vemos a crescente impiedade dos homens e a ação dos demônios têm desencadeado uma onda de ódio, violência e maldade por toda a Terra. Entretanto, as contínuas aparições da Virgem Maria, como aconteceu no México, são poderosos auxílios divinos em nossa luta contra os poderes das trevas. Por isso, satanás abomina as aparições marianas, como poderemos constatar nas suas palavras em um exorcismo: “O maior mal deste tempo, para mim, são as contínuas presenças [aparições] desta meretriz [Nossa Senhora]. Aparece em todo o mundo, em todas as nações e persegue-me, arrancando das minhas mãos tantas almas, milhares e milhares, para ouvirem as suas falsas mensagens”21.
Se satanás odeia a Virgem Maria e diz que a sua presença é o maior mal deste tempo para ele, ao contrário, devemos amar profundamente a Mãe de Deus e reconhecer, nas suas aparições, o maior bem do nosso tempo. Por isso, nas festas marianas, mas também em nosso cotidiano, devemos prestar a Virgem Maria a nossa mais sincera homenagem, de modo especial pela sua presença amorosa como Mãe das Américas. Em honra da Virgem Maria, façamos atos de reparação pelos terríveis males do nosso tempo, principalmente a degradação das famílias, o aborto, as drogas, a violência e o satanismo. Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!
Oração do Santo Padre Papa João Paulo II a Nossa Senhora de Guadalupe
“Ó Virgem Imaculada, Mãe do verdadeiro Deus e Mãe da Igreja! Vós, que deste lugar manifestais a vossa clemência e a vossa compaixão por todos os que imploram o vosso amparo, ouvi a oração que com filial confiança vos dirigimos e apresentai-a ao vosso Filho Jesus, único Redentor nosso.
Mãe de misericórdia, Mestra do sacrifício escondido e silencioso, a vós, que vindes ao encontro de nós todos, pecadores, consagramos, neste dia, todo o nosso ser e todo o nosso amor. Consagramo-vos também a nossa vida, os nossos trabalhos, as nossas alegrias, as nossas doenças e os nossos sofrimentos.
Dai a paz, a justiça e a prosperidade aos nossos povos, já que tudo o que nós temos e o que somos o deixamos ao vosso cuidado, Mãe e Senhora nossa. Queremos ser totalmente vossos e convosco desejamos percorrer o caminho de uma fidelidade plena a Jesus Cristo na sua Igreja: não nos deixeis desprender da vossa mão amorosa.
Virgem de Guadalupe, Mãe das Américas, pedimo-Vos por todos os Bispos, a fim de que eles conduzam os fiéis por veredas de intensa vida cristã, de amor e humilde serviço a Deus e às almas.
Contemplai essa seara imensa e intercedei para que o Senhor infunda fome de santidade em todo o povo de Deus, e conceda abundantes vocações de sacerdotes e religiosos fortes na fé e zelosos dispensadores dos mistérios de Deus.
Concedei aos nossos lares a graça de amarem e respeitarem a vida nascente, com o mesmo amor com que vós em vosso seio concebestes a vida do Filho de Deus.
Virgem Santa Maria, Mãe do Amor Formoso, protegei as nossas famílias, para que elas estejam sempre muito unidas, e abençoai a educação dos nossos filhos. Esperança nossa, olhai-nos com compaixão, ensinai-nos a ir continuamente para Jesus e, se cairmos, ajudai-nos a levantarmo-nos e a voltarmos para Ele, mediante a confissão das nossas culpas e dos nossos pecados no sacramento da penitência que traz sossego à alma.
Suplicamo-vos que nos concedais um amor muito grande a todos os santos sacramentos, que são como marcas que o vosso Filho nos deixou na terra.
Assim, nossa Mãe Santíssima, com a paz de Deus na consciência, com os nossos corações livres do mal e de ódios, poderemos levar a todos a alegria a paz verdadeiras, as quais vêm do Vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, que, com Deus Pai e com o Espírito Santo, vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém”22.
1. Comiam carne humana.
2. Casavam-se com mais de uma mulher.
3. Mantinham relações sexuais e/ou maritais com pessoas da família e parentes próximos.
4. Cf. ARAUTOS DO EVANGELHO. Nossa Senhora de Guadalupe.
5. Poncho típico dos índios mexicanos.
6. O neopaganismo pode ser também chamado de retorno ao paganismo.
7. PAPA BENTO XVI. Homilia de 12 de Dezembro de 2011. http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/homilies/2011/documents/hf_ben-xvi_hom_20111212_america-latina.html
8. ACI DIGITAL. Os olhos da Virgem de Guadalupe oferecem ao mundo uma mensagem a favor da família, destaca perito.
9. Idem, ibidem.
10. Cf. Idem, ibidem. Estas imagens são: um indígena sentado; um ancião que, baseado nas representações de Miguel Cabreras, pintor do século XVIII, trataria-se do bispo Juan de Zumárraga; um homem jovem que se trataria de Juan González, tradutor do bispo; o santo mexicano São Juan Diego Cuauhtlatoatzin; uma mulher negra que teria embarcado com o bispo na Espanha para servi-lo no México e a quem o prelado concedeu a liberdade antes de seu falecimento, e um homem barbado com facções europeias.
11. Idem, ibidem. A família que aparece no centro dos olhos da imagem de Guadalupe é um grupo de pessoas composto por uma moça que se destaca por estar ao centro do grupo e parece olhar para baixo, e que o perito acredita ser a mãe desta família. Junto a ela está um homem com chapéu e entre ambos, um casal de crianças. Outro par de figuras representando um homem e mulher maduros (provavelmente os avós desta família, segundo o Dr. Tonsmann) encontram-se de pé, atrás dos demais.
12. PAPA BENTO XVI. Op. cit.
13. ACI DIGITAL. Virgem de Guadalupe oferece poderosa mensagem contra o aborto.
14. Jo 14, 6.
15. PADRE PAULO RICARDO. Bispos e sacerdotes realizam “exorcismo magno” no México.
16. PELLEGRINO ERNETTI. Estratégias de Satanás, p. 21.
17. Idem, ibidem.
18. Idem, p. 20.
19. PADRE PAULO RICARDO. Bispos e sacerdotes realizam “exorcismo magno” no México.
20. Idem, ibidem.
21. PELLEGRINO ERNETTI. Estratégias de Satanás, p. 25.
22. PAPA JOÃO PAULO II. Oração do Santo Padre à Nossa Senhora de Guadalupe. http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1979/january/documents/hf_jp-ii_spe_19790125_preghiera-guadalupe.html
Natalino Ueda
Natalino Ueda é brasileiro, católico, formado em Filosofia e Teologia. Na consagração a Virgem Maria, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort. É o autor do blog Todo de Maria
Por que Maria é estritamente ligada a Cristo?
Os dogmas de Maria nos levam a Cristo
O Concílio Vaticano II (1962-1965), considerado como o evento mais importante da Igreja no século XX, num dos seus documentos mais significativos, mostra a estreita ligação de Maria a seu Filho Jesus nestes termos: “Pensando nela com devoção, a Igreja penetra mais profundamente no mistério da encarnação e se conforma sempre mais ao seu esposo” (Documento sobre a Igreja, Lumen gentium, n. 65). Em outras palavras, a correta devoção a Nossa Senhora nos aproxima mais de Cristo. Vamos ver como isso acontece.
Os dogmas marianos mostram que Cristo é verdadeiro Deus e homem (Dogma da Maternidade Divina de Maria); apontam para a necessidade de encontrar em Cristo a libertação do pecado (Dogma da Imaculada Conceição); garantem a tensão escatológica, quer dizer que estamos caminhando para a ressurreição final (Dogma da Assunção de Maria); e confirmam a fé em Deus Criador, que intervém livremente na matéria (Dogma da Virgindade de Maria).
Ressalta-se a primeira afirmação: para mostrar que Jesus era, ao mesmo tempo, Deus e homem, o Pontífice, “aquele que faz a ponte” entre Deus e o homem, a “fórmula” mais fácil foi afirmar que Maria é a Mãe de Deus. No fundo, este dogma mariano foi mais um dogma cristológico. Aqui, podemos entender que Maria nos leva a Cristo: este, pois, foi o “caminho” que Deus escolheu para nós, como diz o Credo do Concílio de Niceia (ano de 325): “Por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus: e se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, e se fez homem”.
Há, no entanto, uma outra interessante consideração sobre o lugar de Maria na Igreja. A devoção a Maria manifesta a necessária integração entre Bíblia e Tradição: pois esses quatro dogmas têm fundamento na Escritura, como semente que cresce na tradição (liturgia, intuição do povo crente, reflexão teológica sob a guia do Magistério). Falou-se disso, acima, particularmente com referência aos dogmas da Imaculada e da Assunção. Então, na sua pessoa de moça judia, mãe do Messias, Maria liga Antigo e Novo Testamento: sem essa junção, a fé vai demais para o Antigo Testamento ou se limita no Novo Testamento. Quanto ao Antigo Testamento, eis, por exemplo, o anjo Gabriel anunciando a Maria que “o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará para sempre na casa de Jacó. E seu reino não terá fim” (1,32-33). O mesmo evangelista relata o cântico do Magnificat, em que Maria fala do cumprimento das promessas de Deus “a Abraão e seus filhos” (1,55). E quanto ao Novo Testamento, nas bodas de Caná, o evangelista João nos apresenta uma significativa atuação de Maria que leva os discípulos a “crerem nele” (2,11).
Maria modelo da Igreja
O Concílio Vaticano II apresenta Maria como modelo perfeitíssimo na fé e na caridade” (Documento sobre a Igreja, Lumen gentium, n. 53). Olhando para esse modelo, a Igreja se preserva daquele modelo machista, que a reduz a uma ação sócio-política, a uma abstração. E quando vira abstração, não precisa de uma mãe. Ela mostra “o rosto materno de Deus”, garantindo a convivência da indispensável “razão” com as indispensáveis “razões do coração”.
É interessante verificar que nenhum outro cristão, exceto Maria, é considerado como “modelo perfeitíssimo da Igreja”. Esse modelo nos leva necessariamente a seu Filho, Jesus Cristo.
A profunda ligação entre Cristo e Maria nos foi lembrada, a título de exemplo, numa homilia do Papa Francisco, proferida no dia 1º de janeiro de 2015. Eis as suas palavras: “Cristo e sua Mãe são inseparáveis: há entre ambos uma relação estreitíssima, como aliás entre cada filho e sua mãe. Tal inseparabilidade é significada também pelo fato de Maria, escolhida para ser Mãe do Redentor, ter compartilhado intimamente toda a sua missão, permanecendo junto do Filho até ao fim no calvário”. Mas o “momento forte”, ou “kairos”, no qual nós cristãos entendemos e alimentamos nossa fé Naquele que nasceu da Virgem Maria é a Liturgia, ou seja, a oração pública da Igreja. Essa oração, pois, expressa e alimenta a nossa fé.
A lei da oração é a lei da fé
Há um princípio muito importante a ser seguido no caminho da nossa fé, expresso pelo princípio Lex orandi, lex credendi, a saber, “A lei da oração é a lei da fé”. Isso significa que a oração expressa a nossa fé.
Tal princípio se aplica particularmente na oração pública da Igreja: a Liturgia. A palavra “Liturgia” vem do grego “leiton ergon” e significa “ao pé da letra”, “obra pública”. Para nós, refere-se à oração pública e oficial da Igreja. A “Liturgia” é definida pelo Concílio Vaticano II como “o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo” e “obra de Cristo Sacerdote e do Seu corpo, que é a Igreja” (Documento sobre a Liturgia, Sacrossanctum Concilium, n. 7).
A Liturgia se expressa, de maneira eminente, na celebração da Eucaristia, que é “fonte e cume de toda a vida cristã” (Documento do Concílio Vaticano II sobre a Igreja, Lumen Gentium, n. 11).
A partir disso, podemos afirmar que, quando participamos da Celebração Eucarística, vamos entender, expressar e aprofundar a nossa fé. No fundo, a Liturgia é a grande escola da fé do povo cristão. Nessa “escola”, precisamos aprender a ser “bons alunos”. Isso, pois, significa que, para entendermos o lugar de Maria na vida cristã, é fundamental partir das celebrações da Igreja que faz solene memória da mãe de Cristo.
O lugar de Maria na vida cristã a partir da Liturgia
As três celebrações marianas mais importantes do ano litúrgico apontam para os quatro dogmas marianos: Maria Mãe de Deus, sempre Virgem (1º de janeiro); Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Assunção (15 de agosto).
A Igreja definiu estas quatro verdades sobre Nossa Senhora, a saber:
– Maternidade Divina de Maria. Foi definida no Concílio de Éfeso (ano 431).
– Virgindade Perpétua de Maria. Foi definida no II Concílio de Constantinopla (ano 553).
– Imaculada Conceição de Maria. Foi definida pelo Papa Pio IX na Bula Ineffabilis Deus (8 de dezembro de 1854).
– Assunção de Maria. Foi definida pelo Papa Pio XII na Bula Munificentissimus Deus (1º de novembro de 1950).
Essas verdades são expressas na Liturgia. A título de exemplo, podem-se considerar algumas orações da Solenidade de “Maria Mãe de Deus”.
No dia 1º de Janeiro, Solenidade de Maria Mãe de Deus, a Igreja proclama, ao mesmo tempo, a Maternidade Divina de Maria e sua Virgindade Perpétua.
Eis, pois, como expressar isso:
a) Na Coleta: “Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o Autor da vida”.
b) Na Oração sobre as oferendas: “Ó Deus, que levais à perfeição os Vossos dons, concedei aos Vossos filhos, na festa da Mãe de Deus, que, alegrando-se com as primícias da Vossa graça, possam alcançar a sua plenitude”.
c) No Prefácio: “Na verdade, ó Pai, Deus Eterno e Todo-poderoso, é nosso dever dar-Vos graças, é nossa salvação dar-Vos glória, em todo tempo e lugar, e na Maternidade de Maria, sempre Virgem, celebrar os vossos louvores”.
d) Oração depois da Comunhão: Ó Deus de bondade, cheios de júbilo, recebemos os sacramentos celestes; concedei que eles nos conduzam à vida eterna, a nós que proclamamos a Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja.
As partes grifadas dessas orações apontam para a fé da Igreja na Maternidade Divina e na Virgindade Perpétua de Nossa Senhora. Esse mesmo “exercício” pode ser feito para as outras solenidades marianas; e, no fundo, para cada celebração cristã.
O sentido da fé dos fiéis e os dogmas marianos
Voltando ao princípio – “a lei da oração é a lei da fé” –, pode-se observar que as definições dos Concílios, ou dos Papas acima indicadas, são todas posteriores à fé do povo.
No mês de junho de 2014, a Comissão Teológica Internacional publicou um interessante documento intitulado Sensus fidelium, que significa o sentido dos fiéis. Eis como o define:
“O sensus fidei fidelis [sentido da fé dos fiéis] é uma espécie de instinto espiritual que capacita o crente a julgar espontaneamente se um ensino ou prática particular está ou não em conformidade com o Evangelho e com a fé apostólica.” (N. 49).
Essa afirmação tem uma significativa confirmação quanto à fé da Igreja sobre Maria. A título de exemplo, os dogmas da Imaculada e da Assunção foram definidos recentemente, como foi visto acima: mas o povo de Deus celebrava, fazia séculos, a Imaculada Conceição e a Assunção de Maria: e, particularmente, na Liturgia. Em outras palavras, já havia as festas da Imaculada Conceição e de Nossa Senhora da Glória.
É interessante lembrar, a esse respeito, o que Jesus disse aos Seus discípulos na última ceia: “Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis suportar agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade completa” (João 16,12-13). Nesse sentido, os apóstolos não receberam uma “revelação completa” de Jesus. O Espírito, dom do Cristo Ressuscitado, “sopra” sobre o povo de Deus, a Igreja, e a leva, aos poucos “à verdade completa”. Nesta “caminhada da fé”, guiados pelo Espírito, entendemos sempre mais quem é Cristo e todos os que a Ele pertencem, a partir da Sua Mãe.
Lino Rampazzo
Doutor em Teologia pela Pontificia Università Lateranense (Roma), Lino Rampazzo é professor e pesquisador no Programa de Mestrado em Direito do Centro Unisal – U.E. de Lorena (SP) – e coordenador do Curso de Filosofia da Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP).