A Sexta-feira Santa é o dia em que se celebra a morte de Cristo

A espiritualidade da Sexta-feira Santa

Neste dia que os antigos chamavam de “Sexta-feira Maior”, quando celebramos a Paixão e Morte de Jesus, o silêncio, o jejum e a oração devem marcar este momento. Ao contrário do que muitos pensam, a Paixão não deve ser vivida em clima de luto, mas de profundo respeito e meditação diante da morte do Senhor que, morrendo, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna.

-A-Sexta-feira-Santa-é-o-dia-em-que-se-celebra-a-morte-de-CristoFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

É preciso manter um “silêncio interior” aliado ao jejum e à abstinência de carne. Deve ser um dia de meditação, de contemplação do amor de Deus que nos “deu o Seu Filho único para que quem n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). É um dia em que as diversões devem ser suspensas, os prazeres, mesmo que legítimos, devem ser evitados.

Uma prática de piedade valiosa é meditar a dolorosa Paixão do Senhor, se possível diante do sacrário, na igreja, usando a narração que os quatro evangelistas fizeram.

Aprender o quanto é grande o pecado

Outra possibilidade será usar um livro para meditação como “A Paixão de Cristo segundo o cirurgião”, no qual o Dr. Pierre Barbet, francês, depois de estudar por mais de vinte anos a Paixão, narra com detalhes o sofrimento de Cristo. Tudo isso deve nos levar a amar profundamente Jesus Crucificado, que se esvaziou totalmente para nos salvar de modo tão terrível. Essa meditação também precisa nos levar à associação com a Paixão do Senhor, no sentido de tomar a decisão de “gastar a vida” pela salvação dos outros. Dar a vida pelos outros, como o Senhor deu a Sua vida por nós. “Amor só se paga com amor”, diz São João da Cruz.

No vídeo abaixo, Padre Edison explica sobre a Sexta-feira Santa. Confira:

A meditação da Paixão do Senhor deve mostrar-nos o quanto é hediondo o pecado. É contemplando o Senhor na cruz, destruído, flagelado, coroado de espinhos, abandonado, caluniado, agonizante até a morte, que entendemos quão terrível é o pecado. Não é sem razão que o Catecismo diz que pecado é “a pior realidade para o mundo, para o pecador e para a Igreja”. É por isso que Cristo veio a este mundo para ser imolado como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Só Ele poderia oferecer à Justiça Divina uma oblação de valor infinito que reparasse todos os pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares.

Celebração das 15 horas

O ponto alto da Sexta-feira Santa é a celebração das 15 horas, horário em que Jesus foi morto. É a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística. Nas leituras, meditamos a Paixão do Senhor, narrada pelo evangelista São João (cap. 18), mas também prevista pelos profetas que anunciaram os sofrimentos do Servo de Javé. Isaías (52,13-53) coloca, diante de nossos olhos, “o Homem das dores”, “desprezado como o último dos mortais”, “ferido por causa dos nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes”. Deus morreu por nós em forma humana.

Neste dia, podemos também meditar, com profundidade, as “sete palavras de Cristo na cruz” antes de sua morte. É como um testamento d’Ele:

“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”
“Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”
“Mulher, eis aí o teu filho… Eis aí a tua Mãe”
“Tenho Sede!”
“Eli, Eli, lema sabachtani? – Meus Deus, meus Deus, por que me abandonastes?”
“Tudo está consumado!”
“Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!”.

À noite, as paróquias fazem encenações da Paixão de Jesus Cristo com o sermão da descida da cruz; em seguida, há a Procissão do Enterro, levando o esquife com a imagem do Senhor morto. O povo católico gosta dessas celebrações, porque põe o seu coração em união com a Paixão e os sofrimentos do Senhor. Tudo isso nos ajuda na espiritualidade deste dia. Não há como “pagar” ao Senhor o que Ele fez e sofreu por nós; no entanto, celebrar com devoção o Seu sofrimento e morte Lhe agrada e nos faz felizes. Associando-nos, assim, à Paixão do Senhor, colheremos os Seus frutos de salvação.

Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino

A Sexta-feira Santa nos convida a ter ouvidos de discípulo

 Ter ouvidos de discípulo é um programa de vida

Distante do que significa ter “ouvido de mercador”, desejar e ter ouvido de discípulo é um programa de vida, que exige compromisso com ações que possam gerar respostas e atingir metas importantes, que transformem a realidade do povo. Incontestavelmente, trata-se da qualificação do papel que se exerce, nas diferentes circunstâncias, pensando particularmente as consequências e incidências sobre a vida dos outros e nos rumos da sociedade. O silêncio desta Sexta-feira Santa ecoa como insistente convite para que se conheça e se assuma a postura interior de se ter ouvidos de discípulo. A carência dessa postura favorece a multiplicação de arbitrariedades e promove o esvaziamento de diálogos decisivos na construção da sociedade.

Ouvidos de discípulo é referência, na profecia de Isaías, ao servo de Javé, que testemunha o dom recebido da escuta. Receba-o, preze-o e agradeça a Deus por este dom. Dádiva que o faz portador de uma sabedoria, capacitando-o para suportar e enfrentar adversidades sem perder o rumo. Uma escuta que, continuamente, abre os ouvidos do discípulo para estar em condições de dar respostas que fazem a diferença. Graça de Deus que está na contramão da soberba do saber e da tirania de definir rumos, ou enjaulá-los, na rigidez provocada pela inexistência do exercício da escuta.

Os ganhos qualificadores de se ter ouvido de discípulo

O horizonte do caminho da paixão e morte de Jesus projeta para a humanidade, pela celebração desta Sexta-feira Santa, os ganhos qualificadores de se ter ouvido de discípulo. A profecia que leva a dizer a verdade e ao compromisso com a justiça e o bem nasce na mente e no coração de quem tem esse ouvido. Discípulo é aquele que vai à escola. Não como professor. Menos ainda como os que acreditam saber de tudo, pois se valem dos lugares que ocupam para definir, sem a escuta necessária, os rumos da sociedade, o atendimento de suas demandas e, com essa conduta, permanecem distantes da competência para gerar o novo que possibilita sair da crise, devolver esperanças aos corações.

Quem escolhe a escuta como dinâmica para a configuração de sua maestria se abre ao que é dito por quem está acima de tudo e de todos – Deus – e consequentemente à escuta dos pobres. Capacita-se para o diálogo amplo e plural que a sociedade exige no complexo processo de definição de suas dinâmicas e busca de novas saídas. Quem escuta se torna servidor. Uma obrigação de fé e também uma nota inteligente no desempenho de papéis cidadãos. Quem não escuta manda a partir do pedestal ocupado. Quem escuta dialoga e se deixa interpelar por clamores e necessidades que formatam posturas adequadas e, assim, permitem a superação de equívocos. Essa postura é antídoto para teimosias e tudo que obscurece os caminhos para as resoluções criativas e solidárias.

Construir para os homens um novo tempo

Os cristãos, nesta Sexta-feira Santa, celebrando a Paixão e Morte de Cristo, ao acompanhar os passos de sua amorosa escuta de Deus, na sua corajosa entrega de si pela salvação do mundo, são interpelados a contemplar o Mestre, Senhor e Salvador. Ele é Servo por escutar amorosamente o seu Pai, obediente ao desígnio n’Ele realizado de salvar a humanidade, de construir para os homens um novo tempo na força do amor que o leva a morrer na cruz e a ressuscitar. A atitude exemplar de Jesus é certamente o caminho inspirador que a sociedade brasileira precisa para reencontrar rumos e redefinir saídas.

O silêncio é condição para a escuta que permite identificar os clamores dos pobres, alcançar equilíbrio nas relações, cultivar o bem no coração da humanidade e promover a beleza que recupera a sensibilidade perdida. É urgente aceitar o convite que esta Sexta-feira Santa brada em seu silêncio. Trata-se de convocação para que todos adotem o ouvido de discípulo e, assim, avanços possam se tornar realidade. Ouvir como discípulo é tarefa que ilumina a cidadania e, entre outras fundamentais conquistas, possibilita entendimentos para a efetivação da reforma política, sem enrolações interesseiras. O ouvido de discípulo permite também escutar as muitas razões para que não se efetive a diminuição da maioridade penal. Evita irracionalidades, favorece o gosto pelo diálogo entre poderes e segmentos, criando condições para o aparecimento de líderes, que estão em falta, com capacidade humanística para priorizar as urgências dos mais pobres.

Desenvolver o ouvido de discípulo é uma prática com força de remédio para curar as rudezas dos corações e das mentes que perderam o sentido nobre de pertencimento a um povo, de fidelidade à sua identidade. É a cura para corações e mentes que ao ferir o tecido cultural e humanístico fazem da vida um inferno verdadeiro, com desfigurações, violências e barbáries. Queiramos todos cultivar o ouvido de discípulo.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Atual membro da Congregação para a Doutrina da Fé e da Congregação para as Igrejas Orientais. No Brasil, é bispo referencial para os fiéis católicos de Rito Oriental. http://www.arquidiocesebh.org.br

A espiritualidade da Quinta-feira Santa é repleta de sentido

A Quinta-feira Santa faz parte da preparação para a Páscoa

Neste dia, começa o Tríduo Pascal, a preparação para a grande celebração da Páscoa, a vitória de Jesus Cristo sobre a morte, o pecado, o sofrimento e o inferno.

Este é o dia em que a Igreja celebra a instituição dos grandes sacramentos da ordem e da Eucaristia. Jesus é o grande e eterno Sacerdote, mas quis precisar de ministros sagrados, retirados do meio do povo, para levar ao mundo a salvação que Ele conquistou com a Sua Morte e Ressurreição.

A-espiritualidade-da-Quinta-feira-Santa-é-repleta-de-sentido-Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Jesus desejou ardentemente celebrar aquela hora: “Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa antes de sofrer” (Lc 22,15).

Na celebração da Páscoa, após instituir o sacramento da Eucaristia, ele disse aos discípulos: “Fazei isto em memória de Mim”. Com essas palavras, Ele instituiu o sacerdócio cristão: “Pegando o cálice, deu graças e disse: Tomai este cálice e distribuí-o entre vós. Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.” (cf. Lc 22,17-19)

Na noite em que foi traído, mais Ele nos amou, pois bebeu o cálice da Paixão até a última e amarga gota. São João disse que “antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.” (Jo 13,1)

Instituição do sacramento da confissão

Depois que Jesus passou por toda a terrível Paixão e Morte de Cruz, ninguém mais tem o direito de duvidar do amor de Deus por cada pessoa.

Aos mesmos discípulos ele vai dizer, depois, no Domingo da Ressurreição: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,23). Estava, assim, instituída também a sagrada confissão, o sacramento da penitência; o perdão dos pecados dos homens que Ele tinha acabado de conquistar com o Seu Sangue.

Na noite da Ceia Pascal, o Senhor lavou os pés dos discípulos, fez esse gesto marcante, que era realizado pelos servos, para mostrar que, no Seu Reino, “o último será o primeiro”, e que o cristão deve ter como meta servir e não ser servido. Quem não vive para servir não serve para viver; quem não vive para servir não é feliz, porque a autêntica felicidade o tempo não apaga, as crises não destroem e o vento não leva; ela nasce do serviço ao outro, desinteressadamente.

Confira no vídeo abaixo uma explicação sobre esse tempo na Igreja:

 

Nessa mesma noite, Jesus fez várias promessas importantíssimas à Igreja que instituiu sobre Pedro e os apóstolos. Prometeu-lhes o Espírito Santo, e a garantia de que ela seria guiada por Ele a “toda a verdade”. Sem isso, a Igreja não poderia guardar intacto o “depósito da fé”, que São Paulo chamou de “sã doutrina”. Sem a assistência permanente do Espírito Santo, desde Pentecostes, ela não poderia ter chegado até hoje e não poderia cumprir sua missão de levar a salvação a todos os homens de todas as nações.

”E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.” (Jo 14, 16-17).

Igreja, coluna e fundamento da verdade

Que promessa maravilhosa! O Espírito da Verdade permanecerá convosco e em vós. Como pode alguém ter a coragem de dizer que, um dia, a Igreja errou o caminho? Seria preciso que o Espírito da Verdade a tivesse abandonado.

”Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14, 25-26)

Na Última Ceia, o Senhor deixou à Igreja essa grande promessa: O Espírito Santo “ensinar-vos-á todas as coisas”. É por isso que São Paulo disse a Timóteo que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3, 15). Quem desafiar a verdade de doutrina e de fé, ensinada pela Igreja, vai escorregar pelas trevas do erro.

Na mesma Santa Ceia, o Senhor lhes diz: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade…” (Jo 16,12-13)

Jesus sabia que aqueles homens simples não tinham condições de compreender toda a teologia cristã; mas lhes assegura que o Paráclito lhes ensinaria tudo, ao longo do tempo, até os nossos dias de hoje. E o Sagrado Magistério dirigido pelo Papa continua assistido pelo Espírito de Jesus.

São essas promessas, feitas à Igreja na Santa Ceia, que dão a ela a estabilidade e a infalibilidade em matéria de fé e costumes. Portanto, não só o Senhor instituiu os sacramentos da Eucaristia e da ordem, na Santa Ceia, mas colocou as bases para a firmeza permanente da Sua Igreja. Assim, Ele concluiu a obra que o Pai Lhe confiou, antes de consumar Sua missão na cruz.

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino

Oração para fazer diante de Jesus Eucarístico

Oração para iniciar a adoração

Meus Senhor Jesus Cristo, que por amor aos homens ficais dia e noite nesse sacramento, todo cheio de misericórdia e amor, esperando, chamando e acolhendo todos os que vêm visitar-­Vos, eu creio que estais presente no sacramento do altar.

 

Adoro-Vos do abismo do meu nada e dou-­Vos graças por todos os Vossos benefícios, especialmente por Vos terdes dado a mim neste sacramento, por me terdes concedido por advogada Maria, Vossa Mãe Santíssima, e, finalmente, por me haverdes chamado para Vos visitar nessa igreja.

Saúdo, hoje, Vosso coração amantíssimo. Primeiro, em agradecimento pelo grande dom de Vós mesmos; segundo, em reparação pelas injúrias que Tendes recebido neste sacramento.

Meu Jesus, amo-­Vos de todo o meu coração. Arrependo-­me de, no passado, ter ofendido tantas vezes Vossa bondade infinita. Proponho, com Vossa graça, não mais Vos ofender no futuro. Nesta hora, miserável como sou, consagro-­me todo a Vós, dou e entrego-Vos minha vontade, meus afetos, meus desejos e tudo o que me pertence. Daqui em diante, fazei de mim e de tudo o que sou eu o que Vos aprouver.

Somente Vos peço e quero Vosso amor, a perseverança final e o perfeito cumprimento da Vossa vontade.

Recomendo-Vos as almas do purgatório, especialmente as mais devotas do Santíssimo Sacramento e da Virgem Maria. Recomendo-­Vos também todos os pobres pecadores. Enfim, amado Salvador meu, uno todos os meus afetos aos afetos do Vosso coração amantíssimo e, assim unidos, eu os ofereço a Vosso eterno Pai, pedindo-­Lhe em Vosso nome e, por Vosso amor, que se digne a aceitá-­los e atendê-­los.

Ó Jesus, Pão vivo descido do Céu, como é grande Vossa bondade! Para perpetuar a fé em Vossa presença real na Eucaristia, com extraordinário poder, dignastes-Vos mudar as espécies do pão e do vinho em Carne e Sangue, como se conservam no Santuário Eucarístico de Lanciano.

Aumentai sempre mais a nossa fé em Vós, Senhor sacramentado! Ardendo de amor por Vós, fazei com que, nos perigos, nas angústias e nas necessidades, só em Vós encontremos auxílio e consolação, ó divino Prisioneiro dos nossos tabernáculos, ó fonte inesgotável de todas as graças.

Suscitai em nós a fome e a sede do Vosso alimento eucarístico, para que, saboreando este pão celeste, possamos gozar da verdadeira vida, agora e sempre. Amém.

Oração ao Coração de Jesus na Eucaristia

Coração de Jesus na Eucaristia, amável companheiro do nosso exílio, eu Vos adoro! Coração Eucarístico de Jesus, Coração solitário, eu Vos adoro!
Coração humilhado, eu Vos adoro!
Coração abandonado, Coração esquecido, Coração desprezado, Coração ultrajado, eu Vos adoro!
Coração desconhecido dos homens, Coração amante, eu Vos adoro! Coração bondoso, eu Vos adoro!
Coração que desejais ser amado, Coração paciente em esperar-nos, eu Vos adoro!
Coração interessado em atender-­nos, Coração desejoso de ser suplicado, eu Vos adoro!
Coração, fonte de novas graças, silencioso, que desejais falar às almas, eu Vos adoro!
Coração, doce refúgio dos pecadores, eu Vos adoro!
Coração, que ensinais os segredos da união divina, eu Vos adoro!
Coração Eucarístico de Jesus, eu Vos adoro!

Oração a Jesus Sacramentado

Meu Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, eis-­me aqui em companhia da Santíssima Virgem, dos Anjos, dos Santos do Céu e dos justos da Terra, para visitar-­Vos e adorar-Vos nesta Hóstia Consagrada. Creio firmemente que estais tão presente, poderoso e glorioso como estais no Céu; e pelos Vossos méritos, espero alcançar a glória eterna, seguindo em tudo Vossas divinas inspirações; e em agradecimento de Vosso divino amor, quero amar-­Vos com todo o meu coração e minha alma, potências e sentidos.

Suplico-­Vos, Salvador de minha alma, pelo Sangue precioso que derramastes em Vossa circuncisão e em Vossa Santíssima Paixão, que exerciteis comigo este ofício de Salvador, dando-­me, pela intercessão de Vossa Santíssima Mãe, os dons da oração juntamente com a perseverança, para que, quando deixar esta vida, me guieis à glória eterna que gozais no Céu. Amém.

Oração a Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Ó Virgem Maria, Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, glória do povo cristão, alegria da Igreja Universal, Salvação do mundo, rogai por nós e despertai em todos os fiéis a devoção à Santíssima Eucaristia, a fim de que se tornem dignos de comungar todos os dias.

Ó Santíssima e Imaculada Senhora, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e nossa, nós, os pecadores, pedimos-vos que nos alcanceis de vosso Divino Filho Sacramentado todos os dons e graças de que necessitamos, para vivermos sustentados de Seu amor, para adquirirmos os merecimentos de Seus fiéis escravos e para termos a felicidade de, com Ele e convosco, viver por todos os séculos dos séculos. Amém.

Salve, Rainha…

Eu Te adoro, ó Cristo, Deus no Santo Altar. Em Teu Sacramento vivo a palpitar!
Dou-Te partilha, vida e coração, pois de amor me inflamo na contemplação!
Tato e vista falham, bem como o sabor; só por meu ouvido tem a fé vigor. Creio no que disseste, ó Jesus, meu Deus!
Verbo da Verdade vindo a nós dos céus!
Tua divindade não se viu na cruz, nem a humanidade vê-se aqui, Jesus!
Ambas eu confesso como o bom ladrão, e um lugar espero na eterna mansão!
Não me deste a dita, como a São Tomé, de tocar-­Te as chagas, mas eu tenho fé!
Faze que ela cresça como o meu amor, e a minha esperança tenha novo ardor!
Dos Teus sofrimentos é memorial esse Pão de Vida, Pão Celestial!
Dele eu sempre queira mais me alimentar, sentir-­Lhe a doçura divinal sem par!
Bom Pastor piedoso, Cristo, meu Senhor, lava no Teu Sangue a mim, tão pecador!
Pois que uma só gota pode resgatar do pecado o mundo e o purificar!
Ora Te contemplo sob espesso véu, mas desejo ver-­Te, Bom Jesus, no Céu, face a face.
Um dia, poderei de Ti gozar, nessa doce pátria, e sem fim Te amar.

Oração retirada do livro “Uma vista ao Santíssimo Sacramento”

O que a Igreja diz sobre purgatório?

Se quem já morreu não pode fazer nada por si mesmo, o que os vivos poderão fazer por quem já se foi?


Se temos uma certeza a respeito da vida é que a morte um dia virá, ela é certa; cedo ou tarde nós nos depararemos com ela. O que nos consola como cristãos é a nossa fé na ressurreição. Jesus ressuscitou e com Ele todo aquele que n’Ele crer ressuscitará. Talvez, você já tenha se perguntado: “O que vai ser daquele meu parente ou amigo que faleceu? Ele era gente boa, porém, tinha uns pecados. Ele vai para o céu? E se eu morrer, mas não estiver “tão em Deus”, o que vai ser de mim?”.


O que a bíblia diz sobre o purgatório 940x500


O ideal é que morramos em Deus, sem pecados, e que tenhamos vivido a reconciliação com todos com amor e gratidão. Enfim, se morrermos em Jesus Cristo, na pureza e sem pecado, com certeza o céu será o nosso destino final, pois lá é a morada dos santos. Devemos, dia após dia, viver o anúncio de Jesus Salvador para alcançarmos a pátria eterna que, por misericórdia, Ele concede aos Seus filhos.


Parece impossível, não é? Mas muitos santos conseguiram, e eles eram pessoas como nós. De qualquer forma, se morrermos não tão santos ou com alguns pecados, a Igreja nos ensina sobre o Purgatório, o lugar da purificação final dos eleitos, daqueles que morreram em Deus, mas ainda precisam de purificação para chegar à glória dos céus.


Foi no Concílio de Florença e de Trento que se desenvolveu a fé no purgatório. Na Bíblia, há algumas passagens que falam desse fogo que purifica (I Cor 3,15; I Pd 1,7). O segundo livro do Macabeus 12,46 fala de Judas, que ofereceu sacrifícios em expiação dos pecados de falecidos. Quando se menciona Purgatório, não diz respeito aos condenados ao céu ou ao inferno, não se trata ainda de um lugar, mas de um estado onde é possível a purificação. Assim, como em nossas orações, preces, Missas e em nossos jejuns somos purificados, quem já morreu não pode fazer mais nada por si mesmo.


Se quem já morreu não pode fazer nada por si mesmo, o que os vivos poderão fazer por quem já se foi? Cremos na comunhão dos santos e no batismo que nos une a Cristo. Por meio de orações, sacrifícios e, principalmente, pela celebração da Santa Eucaristia pedimos pelos falecidos, por aqueles que partiram.


Por fim, irmãos, essa é a nossa fé católica. Vamos com muita confiança viver nossa vida cristã na busca constante e perseverante pela santidade. Vamos, com muita garra, anunciar Jesus Cristo como Senhor e Salvador, e orar por aqueles que partiram, por parentes e amigos falecidos. Vamos rezar também por aqueles que morreram esquecidos, perdidos ou abandonados, para que também sejam purificados pelo fogo do Senhor e cheguem ao Seu Reino.



Padre Marcio